O ser humano comete atrocidades e também gestos nobres.
Ergue muros para prender ou separar nações, etnias e até famílias, mas também ergue casas para acolher.
Seca rios, rouba lares, estupra, mas também pratica heroísmos para salvar vidas, ainda que ponha a sua própria em risco.
Cria religiões e até mata por isso, mas também tem curiosidades sobre a fé alheia e fala em Universo, num conceito repleto de amplitude.
Xinga, fofoca, pratica as famosas pequenas maldades, mas se emociona quando percebe um ato nobre.
Pratica xenofobia, racismo e todos os tipos de preconceitos, mas se miscigena e torna o mundo mais diferente, divertido e lindo.
Mesmo após a queda do muro de Berlim e a ruína da natureza em razão da exploração capitalista, há a inadmissível tentativa de separar o mundo entre os defensores do capitalismo e do comunismo. Em contrapartida, por sorte, o homem se une na defesa da natureza, no voluntariado e nos mais diversos e belos atos de solidariedade.
Agora, os Estados Unidos afrouxaram o embargo econômico sem sentido a Cuba e esses dois países se reaproximaram tanto nas questões comerciais como políticas.
Sempre disse que não há grande diferença entre o capitalismo e o comunismo e sei que posso ser execrado por isso. Mas ouso pensar que ambos os sistemas econômicos são extremamente preocupados diretamente apenas com a formalidade, o mercado, a produção e a visão materialista do mundo. A diferença é que, enquanto no comunismo há menor injustiça distributiva, no capitalismo há maior sensação de liberdade.
A maior arma contra o sistema hegemônico (capitalista) não é o comunismo, mas sim a solidariedade, a aproximação com o humanismo e a defesa das causas do ser humano.
Com a preocupação com o outro, com as necessidades humanas, com os desejos da humanidade e com a história e a sua verdade, o que se dá com massivo investimento em educação e cultura, sempre com o viés humanista (desculpe por ser repetitivo), o progresso social se confirmará e o capitalismo selvagem dará espaço a uma sociedade mais crítica e conhecedora das verdades inconvenientes escondidas pelos seletos grupos de empresas de finanças, de armas, de mídia e tantas outras defendidas por políticos corruptos e a elas alinhados ideologicamente.
Ainda é possível um mundo melhor, que respeite mais a natureza, as pessoas e as verdades!
A fantasia criada em relação aos terroristas, aos comunistas e a tantas outras questões apenas favorece os que ganham com o mercado das armas, aos oligopólios das comunicações e às indústrias de medicamentos, estas tão beneficiadas com medicamentos que curam tudo, da fobia à tristeza.
Apenas a cultura e a educação plenas, verdadeiramente humanistas, poderão trazer a esperança de um futuro melhor. O comunismo que conhecemos e o capitalismo que está a destruir não só a raça humana, mas o próprio planeta, não gostam das verdades plenas.
Chega das meias verdades e dos muros que apenas segregam e afugentam. Precisamos da boa educação para iluminar os nossos caminhos e da cultura mais aprofundada para nos dar a sabedoria que guiará os nossos passos, todos eles, de preferência sem grandes tropeços.
São os passos rumo ao entendimento que a humanidade tanto espera há milênios e está reservado no conceito amplo de humanismo.