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Não se trata de exercício de futurologia, mas de interpretação do que vem ocorrendo, a afirmação de que o COVID-19 tornará o mundo diferente.
E não tornará o mundo diferente apenas em relação ao que vivenciamos no nosso dia a dia, aos nossos hábitos e costumes, mas nas relações mais profundas do próprio sistema capitalista mundial, a começar pela venda da vacina contra esse vírus mortal.
Há muitos países e indústrias investindo em uma vacina contra o COVID-19. E é possível que no início de 2021 ou até em dezembro de 2020 ela já esteja disponível para "alguns". Em ampla escala demorará um pouco mais.
Mas a questão que resta a saber é a que custo? Os governos pagarão fortunas para imunizar os seus cidadãos? Os mais ricos terão prioridade por poderem pagar altos custos? Como será a relação custo e lucro das empresas que estão investindo fortunas? E os governos que investem nas vacinas permitirão que outros países e povos se beneficiem dessas eventuais conquistas?
Em um mundo caótico, a solidariedade seria a maior arma contra o COVID-19, o mal do século. Porém, duvida-se que governos de viés xenófobo e nacionalista (nacionalismo doentio, entenda-se bem), compartilhem suas conquistas de imediato. Países de extrema direita provavelmente priorizarão os seus cidadãos, deixando o restante do mundo em um segundo plano.
Na contramão desse pensamento extremista está a China, que já declarou que qualquer vacina do COVID-19 será tratada como bem público.
E embora a China tenha um partido comunista que a dirija, o sistema capitalista lá existe e permite que grandes empresas também invistam na produção da vacina do COVID-19. Porém, a relação do investimento com o lucro dele decorrente, ao menos lá, será tratado de forma diferenciada para a pandemia do novo coronavírus. O lucro deixará de ser prioridade nesse caso, como já afirmou o presidente chinês Xi Jiping.
Aliada à questão da vacina ser bem público, está a capacidade de rápida e ampla produção de produtos pela China, o que permitiria a grande produção desse bem em amplíssima escala.
Além disso, a China tem tradição em conquistar simpatia e comércio sem promover guerras por toda a longa história da humanidade, ao contrário das potências ocidentais, que tanto marcaram a história pelas colonizações e imperialismo, além de provocarem as duas grandes guerras mundiais.
Talvez a China seja a indutora de humanização em um momento em que o materialismo está tornando sistemas, governos e pessoas doentes.
Países e pessoas deixarão de ser tão egoístas e permitirão que a solidariedade volte a ser o que une a humanidade em períodos de pós guerras e pós catástrofes? A China nos dá a esperança de que sim. Esperaremos e veremos.