sábado, 3 de março de 2018

O INDIVIDUALISMO, A EXCLUSÃO E O RISCO À SOBREVIVÊNCIA DE NOSSA ESPÉCIE. DA MUDANÇA NECESSÁRIA.

desenho extraído da internet, sem autoria apontada





















Quando não acreditamos no sistema, tudo fica difícil.

Hoje, eu acho mais difícil fazer coisas tão ousadas como fazia até 10 anos atrás.

Antes, eu achava possível mudar o mundo com a educação e a informação. Cria que a tecnologia ajudaria a humanidade nesse processo. E fiz pequenas ousadias. Alguns sonhos, no entanto, não se concretizaram, mas bem que, em tese, poderia colocar em prática, ao menos no âmbito da tentativa.

Hoje, porém, talvez cansado pela idade, eu considero tudo difícil e não me empolgo mais com a tecnologia. Para mim, nesse momento de descrença, tudo que vejo serve apenas para manter a mentalidade consumista ou voltada para a exclusão e, em decorrência, em razão da suposta superioridade ou da nomeação de um suposto inimigo, ao belicismo histórico.

A extrema direita está aí, espalhada e fortalecida no mundo afora e dentro do Brasil nos dando claros exemplos disso. Para eles os denominados "outros" são inimigos a serem excluídos, combatidos e exterminados.

Chegamos a um nível de individualismo e de exclusão doentios. Estamos, dia a dia, a perder um pouco mais da nossa capacidade de sensibilização. Vemos tudo de longe e julgamos segundo uma falsa, imprecisa e destoante lógica que nos apresentaram.

O que precisamos é passar um tempo com os excluídos. Poder-se-ia passar um tempo com as pessoas em situação de rua; com os drogaditos que perambulam como zumbis; com os idosos nas longas filas do INSS ou dos hospitais públicos; com os refugiados no seu difícil dia a dia; com os desempregados e o seu desespero para colocar comida em casa; com os presos, a fim de perceber a falta de perspectiva; com as crianças que não vão às escolas; e tantos outros.

Ao nos colocarmos no lugar do outro, perceberemos que não há inimigos, mas apenas diferenças substanciais através das quais a vida nos é apresentada.

Antes, acreditava na sensibilização pelas palavras, mas cada vez mais entendo que a verdadeira capacidade de se tocar vem pela percepção "in loco" da realidade. É óbvio que as palavras muitas vezes nos comovem, mas sentir a realidade ao vivo mexe com sentidos importantes, cujas palavras, por si só, não alcançam.

Todos, sempre, deveriam se colocar no lugar dos outros. E veríamos que não há melhores ou escolhidos, mas apenas uma luta individual e coletiva, constante, pela sobrevivência.

E todos, ainda hoje, queiramos ou não, lutamos, em maior ou menor grau, pela sobrevivência.

E, para mim, fica mais evidente, a cada dia que passa, que se perdurar esse individualismo excessivo e a luta individual, com exclusão do outro, a humanidade não sobreviverá a um eventual nova catástrofe que se apresente, já que, historicamente, a luta nesse âmbito sempre foi basicamente coletiva e não meramente individual.

A mudança do comportamento de nossa sociedade pode não decorrer mais de uma livre escolha, mas de uma necessidade premente!

Cabe a nós a mudança. Sendo mais sensíveis, tolerantes e solidários, não apenas seremos mais Justos, mas poderemos garantir a luta coletiva conjunta e harmônica pela sobrevivência da nossa espécie.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



Postagens populares

__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"

___________________________________________________________________________________