O COVID-19 não traz consigo só mortes, perdas, dores e lágrimas.
O vírus que amedronta o mundo do século XXI nos traz lições que nunca introjetamos e que talvez agora aprendamos em definitivo, e que poderão nos ajudar a compreender o que é a vida, quem somos e aonde estamos.
Nesses longos dias em que estamos em nossas casas, vemos a relatividade daquilo que denominamos tempo. Ao mesmo tempo em que parece ser eterna a permanência em nossos lares, é rápido o aumento do contágio e de mortes, como se ele se acelerasse em certos momentos. O tempo se eterniza em nossos lares, mas passa rápido quando deixamos de poder ter contato com alguém que, no meio da pandemia, se vai. Se quando novos o tempo não passa, mas a partir da juventude, o tempo acelera, também aí se evidencia a dualidade de um só termo que, em tantas situações, mostra a fragilidade da definição humana sobre ele.
O espaço limitado de nossos lares nos dá a noção de quão pequenos somos perante a nossa rua, o nosso bairro, a nossa cidade, o nosso Estado, o nosso País, o nosso Continente, o Planeta, a nossa Via Láctea, a Galáxia e o Universo. Porém, de nossas casas alcançamos o mundo por um invento chamado internet. O espaço físico limitador e fixo, como conhecemos, já não pode ser o mesmo, pois o espaço não é mais uma barreira como era quando foi definido. E deixará também de ser um limitador de transposição física quando o enxergarmos de forma diferente.
O amor canalizado a uma pessoa, que guardávamos de forma romântica para momentos inesquecíveis, concentradamente, agora passou a ser a um grupo maior de pessoas, como uma necessidade diária nossa, até de forma impulsiva. Assim, o que era limitado e centrado, passou a ser a cada dia mais impulsivamente desconcentrado.
É nos momentos de dificuldades que crescemos e nos tornamos seres humanos melhores. E é também nos momentos de agruras que a ciência avança por necessidade, transpiração e inspiração e nos salva. E é nos momentos de dores que nos sensibilizamos, encontramos o nosso Eu e buscamos o elo com o Todo.
Talvez agora passemos a lidar melhor conosco mesmos e com o Todo a que damos tantos nomes, repeitando, durante essa caminhada, os nossos semelhantes.
Talvez novas fórmulas, baseadas em novas visões sobre antigos conceitos, nos ajudem a enxergar o mundo como ele é, passando a entender e compreender tudo o que as antigas religiões nos ensinavam, com palavras então compreensíveis. Talvez enxerguemos de forma mais simples, mas mais intensa e verdadeira, aquilo que muitos não viam.
O limitador da visão humana não é só o desconhecimento, mas a concentração em definições e concepções restritivas da percepção e da sensibilidade humanas.
Quando Einstein concebeu a teoria da relatividade, visualizou as amplas possibilidades de um Universo tão repleto de diversidades, diferenças e de tantas congruências.
A matéria é só um estado. Ela jamais explicará o todo. A cada dia fazemos descobertas do que era até então invisível, como os átomos, os nêutrons, os prótons, os elétrons, o neutrino, os quarks, os fótons, os glúons. Porém, não enxergamos a nós mesmos seres humanos, nos limitando a nos definir como um conjunto feito de carne, osso, moléculas e átomos.
Que repensemos a nossa existência, a forma como enxergamos o mundo e o Todo, dê-se a ele o nome que tradicionalmente uma etnia, uma filosofia ou religião dê.
O COVID-19 é somente um vírus, mas carrega consigo a oportunidade de nos revolucionarmos em definitivo, mental, cientifica e espiritualmente.
Libere a sua mente para novas descobertas e realidades. O avanço da humanidade e da própria ciência dependem da amplitude crescente de nós mesmos e do que chamamos de mundo.