quinta-feira, 22 de março de 2018

DA DESCONSTRUÇÃO DE NOSSAS BRASILIDADES

imagem extraída da internet

Para refletir no início da manhã desta quinta feira!

Vivenciamos no Brasil o que alguns chamam de retrocesso, alguns outros de golpe, muitos de virada para a direita, mas que para mim pode ser definido como a de desconstrução das brasilidades.

O país que vivemos, certamente, já sofreu explorações deploráveis. Foi assim na época da colonização, do Império e de nossa conturbada República, onde, sempre após períodos de entreguismo e também de ditaduras, tivemos momentos de explosão cultural, intelectual e de reflexão sobre o país e o seu futuro.

O Brasil já vivenciou momentos maravilhosos e sublimes de brasilidade!

Antes do golpe de 1964 o Brasil explodia em brasilidades. Era o cinema, o teatro e a música expandindo o nome do Brasil para o mundo. E foi após o golpe que brasileiros críticos e sensíveis à causa do país ingressaram ou voltaram à política para tornar o Brasil menos repugnante. Com eles veio a Constituição cidadã de 1988 e com ela um Brasil remodelado para uma visão mais progressista, desenvolvimentista e humanista.

Hoje, após a histeria coletiva contra um partido politico e alguns de seus integrantes, muitos voltaram ao equilíbrio emocional e viram que o que emergiu no país nesses dois últimos anos certamente é pior do que existia à época dos panelaços. Oportunistas cínicos e vaidosos dominam o cenário político nacional e até econômico. Houve, sem dúvida, erro partidário e de políticos anos atrás, mas de dois anos para cá o erro do eleitor raivoso, que tem votado contra o que existia sem enxergar quem está colocando em seu lugar, tem dado oportunidade à desconstrução das brasilidades e à tomada do poder pelos oportunistas sem qualquer plano para o coletivo e o próprio Brasil. Os oportunistas que aí estão preocupam-se apenas na permanência e ocupação do espaço de poder, e só! Não há preocupação alguma com empregos, com saúde, com educação, com cultura, com o que se lê, com o que se ouve, com o que se sonha. Para eles o mundo se reduz à oportunidade de um discurso simplista que seja capaz de seduzir uma grande massa não reflexiva.

Não temos mais a figura do empresário preocupado em criar empregos e fazer o Brasil se desenvolver. Hà apenas a figura do empresário por oportunidade de investimento, que visa tão somente o maior lucro possível, e só! Não temos mais o politico que se condói com os problemas vivenciados pelos brasileiros. Também já não temos a música que nos faz amar e sonhar, a literatura que nos faz ver a intelectualidade e a grandeza do nosso povo ou o cinema que nos revela com uma visão crítica aguda da política, da sociedade e dos acontecimentos globais. Temos um cinema bobo que nos faz rir do ridículo, e só. Temos uma música sem conteúdo, refletindo o eu do brasileiro nesse instante. A literatura tem se resumido a textos absurdamente insanos sobre política, assim como nós temos agido em relação a ela. O Brasil está perdendo a sua essência, a sua brasilidade e a culpa é de todos, inclusive e principalmente nossa!

Sem perceber, estamos tornando o Brasil mais superficial, mais raivoso e mais distante daquilo com o que sonhamos. Afundamos e levamos o Brasil junto, colocando na política oportunistas preocupados apenas com sucesso, fama, contatos e sem qualquer responsabilidade com o país, sua cultura e o seu futuro e os próprios brasileiros.

Sem a nossa responsabilidade e conscientização, as brasilidades tão intensas, não sobreviverão a essa onda de desconstrução de nossa cultura e de nossa imagem.

A crise do Brasil não é só política. Os reflexos são muito severos nos aspectos sociais e da economia, mas mais ainda naquilo que somos únicos, nas nossas brasilidades!

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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