A morte de Oficiais da Guarda Revolucionária do Irã, ao mesmo tempo emq ue o país enfrenta grandes manifestações e distúrbios, pode ser indicativo de uma revolução colorida em andamento, espécie de guerra híbrida, que atingiu anteriormente o Egito, a Tunísia e a Líbia, mudando os seus governantes, e a própria Síria.
A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã atua como uma força armada paralela às Forças Armadas, com seu próprio efetivo e armamentos e é tão importante que se reporta diretamente ao Conselho Guardião, liderado pelo Líder Supremo Ali Khamenei.
A Guarda Revolucionária já atuou na Síria e no
Iraque e tem larga experiência em ações de contra-insurgência.
No Irã, porém, têm sido alvo dos manifestantes e
muitos membros da Guarda Revolucionária foram mortos. O próprio chefe de inteligência
foi assassinado.
Os assassinatos de membros da Guarda Revolucionária
no exterior, como Israel vem fazendo, e dentro do próprio Irã, podem significar
uma tentativa de aniquilar qualquer ação eficaz de contra-insurgência.
Fontes do governo iraniano acusam países
ocidentais, sem citar especificamente Estados Unidos e Israel, de promoverem os
distúrbios, um mesmo tipo de ação que ocorreu na Líbia e Sudão, onde governos
foram depostos, e na Síria.
Cidadãos europeus foram presos por ação do
Ministério da Inteligência do Irã, e são acusados de estarem ligados aos
distúrbios, que incluem não apenas manifestações pacíficas, mas ataques armados
a delegacias de polícia e a quartéis e comandos militares, o que já dura duas
semanas.
Coincidência ou não, os tumultos tiveram início
após a adesão do Irã à Organização de Cooperação de Xangai, um bloco de poder
rival aos interesses dos Estados Unidos e potências europeias, e ao
fortalecimento dos laços de segurança entre Irã e a Rússia.