sábado, 31 de dezembro de 2011

BRASIL, A 6ª ECONOMIA MUNDIAL.

Muito me preocupa esse ufanismo em apregoar aos sete cantos que somos a 6ª maior economia do planeta terra, como se isso nos tornasse mais importantes ou resolvesse os problemas brasileiros.

O Brasil começou a industrializar-se, de fato, nos anos 30, com Getúlio Vargas. Foi a época em que o Estado investiu maciçamente na economia, criando grandes indústrias estatais, dentre elas a Petrobrás, nos anos 50. Com Juscelino, ainda nos anos 50, o Brasil captou mais investimento de indústrias internacionais. João Goulart, o último presidente do antigo PTB, continuou a investir na industrialização nacional, mas paralelamente pretendia resolver a questão da desigualdade social, investindo em educação, saúde, reforma agrária, e foi derrubado por um golpe articulado pela direita nacional, militares formados em escolas de guerra de viés estadunidense e pelo próprio governo dos Estados Unidos. Os militares que sucederam João Goulart se perderam na questão econômica. Embora o Brasil tivesse alcançado a condição de 8ª economia mundial àquela época, o bolo do crescimento inflava, mas não era dividido equitativamente entre todos os brasileiros. Surgiam mais favelas e aumentava a desigualdade social. A dívida externa alcançou índices assustadores. Após 1985, os governos civis voltaram ao poder, mas a questão econômica não era tratada de forma eficiente. Almejava-se apenas o dinheiro que ingressaria no país, mas não a solução da questão econômica propriamente dita. Disso resulta que qualquer crise internacional afetava de pronto o Brasil, e o desemprego aumentava. A inflação atingia índices alarmantes no final dos anos 80 e início dos anos 90. O presidente que sucedeu Collor de Melo, Itamar Franco, e o seu ministro da economia, Fernando Henrique Cardoso, instituíram o Plano Real, o que permitiu que a inflação ficasse praticamente estagnada. Por outro lado, empresas vitais, ocorreu uma privatização como nunca fora vista até então. O Estado pararia de fomentar a industrialização nacional e tornar-se-ia um espectador. A política econômica de Fernando Henrique seguia essa atuação. Lula modificou-a, fazendo com que o Estado fosse um grande investidor, seja pelas grandes empresas, como Petrobrás, seja pelos bancos comerciais, como Banco do Brasil, seja através dos bancos fomentadores, como o BNDES. Isso permitiu um grande investimento no comércio e na indústria. Ao assumir, Dilma deu continuidade à política econômica de Lula.

O fomento dos bancos estatais não propiciaram a industrialização necessária. O Brasil continua a ser um grande comprador de bens supérfluos e tecnológicos. Compra quase tudo da China. E se você reparar, a pasta de dente, a goma de mascar e tantas outras coisas simples são fabricadas em outros países da América Latina. Ou seja, o Brasil parou de produzir bens que consome e exporta apenas o que se chama de commodities, ou seja, matéria prima.

A economia européia e estadunidense está em crise e pode alcançar o tigre chinês. E se a China diminuir o ritmo de crescimento, as exportações de minério brasileiro diminuirão drasticamente, acarretando o recrudescimento do setor de serviços nacional e o conseqüente desemprego, além do arrocho salarial.

Para evitar isso e permitir a sobrevivência e até o pequeno crescimento nacional, se faz imprescindível investir na industrialização. Se isso ocorrer, haverá a geração de empregos e a conseqüente atração do trabalhador informal para o emprego com certos benefícios ou garantias. E a crise internacional não afetaria o Brasil, que continuaria a comercializar, mas agora produtos para a sua classe menos abastada, que passaria a consumir mais e assim fomentar a economia nacional.

E a industrialização nacional implicaria na automática responsabilidade do governo pela melhoria da educação básica (ensino fundamental), a fim de possibilitar mão de obra qualificada para as empresas brasileiras.

Assim, ser a 6ª economia mundial do jeito em que o Brasil atualmente se encontra não é vantagem alguma, ao contrário. Ter dinheiro e ver a maioria da sua população pobre, sem educação, saúde e dignidade adequadas, é no mínimo vergonhoso.

O Brasil tem saída. Basta a classe política e financeira dirigente querer!

Chega de dois Brasis, um do interior, pobre, e outro do litoral, à imagem das grandes potências européias e estadunidense, o que se perpetua desde o Brasil colônia.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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