sábado, 10 de julho de 2021

MILÍCIAS DE ONTEM E HOJE E O EXÉRCITO BRASILEIRO


Normalmente a independência de um país ocorre através de movimentos armados, civis ou militares.

No Brasil, Dom Pedro I, filho de D. João VI, rei de Portugal, optou por declarar a independência do Brasil antes que outros o fizessem e perdesse a oportunidade de ser Imperador do Brasil.

Se a independência do Brasil ocorreu aos 7 de setembro de 1822, qual seria a data de criação do Exército brasileiro?

Acredite, o Exército comemora o dia 19 de abril como data de sua formação inicial, rememorando o dia 19 de abril de 1648, data em que brasileiros nativos livres, leia-se indígenas e brasileiros, e escravizados, leia-se pretos, e portugueses lutaram para expulsar os holandeses do nordeste brasileiro, na batalha dos Guararapes. Essa data teria dado início a uma força efetiva de defesa do território, o nosso Exército, formado também por nascidos no Brasil, através das hoje famosas milícias.

Ou seja, o que se chama de Exército inicial Brasileiro surgiu antes mesmo de nossa independência, e com apoio das milícias.

As milícias, que estiveram umbilicalmente ligadas às forças militares de Portugal, foram fundamentais para a formação inicial do que se denomina configuração inicial do nosso Exército.

Desde a República, o Exército, que golpeou a Monarquia, profissionalizou-se e foi adquirindo, aos poucos, uma identidade única.

Durante toda a nossa existência, o Exército esteve ligado não só à defesa territorial brasileira, mas também a intervenções políticas. Foi uma constante desde o golpe da República, em 1889.

Hoje vivemos sob um governo civil, certo? Nem certo, nem errado. Bolsonaro foi eleito, mas é um ex-militar, expulso do Exército por indisciplina, que se aliou à ala mais conservadora de nossas Forças Armadas e venezualizou o Brasil.

O Brasil, assim como a Venezuela, possui muitos militares da ativa nos Ministérios, mas ganha daquele em números. E Bolsonaro não nega a vontade de angariar forças armadas fora de nossas Forças federais. Ele busca apoio das policias militares estaduais e de civis armados, criando assim uma milícia aos moldes daquela existente na Venezuela.

Se a Venezuela não é um Estado democrático, o mesmo pode se dizer do Brasil. Caminhamos, dia a dia, a um enfraquecimento de nossas instituições. O Supremo e o Congresso resistem, mas até quando?

E o Exército com isso tudo? Parte dos militares tem uma participação ativa em tudo o que ocorre na política brasileira da atualidade, comandando diversas pastas e emitindo notas políticas em nome da própria Força, o que causa espanto em muitos militares legalistas integrantes das Três Forças Armadas.

Essa mistura entre Forças Armadas e política não tem feito bem ao Brasil, à política nem ao Exército. A crise atinge não só o Brasil, mas o Exército e a própria política.

O Exército, com o fracasso de Bolsonaro e de ministérios comandados por militares, além da corrupção apontada a alguns militares integrantes do Executivo Federal, tem caído no conceito da população brasileira e não é nada bom nem para a força nem para o Brasil e sua integridade territorial.

Esse enfraquecimento moral do exército fortalece forças paralelas, seja de alas das polícias militares, seja de milícias ligadas ao crime organizado, que estão ligadas a Bolsonaro e seu conservadorismo.

Chegou a hora do Exército mostrar sua força e afastar-se da política e de Bolsonaro, garantindo a paz e a formação territorial de nosso País.

O positivismo tradicional do Exército está em risco, assim como o seu próprio futuro.

O Exército profissionalizado de hoje não pode retroceder e ceder espaço a forças milicianas que buscam defender não o País, mas interesses muito particulares e localizados.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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