quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

NENHUM ATENTADO ME REPRESENTA

Nenhum atentado me representa.
Atentado a algum direito ou à própria vida é a aberração extrema da falta de diálogo na própria era da comunicação em que estamos, e não me representa.
Diz-se era da comunicação ou da informação, mas ela nada mais é que a era do consumo em massa do que é “produzido” ou defecado pelos meios de comunicação, incluindo-se aí cinema, tevê e internet. Vivemos a era da massificação e da mera representatividade dos rótulos e das aparências de acordo com a moda. Os selfies, o facebook e os bbbs das nossas tevês são provas vivas disso. E, na contramão da comunicação, do diálogo e da interatividade, cada vez mais pessoas em todo o mundo vivenciam crises assustadoras de solidão e de depressão.
Não nos importamos mais com os conteúdos e com a cultura clássica. Disso resulta o falecimento dos grandes meios impressos, onde os grandes jornais estão sucumbindo a uma forte crise econômica. Sobrevivem e vendem cada vez mais aquelas revistas que misturam entretenimento com notícias que seriam furos, mas que pouco foram apuradas.
Nada disso, nada disso desse mundo odiento e hodierno, me representa.
O que me representa são as pessoas que morreram e que de certa forma deram vida a uma causa, à da liberdade de manifestação, incluindo-se aí o policial francês muçulmano assassinado a sangue frio por dois ditos muçulmanos inconformados com sátira grosseira ao seu profeta maior.
A manifestação é o primeiro passo ao diálogo, que tanto falta nessa era da comunicação. O radicalismo e o preconceito imperam entre os radicais, os preconceituosos e os que apenas olham para o seu próprio umbigo. Devido a isso, há um sério perigo de recrudescimento de conquistas históricas, como as dos negros, das mulheres e dos homossexuais.
Radicais de um lado e de outro, seja do ocidente ou do oriente, seja dos ateus ou dos grupos que acham que representam Deus ou qualquer Divindade com exclusividade, seja do mundo capitalista e do anticapitalista, sejam os anarquistas ou fascistas, se encontrarão em determinado momento e, muito provavelmente, se aniquilarão reciprocamente. Ao invés de acabar com o nosso planeta e as nossas crianças, que esses grupos exaltados em seu radicalismo possam desaparecer e se entender no mais profundo aniquilamento recíproco. Entre eles inexiste o diálogo. Falta-lhes disposição a isso. Ingressaram numa luta fantasiosa que não tem fim, e a visão tacanha de suas ideias e pensamentos impede que a luz incida sobre o caos criado. Digo isso em relação a todos os radicais, fascistas, neonazistas e membros dessas organizações terroristas que assassinam crianças e cidadãos comuns.
Que possamos defender o bom senso, o diálogo e a cultura, nossos bens maiores e que seriam os autênticos ícones de representatividade de uma verdadeira Era da Informação ou Comunicação.
Chega de provocação, de oportunismo e de vestir campanhas sem conteúdo. Chega dessa era do marketing fácil e barato. Sejamos mais críticos e analíticos e que possamos ser nós mesmos, mais autênticos nas defesas da igualdade de tratamento e de liberdade, seja ela de se expressar, de se locomover, de vivenciar uma religião, de viver um gênero ou de livremente fazer uma opção sexual.

Vamos vestir a camisa da liberdade, que é muito maior que uma revista satírica. Chega de oportunismos que representam verdadeiras provocações e que nos levam a mais radicalismos. 

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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