O povo árabe vive reprimido há mais de 500 anos. E, agora, ainda que sob o mando de governantes árabes, continua a sofrer.
Com a decadência dos sultanatos árabes ao final da idade média, os turcos dominaram grande parte do antigo império árabe-islâmico, incluindo diversos países de etnia árabe. E no início do século passado, muitos países que estavam sob o jugo do império turco-otomano, passaram a ser colonizados por outras forças imperiais, como da França, Inglaterra, Itália e Espanha.
A independência da maioria dos países árabes data de menos de 70 anos. É algo extremamente recente. E parece que a vida do povo não melhorou em nada nos últimos tempos. Ao contrário. Parece que a liberdade continua sendo cerceada.
Ditaduras dominam a enorme parte dos países de cultura árabe. E essa maioria ditatorial, como Egito, Arábia Saudita, Iemen e outros países do golfo pérsico, conta com a simpatia dos países ocidentais, em sua maior parte devido a questões estratégicas ou econômicas (petróleo e gás).
O Egito vem massacrando o seu povo e o vídeo abaixo demonstra a truculência dos guardas ditatoriais frente aos jovens. No vídeo abaixo, você perceberá que, mesmo detidos, os jovens continuavam a apanhar. E uma moça árabe-muçulmana, com véu, teve a parte de cima do seu corpo desnuda por militares, que não a respeitaram. Apenas um soldado teve a coragem de vestí-la, após ser deveras agredida, e quando já não oferecia qualquer resistência. Humilhação e tortura continua sendo algo comum mesmo após a queda do ditador Mubarack. A primavera árabe iniciada há um ano vivencia um rigoroso inverno nos direitos civis. E é necessário que a população se mobilize com mais intensidade para que a liberdade afinal se avizinhe daquele sofrido povo egípcio.
Na Síria os ocidentais clamam pelo enfraquecimento da força militar daquele país, a fim de que um eventual governo extremista não possa se utilizar de armamentos de vanguarda, e isso para a "segurança" de Israel. E o ocidente vem conseguindo êxito, inclusive no futuro desmembramento daquele país. Os militares sírios não pensaram na difícil situação em que se encontram, com o descrédito em relação à população, e continuam a massacrar os divergentes, em sua grande maioria desarmados. Os poucos vídeos divulgados no ocidente demonstram os assassinatos havidos. Se há uma coisa que unia os sírios era o seu forte exército, símbolo de liberdade e de autodeterminação conseguida há apenas 70 anos. Agora, o exército corre o risco de não simbolizar autonomia nenhuma, mas tão somente truculência de uma ditadura às vésperas da morte. E a Síria corre o risco de ser repartida, assim como o Iraque e a Líbia. As divisões religiosas nada mais servem de interesse a potências ocidentais que pretendem garantir o seu amplo acesso ao petróleo e ao gás, desunir ainda mais os diversos membros da nação árabe e fomentar o expansionismo territorial clamado pela direita sionista israelense.
O povo árabe conta com o apoio das multidões que saem nas ruas nos mais diversos países como o Brasil, Estados Unidos, Israel, Espanha, Portugal, Grécia, Chile... As mulheres árabes contam com o apoio e a simpatia mundial. E é chegada a hora de mudança definitiva em todos os governos árabes, para que se permita o renascimento da liberdade, das ideias e do progresso de um povo que foi tão importante para trazer luz à escuridão vivenciada pelos povos europeus.
Talvez em um futuro próximo os povos do mundo possam se unir e demonstrar força perante os governos desmedidos, ou até mesmo desmerecidos de qualquer respeito, onde quer que se encontrem neste vasto planeta.