E o que os brasileiros
têm sofrido com a alta mortalidade da covid-19 e a situação política e
econômica exige reflexão ainda mais aguda de cada um de nós sobre os vários
aspectos sociais e comportamentais.
A pandemia do covid-19
marcou o Brasil com a alta mortalidade, o aumento da fome, desemprego e o agravamento
da crise econômica anteriormente existente.
Mas não há só coisas
ruins para os brasileiros. Muitas das medidas restritivas apresentaram novas oportunidades
no mercado de trabalho, permitindo que a relação trabalhista se aperfeiçoe,
gerando mais empregos e mais lazer aos trabalhadores, com mais economia aos
empregadores.
MELHORIAS A CURTÍSSIMO
PRAZO
O home office,
anteriormente limitado a poucas empresas de ponta, ampliou-se inclusive a
pequenas empresas e ao serviço público, permitindo uma maior produtividade.
Esse benefício ao
empregador não é o único. Aliado à produtividade, os empregadores têm diminuído
o gasto com energia elétrica, material de consumo e espaço utilizado para o
trabalho.
O trabalhador, por sua
vez, que tem se adaptado a essa nova rotina, muitas vezes com a ansiedade
decorrente de trabalhar em casa e sem um horário fixo, por outro lado pode, com
o tempo, gerenciar melhor sua rotina e poder utilizar o tempo que utilizava
para locomover-se de ida e volta ao trabalho para o lazer e para dedicar-se à
sua família.
O home office, salvo
casos pontuais, geram economia ao empregador e situação de maior conforto ao
empregado, que teria um pequeno tempo a mais para o lazer.
Se bem regulamentado, o
home office pode vir a propiciar ao empregado não só um bom rendimento no
trabalho, mas também mais horas de lazer. Mas isso só o tempo dirá.
Profissões que exigem
trabalho presencial ou braçal não poderão demandar home office, mas em razão
desse deverão ser melhor regulamentadas em um futuro próximo, permitindo que a
carga horária diminua e amplie assim a contratação de funcionários, ao mesmo
tempo em que aumenta o tempo destinado ao lazer ou à cultura.
As relações de trabalho,
com a implementação e solidificação do home office, exigirão um
redimensionamento que poderá beneficiar o trabalhador que usufrua, ou não,
desse tipo de trabalho, dependendo de regulamentação.
Mas a pandemia não traz
apenas boas novas instantâneas, podendo resultar em ações da sociedade que promovam
uma melhoria também a curto, médio e longo prazo.
MELHORIAS A CURTO, MÉDIO
E LONGO PRAZO
O desemprego, a fome, a
carestia, as internações e as mortes geraram sentimento de impotência e fragilidade
em muitos brasileiros. Repensar sobre a política, a economia e relações sociais
é um imperativo para que a sociedade possa ter uma estabilidade emocional e um
bem-estar.
Uma maior participação política,
inclusive com votações online pela população deve se tornar uma realidade a
curto e médio prazo, baseada tanto na vontade popular e na previsão de participação
popular direta, como no avanço tecnológico.
O serviço público, como
serviços médicos e hospitalares, educacionais e de segurança, deve ser
valorizado. E a percepção da importância do serviço público modernizado e de
acesso democratizado (mediante concurso) também deverá se solidificar. Dessa
forma, o neoliberalismo privatista deve perder ímpeto, com a valorização dos
serviços essenciais e da prestação do serviço público.
Com o fortalecimento do
serviço público, as situações de miserabilidade tendem a diminuir, com as ações
sociais, e as pessoas, com mais tempo ocioso, também poderão participar mais
ativamente de atividades sociais, beneficentes, de inclusão social e de
preservação da natureza, além de cobrar dos governos ações efetivas.
A participação popular na
tomada de decisões tende a aumentar, mas não só. A participação popular também tende
a se intensificar na fiscalização das políticas sociais.
O tempo, hoje
aterrorizante, pode, se a população brasileira assim quiser, ser mais promissor
para a cidadania e para todos os brasileiros.
Que os bons ventos limpem
as almas para que possamos seguir em frente, sem retrocessos, rumo a novos
tempos civilizacionais.