Nessa cidade havia uma rua.
Nessa rua havia uma casa.
Nessa casa havia uma pessoa.
Essa pessoa não tinha amigos nessa rua.
Essa rua não cruzava nenhuma outra rua ou avenida.
A cidade não tinha outra rua que não aquela.
E o país não tinha Estados, mas apenas aquela pequena cidade, rodeada de nada.
Que país era esse?
Que cidade era essa?
Que rua era essa?
Podemos fazer mil perguntas, mas a mais difícil de responder é: que pessoa era essa que morava só em um lugar repleto de solidão? É a mais difícil de responder, pois é de difícil compreensão. As outras podem ser objeto de dedução, mas a que envolve a alma humana exige uma forte tendência de sentir aquilo que outro ser humano vivenciou ou vivencia.