Recentemente fui ver o filme "My Joy", ou "Minha Felicidade" em português, do diretor bielorusso Sergei Loznitsa. Sergei era documentarista e realizou esse longa ficcional em 2010. É um filme denso e pesado, mas que retrata a história nada leve da Rússia nesses últimos 100 anos. É um filme para pensar, mas o que mais me espanta é que um público normalmente intelectual, como o que frequenta as salas de cinema de arte, se ponha a rir desmedidamente ao final do filme, de forma a menosprezar o trabalho artístico de um diretor que transmitiu exatamente o que pretendia, ou seja, a crueldade e frieza de uma sociedade que transforma seres bons em monstros exagerados aos olhos alheios. E aqueles que friamente gargalharam do exagero, participaram da monstruosidade ao desconsiderar toda a agrura alheia.
Se por um lado é bom ver filmes polêmicos, por outro é de se lamentar que o público queira constatar apenas finais lineares, tão comuns no circuito comercial, também nos filmes de arte.
Veja o trailer: