sábado, 12 de dezembro de 2009

ESPANHA, UMA PARCEIRA DE PRIMEIRA GRANDEZA


Penso que a união entre Brasil e Espanha é irreversível. São dois grandes países muito importantes não só para o continente em que se encontram, mas para toda a humanidade, por uma série de razões.


Não estou escrevendo sobre essa parceria em decorrência do artigo escrito pelo presidente de governo da Espanha, o equivalente a primeiro-ministro, José Luis Rodiguez Zapatero, e publicado ontem  em um dos mais influentes jornais de todo o planeta, o espanhol El Pais. Zapatero, como é chamado este socialista, é um dos mais respeitados líderes da esquerda em todo o mundo. Mas ele, humildemente, coloca o Lula como sendo o líder mais importante e que vem surpreendendo todo o mundo.

Brasil e Espanha têm muitas coisas em comum e muitas diferenças.

As nossas línguas, de origem latina, são muito próximas e com muitas palavras equivalentes. A Espanha tem Portugal como um dos seus vizinhos, onde obviamente se fala português. Até a região da Galícia, ao norte de Portugal e em pleno território espanhol, fala-se um quase português, de tão semelhante que é à nossa língua. Enquanto isso, o Brasil é cercado ao oeste somente por países de língua espanhola.

Por outro lado, as nossas mulheres, brasileiras e espanholas, são, com certeza, umas das mais lindas de todo o mundo. Um rosto e um corpo de causar inveja às mulheres e infartos repetitivos a muitos homens.

Alguns grandes escritores da humanidade, como Camões, Fernando Pessoa, Miguel de Cervantes, Pablo Neruda, Gabriel Garcia Marquez, Eduardo Galeano escreveram ou escrevem suas obras em espanhol ou em português. Temos grandes escritores nas duas línguas.

As semelhanças não param por aí.

O espanhol é apaixonado por comida e vinho. O brasileiro é apaixonado por comida e cachaça ou cerveja. O espanhol se dá o direito de parar na hora do almoço, a ponto de fechar o comércio. O brasileiro ainda não se dá esse direito, mas chegará lá.

O espanhol é um povo solidário e amoroso, assim como o brasileiro. São extremamente preocupados com o ser humano e não se apegam a besteiras que tentam inserir em nossa cabeça. Vá para lá e você perceberá, entenderá, o que quero dizer. Eles não são tão apegados a formalidades criadas, embora sejam extremamente educados.

Os espanhóis não param de ler um minuto, aonde quer que seja. Consomem não revistas de bobagens ou fofocas, mas livros, muitos livros, seja de filosofia, política ou até auto-ajuda, mas leem. É um povo que gosta de TV, assim como o brasileiro. Para quem não sabe, eles também têm novelas com o mesmo tipo de roteiro, ou seja, muito romance, pessoas bonitas e jovens e clichês.

Como dá para perceber, temos muito a aprender com os espanhóis, um povo tão intenso em tudo o que faz, pensa e escreve, e também como vive. É um povo que adora um bar, restaurante e encontrar amigos, além de amar intensamente.

Só esses fatos já seriam capazes de nos unir. Porém, há questões estratégicas envolvidas numa união que tende a ser muito mais frutífera do que esses acordos que fazemos quase que às cegas com a França.

A diferença entre a Espanha e a França são consideráveis. Enquanto o primeiro é um país, hoje, sem viés imperialista, não se pode dizer o mesmo da França, com as suas usinas atômicas, seu armamento nuclear, seu poder bélico, sua indústria e tecnologia militar, além de multinacionais poderosíssimas, que lutam de perto, principalmente, com as indústrias estadunidenses. A Espanha, ao contrário, é um país que assimila culturas e as preserva, o que lembra muito o Brasil, ou não? A Espanha guarda e faz questão de divulgar o seu passado, que reúne, dentre outros povos, o fenício, o grego, o romano e o árabe. É um país que preserva culturas, embora tenha sido criticado de ter aniquilado culturas originárias da América Latina - justa ou injustamente, não sei. Dizem os intelectuais espanhóis que transformar os espanhóis em sanguinários e bárbaros foi uma tática utilizada por outros povos europeus para criar um estereótipo de que o espanhol é um povo de menor inteligência e valor.

Os espanhóis têm um poder bélico considerável. Para quem não sabe, o submarino foi criado por um catalão (povo que se localiza na Catalunha, na região nordeste da Espanha). É evidente que não possuem todo o poder da França, Inglaterra ou Alemanha, mas têm um poder estratégico de grande importância para o Brasil.

A Espanha tem fácil penetração na América Latina, na África e no Oriente Médio, regiões importantíssimas para o Brasil.

A Espanha faz parte da Comunidade Européia, assim como a França, mas com uma diferença. Um acordo militar com a Espanha beneficiará o Brasil, que poderá vender armamentos para a Espanha e também para todos os países da Europa. Com a França será diferente. O Brasil comprará equipamentos e utilizará a tecnologia mediante condições restritivas, ainda não muito claras e gastará bilhões e bilhões de dólares. Com a Espanha é possível parceria e desenvolvimento ímpar. Os aviões Rafalle, fabricados por uma indústria francesa, tem grande parte da tecnologia oriunda da Espanha.

A França adota posições conservadoras em relação ao Irã, Afeganistão, Venezuela, África e Oriente Médio. Já a Espanha, salvo quanto ao ex-Saara espanhol, tem adotado uma posição mais aberta, colocando-se disposta a dialogar e não a impor condições de forma autoritária, arbitrária e imperialista.

Ter um parceiro como a Espanha é muito diferente de ter um parceiro como o país governado por Sarkozy.

Um acordo estratégico, de trocas de tecnologias e de investimento comum em diversas áreas de pesquisa, incluindo área aeroespacial e nuclear, colocaria o Brasil no eixo dos países tolerantes, conservando a imagem de ser um país aberto ao diálogo. Estar ao lado da França, ao revés, poderá denotar um viés imperialista, o que nos afastaria de muitos países e parceiros importantes da América Latina.

Estamos muito próximos da Espanha e em diversos sentidos. E uma parceria com esse país tão interessante nos fará bem e preservará a imagem de país propenso à pacificação. Já uma relação umbilical com a França, como seria com a Rússia, Inglaterra, Estados Unidos ou China, enfraqueceria nossa imagem de país bom. Alguém tem alguma dúvida disso?

Além disso tudo, há que se verificar que há grandes empresas espanholas no Brasil e que o turismo entre os povos dos dois países é intenso. Não se pode esquecer, também, que o governo espanhol está bancando os custos de ensino de espanhol para professores primários no Brasil.

Temos muitas ligações com a Espanha e poderíamos utilizá-la como caminho para vendermos com facilidade para a União Européia. Com a França não haveria tamanha boa vontade, pois a indústria francesa é expansionista e internacionalista. Ela quer exportar, o que não necessariamente ocorre com as empresas espanholas, cuja maioria está preocupada em abastecer o mercado interno e também o português.

Parcerias culturais na área da literatura, música e cinema enriqueceriam, principalmente, os cérebros dos brasileiros. Não costumamos investir em cultura e com os espanhóis teríamos muito a aprender e desenvolver.

Alguém duvida que a Espanha seria uma parceira mais interessante que qualquer outro país europeu? Digo europeu porque uma parceria com a Índia seria inigualável para a ascensão do Brasil como potência econômica e militar.

Por enquanto, invistamos em estudos de tecnologia, militar e civil, além de cultura e ensino, o que deveria nos levar a procurar firmar laços com a Espanha. Desde hoje, mas para concretizar amanhã ou outro dia próximo, poderíamos estudar importantes parcerias com a Índia, que muito tem a nos ensinar em diversas outras áreas, principalmente as bélica e nuclear.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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