sexta-feira, 3 de julho de 2009

Alunos que escrevem como os egípcios

No interior catarinense, uma professora criou um método inovador para ensinar História Antiga. Os alunos procuram vestígios da escrita egípcia em seu cotidiano e reinventam o modo antigo de escrever.




São Paulo – Se os alunos da professora Rosemere Araújo da Silva forem questionados sobre a escrita egípcia antiga, dificilmente ficarão sem resposta para dar. A professora, que leciona História na Escola Básica Municipal Nair Alves Bratti, no município catarinense de Sombrio, está tentando fazer dos hieróglifos algo cotidiano para os seus alunos da sétima série. Rosemere usa um método inovador no ensino de História Antiga, que inclui traçar um paralelo entre a escrita egípcia e o modo de comunicação da sociedade atual.


O tema da escrita egípcia entra em sala de aula com uma explanação da professora. Mas ela não explica tudo, para deixar a curiosidade dos alunos aguçada, e deixa eles mesmos pesquisarem. O passo seguinte é dado pelos estudantes, que saem nas ruas à caça de sinais de comunicação parecidos com os que usam os antigos egípcios. Vale lembrar que na Antiguidade, os egípcios faziam pequenos desenhos, principalmente de elementos da natureza, como aves, para a comunicação não-verbal.
Segundo Rosemere, depois de procurar, os alunos acabam trazendo para a sala de aula exemplos de placas de trânsito, mapas legendados e até placas de banheiros, onde ao invés de estar escrito “homem” e “mulher”, são usadas a figuras masculina e feminina. Tudo é exposto em fotos, em sala de aula, e os estudantes são convidados a tentar escrever de forma similar aos egípcios. Na última vez que Rosemere trabalhou o tema, os alunos quiseram escrever mensagens para o Dia das Mães. Os textos, porém, não são escritos em egípcio, mas com sinais que os alunos criam, de forma similar aos egípcios.
O objetivo, explica a professora Rosemere, em entrevista à ANBA, é tornar mais próximo algo que aos alunos parece muito distante. Ela tenta fazer com que os estudantes percebam, por exemplo, que os egípcios usavam elementos da natureza para a escrita porque era o que estava próximo deles. Não existia na época, por exemplo, as placas de trânsito, que hoje são parte do cotidiano moderno e estão no dia-a-dia dos alunos. O tema da escrita antiga é abordado com alunos da sétima série, mas passará a ser trabalhado com os da quinta série, explica Rosemere, em função de mudanças no ensino municipal.

O trabalho é uma iniciativa de Rosemere, que dá aulas de História há 23 anos. A professora é nascida no Espírito Santo e formada em Ciências Sociais. Há 14 anos ela mora em Santa Catarina e explica que a idéia de inovar no ensino de História Antiga surgiu de um desejo de mudança. “Quando eu tive aula de História tinha que decorar texto”, explica. Ela quis fazer diferente e o contato com palestras e estudos na área acabaram gerando as idéias. “Comecei a ler pesquisas das universidades, já que eu me formei nos anos 80”, diz.
A forma de ensino de Rosemere foi tema de uma palestra na 15ª Jornada de Estudos do Oriente Antigo, que ocorreu no começo deste mês, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A professora foi convidada para ser uma das palestrantes pela organização do encontro, que reuniu pesquisadores de História Antiga. As atividades que usa para o ensino sobre escrita antiga, conta Rosemere, vão sendo modificadas a cada ano, de acordo com o perfil da turma de alunos.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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