CHINA
INTRODUÇÃO
A China é pouco maior que o Brasil, com 9.597.000 km², e possui 7 vezes a nossa população, com mais de 1
bilhão e 400 milhões de habitantes.
É um Estado onde vigora o unipartidarismo, com o partido comunista
chinês, mas a sua economia abriu-se ao capitalismo e possui muitas empresas privadas.
A história da China data de mais de 3 mil anos, mas
unificou-se no ano 221 AC. No período dos pequenos Estados, quando floresceu a
filosofia chinesa, com destaque ao confucionismo e ao taoísmo.
Em sua história, foi
dominada e colonizada por diversos impérios, do Mongol ao japonês, passando
pelo britânico, e por partes da China já houve domínio dos portugueses, dos espanhóis,
dos holandeses e dos russos.
Hoje, a China é considerada a segunda economia
do Mundo e tem uma disputa política com Taiwan, onde se refugiou o grupo rival
aos Comunistas. A ilha de Taiwan era chamada de Formosa, avistada pelos
Portugueses nos idos do século XVI.
Embora pouco conhecida, a imigração chinesa no
Brasil data do início do século XIX, quando chineses vieram ao Brasil para
trabalhar em plantações de chá, muito antes da imigração europeia.
ATRITO COM OS ESTADOS UNIDOS E A PRESSÃO DESTE
SOBRE OUTROS PAÍSES
A razão do atrito não é a pandemia, Taiwan ou
Hong Kong. Esses são meros pretextos para os Estados Unidos levantarem a voz
contra a China. A razão da briga travada pelos Estados Unidos é essencialmente econômica
e geopolítica, mas decorre também da campanha presidencial deste ano nos
Estados Unidos.
Trump está em plena campanha para a reeleição
e visa mostrar-se um forte defensor das questões de cunho nacional.
CONTENSÃO ECONÔMICA E GEOPOLÍTICA
Os Estados Unidos preveem a rápida ascensão da
China ao pódio de maior potência econômica do globo e passou a considerá-la
como uma perigosa rival, e visam isolá-la diplomaticamente, boicotá-la
economicamente e minar os esforços do governo chinês de expansão econômica.
Aos Estados Unidos interessava uma China
crescendo economicamente e produzindo produtos baratos, até perceber que aquele
país estava investindo em tecnologia e ampliando a sua base de influência
geopolítica, além de chegar ao espaço com tecnologia própria, integrar blocos
economicamente poderosos como o BRICSs e recriar a Rota da Seda, o que fez os
EUA perceberem que a China não era mais economicamente dependente de seu país.
Mas o governo Trump acirrou os ânimos estadunidenses
no enfrentamento, e não é de hoje.
Estrategicamente,
a tecnologia 5G, hoje liderada pelos chineses, leia-se Huawei, importa aos Estados Unidos, por terem reflexos no posterior
desenvolvimento dessa tecnologia de ponta em comunicação e também por claras questões
econômicas, e por isso pressiona há longo tempo países aliados, principalmente
os europeus, japoneses e brasileiros, a aderirem à tecnologia estadunidense.
Visando minar os BRICSs e a em especial a
China, os Estados Unidos pensaram em convidar a Índia, a Rússia e o Brasil,
além da Coreia do Sul e Austrália, a integrarem a nova versão do G7.
Recentemente, matéria do britânico Financial
Times divulgou que Donald Trump emitiu um memorando solicitando que o
Departamento do Tesouro criasse regras para dificultar a colocação e a
circulação de títulos chineses nas bolsas estadunidenses.
A própria Nasdaq, mercado de ações, tomou a
decisão de tornar mais rígidas as regras de admissão em bolsa, com a exigência
de um valor mínimo de arrecadação, afetando quase um terço das empresas
chinesas.
Por outro lado, Donald Trump proibiu que os
famosos fundos de pensões dos servidores públicos estadunidenses investissem em
títulos chineses.
A China refez o mapa da Moderna Rota
da Seda e mudou o itinerário que incluía a Síria e a Turquia para os portos de
Israel e do Egito, também no Mediterrâneo, o que levou o Secretário Mike Pompeo
a viajar rapidamente a Israel para convencer o governo desse país a vetar a
ampliação dos investimentos chineses em seu país, que já controlam metade da
produção agrícola israelense.
A guerra na Síria, que abrange os
vizinhos Turquia e Iraque, evidencia que surgiu não como fator para “deter” o
Irã, mas como instrumento para barrar as pretensões econômicas e geopolíticas chinesas
na região.
Ao
lado disso, congressistas de diversos países, como Reino Unido, Suécia,
Noruega, Canadá, Alemanha, Austrália, Estados Unidos e Japão, criaram uma
aliança para adotar um posicionamento contra a expansão da influência global da
China, que consideram uma ameaça aos valores e princípios democráticos
ocidentais, em questões de comércio, segurança, direito internacional e
direitos humanos.
DAS
CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS PARA O BRASIL
Embora
a China seja a maior compradora de produtos brasileiros desde 2009,
recentemente criou barreiras comerciais a alguns produtos brasileiros.
A
razão está tanto no alinhamento ideológico do governo brasileiro à extrema
direita estadunidense, com discursos preconceituosos em relação aos chineses e
à defesa da independência da ilha de Taiwan, considerada pela China continental
parte de seu território, como na forte pressão que os Estados Unidos fazem para
que a China compre mais produtos estadunidenses, deixando de importar os de
outros países, incluindo os do Brasil.
Enquanto o Brasil vivencia no discurso governista o
anti-comunismo primário, que agrada meia dúzia de pessoas perdidas no tempo, os
Estados Unidos se utilizam desse discurso anacrônico para manterem-se como a
primeira economia do globo, às custas da própria economia brasileira. Só quem
não percebe são parcela do povo e do empresariado e parte dos militares brasileiros, seduzida por benesses.
A este governo pouco interessa a economia ou as vidas perdidas de brasileiros na pandemia. O que interessa, tão somente, é a reeleição de Trump e de Bolsonaro, custe o que custar.
O preço que o Brasil está pagando é alto demais.