domingo, 3 de maio de 2020

DA ERA DA LÓGICA DOS HOMO SAPIENS E DA LOUCURA DOS HOMO DEMENS


O heroi de guerra e intelectual e sociólogo, filósofo e antropólogo francês Edgar Morin, descreve que a humanidade, surgida há mais de cem mil anos, é dúbia e que ao mesmo tempo em que demonstra um intelecto racional, ordenado e lógico, também se aproxima da desordem e da insanidade e que todos os sentimentos e emoções influenciam em nosso raciocínio.
Para Morin, todos são ao mesmo tempo sábios e dementes, sapiens e demens. Mas me pergunto se alguns aqui no Brasil não são mais demens, ou quase que exclusivamente demens, e outros mais sapiens, ou menos demens.
Os tempos modernos têm dado demonstração de que alguns seres que se dizem racionais e que se intitulam brasileiros, mesmo adorando uma certa Nação estrangeira e idolatrando personagens nada nacionais, andam exagerando na dose da raiva há mais de seis anos.
As vítimas têm sido os cientistas, os jornalistas e os pensadores em geral. Não há, hoje, tolerância para o discurso ou o pensamento diferente que permita uma conclusão que destoe daquele que uma certa massa possui quase que intrinsecamente.
O lado irracional e agressivo tem preponderado. O mesmo discurso que prega a ordem, o militarismo, a volta da ditadura e da cassação de políticos e de magistrados, prega um suposto respeito à ordem. É o grito da desordem, da raiva, da convulsão que diz pregar a ordem. Mas que ordem pregada que destrói tudo o que vê é essa?
Os discursos inflamados e demagógicos do então deputado federal Jair Bolsonaro, contra tudo e contra todos, ecoam hoje nos discursos dos seguidores da seita de Olavo de Carvalho e do Presidente Jair Bolsonaro.
Nos discursos dos homens demens brasileiros não há sinais de aproximações ou de diálogo com outros setores, mas sim de uma eterna radicalização que leva a uma diminuição dos seguidores dessa seita quase satânica, mas não necessariamente ao seu enfraquecimento.
O ódio a tudo o que pensa e que se opõe ou se cala é o mote. O outro é sempre visto como um inimigo a ser combatido e eliminado.
Para o homem demens brasileiro, que semeia a desordem, ao contrário do que supõe pregar, o caos passa a ser a solução contra tudo aquilo que odeia, ainda que a sociedade, o Brasil e o Mundo paguem um preço alto por isso.
O discurso do homem demens brasileiro é desprovido de qualquer valor ético e há no seu discurso uma ânsia beligerante contra tudo o que se supõe ser o oposto.
Esse discurso vai criando novos inimigos a cada dia, afastando supostos aliados. Porém, por interesses políticos e à custa do toma lá, dá cá, criam-se novos aliados, anteriormente inimigos, E o mote de combate à corrupção se esvai, pois o que interessa ao homem demens que lidera o país e aos seus seguidores é a permanência do líder no poder, sem qualquer respeito à ética ou a qualquer ordem.
O fim objetivado é a permanência no poder, custe o que custar. E essa ordem pregada, que cria desordem para a permanência no poder, é um grande risco à democracia, seja pela falta de limites éticos, seja pela pregação permanente contra as instituições que fiscalizam e limitam os poderes do Presidente da República.
Por mais que soe estranho, desordens política, institucional e social não combinam com a Democracia, muito pelo contrário: a enfraquecem ou anulam.
Enquanto o homem sapiens busca a ordem lógica estabilizadora, o homem demens busca a desordem por si só, na busca da implementação da insanidade que o atormenta e o rege. O risco de um homo demens estar no poder é a mutilação e a destruição total daquilo que deveria cuidar ou liderar, o país.
O risco não é pequeno, seja para os aspectos cultural, social, econômico e, inclusive, territorial.
Não há mais como os militares permanecerem aliados aos que pregam o fim de tudo, numa clara desordem.
Tempos difíceis para o presente e o futuro do Brasil.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



Postagens populares

__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"

___________________________________________________________________________________