segunda-feira, 1 de junho de 2020

O NAUFRÁGIO DE NOSSA NAÇÃO

Faz um bom tempo que não fazia postagens seguidas aqui no blog. Em parte devo tal façanha (ou será fraqueza?) à minha capacidade de dormir muito pouco (será insônia?) e em parte à apreensão em relação ao que vivemos (será angústia?).

Mas não escreverei aqui sobre mim ou sobre a minha falta de sono, mas à geopolítica, algo que não tratava há muito tempo.

O Brasil se afasta de seus principais parceiros comerciais (China e Mercosul) e se alinha cegamente aos Estados Unidos, como se vivessemos o período da guerra fria havida entre os EUA e a então União Soviética.

E há uma guerra fria, sim, comercial, diplomática e de confrontação, principalmente por parte dos Estados Unidos em relação à China. E a pressão aumenta diariamente graças às políticas adotadas pelo populista (e não necessariamente popular) Donald Trump.

O que assusta os Estados Unidos é verificar que mesmo com a adoção das políticas nacionalistas (ou xenófobas) de Trump, a China continua a crescer vertiginosamente e em menos de uma década se tornará a primeira economia mundial. A par disso, a China investe pesadamente em tecnologia, forças armadas e diplomacia, se posicionando.

Não é só o amplo comércio, mas principalmente a altíssima tecnologia chinesa o que preocupa os estadunidenses, que fazem de tudo para que as empresas chinesas não operem a tecnologia 5G no mundo afora (essa seria a gota d'água, já que o rápido desenvolvimento da tecnologia espacial chinesa inveja os próprios estadunidenses que recentemente criaram sua força espacial. Por quê será?). 

O Mar da China, navegado por forças estadunidenses, serve para pressão e provocação da potência asiática, assim como a acusação insensata e sem sentido, desmentida 'in loco" pela própria inteligência dos Estados Unidos, ainda em novembro de 2019, de que o COVID-19 teria sido criado em laboratório chinês (um grande jornal dos Estados Unidos revelou que a CIA havia emitido comunicado, ainda em novembro do ano passado, aos países aliados, de que a China sofria uma forte pandemia que paralisou regionalmente a sua infraestrutura e economia).

A história mostra que não foram os chineses que utilizaram armas biológicas no mundo afora, tampouco químicas e menos ainda atômicas. Já os estadunidenses...

Os "exóticos" chineses têm tradição milenar na arte do comércio. Eles sempre negociaram e ganharam espaço com a arte da diplomacia. As histórias de Marco Polo e dos árabes evidencia isso. A beligerância sempre foi a última alternativa para eles, que já sofreram na pele as trágicas e mortais consequências advindas do domínio dos imperialismos japonês e britânico. 

Já os Estados Unidos conquistam o seu espaço comercial através da pressão, com força e  beligerância, e necessitam constantemente mostrar poderio e investir pesadamente em suas já poderosíssimas Forças Armadas.

Como o Brasil se situa nisso? O Brasil tem parcerias tecnológicas importantes com a China, inclusive de lançamento de satélites, tem a China como o seu principal parceiro econômico e é o país asiático o principal investidor em empresas brasileiras recém privatizadas.

Porém, ao invés de investir nos BRICSs, o grupo que reúne algumas das principais potências econômicas e atômicas (China, Índia e Rússia) e um importante aliado na África (África do Sul), o Brasil opta por se afastar da zona de influência na América Latina e África e se aliar cegamente às políticas de interesse econômico e geopolítico exclusivamente estadunidenses. O Brasil cede. Cede nos vistos. Cede a base de Alcântara. Cedeu a Embraer (a Boeing voltou atrás devido à crise ocasionada pela COVID-19 e o governo restou inerte). Cede...

Essa política estranha, que não atende aos interesses geopolíticos e econômicos brasileiros, faz suspeitar que ou houve a participação da inteligência dos Estados Unidos ou até mesmo a injeção de dinheiro estadunidense na campanha do atual presidente brasileiro. Os interesses jamais foram nacionais, mas muito particulares.

Não faz sentido algum, aos interesses de crescimento de nossa economia, esse alinhamento dito "estratégico" do Brasil aos Estados Unidos.

Os Estados Unidos são a maior potência econômica e militar e merecem o respeito do governo brasileiro, mas isso não pode acarretar um alinhamento às cegas, traindo uma tradição de uma tendente imparcialidade de mais de um século da diplomacia brasileira.

Talvez estejamos próximos de uma grande e grave revelação e talvez esse seja o real motivo do desespero do atual governo em buscar um apoio popular (ainda que limitado a 20 ou no máximo a 30% da população) e militar (por mais estranho que possa parecer a qualquer nacionalista).

Não é só a economia brasileira que restará afetada pela má política desse governo, mas a imagem das próprias Forças Armadas.

Não bastasse isso, ainda há o sério risco de Trump não ser reeleito, o que deixaria o Brasil ainda mais isolado. E, o que considero mais sério, há o risco do militar que assumiu o Ministério da Saúde não conseguir evitar que o Brasil se torne, em pouquíssimos meses, o país mais agravado pela pandemia do COVID-19. O fracasso do governo é geral.

Um governo claramente entreguista, nacionalista apenas no discurso, e fracassado em todos os aspectos, econômico, ambiental, social e de saúde, além de moral (como mostram e mostrarão as atuais investigações), jamais poderia receber o apoio dos militares. Jamais! A ruína do governo, que se avizinha, poderá trazer um descrédito gravemente prejudicial a uma das instituições mais importantes que temos para a noção do que é a Nação Brasileira, as nossas Forças Armadas. A nossa democracia e o próprio sentido de Nação brasileira dependem dela.

O fracasso econômico, social, cultural e a ruína das próprias estruturas do país são claramente (pre)visíveis.

O barco está naufragando.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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