Paula Laboissière
Brasília - Pesquisa divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o padrão de mortes provocadas por causas infecciosas e transmissíveis no Brasil está sendo progressivamente substituído por óbitos decorrentes de doenças crônicas, degenerativas e também por causas externas ligadas a acidentes e à violência.
Dados indicam que doenças do aparelho circulatório constituem o principal grupo de causas de morte no Brasil. Entre os homens, o segundo lugar fica com acidentes e violência e, entre as mulheres, com as neoplasias (alterações celulares que podem provocar câncer).
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, uma melhora na cobertura e na definição das causas de morte permitiu a investigação de alguns padrões de mortalidade no Brasil. Houve uma redução considerável das chamadas causas mal definidas de óbito, por exemplo, nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo o IBGE, transformações no perfil demográfico brasileiro foram intensificadas a partir da segunda metade da década de 70, marcadas pela significativa queda na fecundidade. Foram registradas também migrações, urbanizações, transformações sociais e econômicas e reorganização na composição e no tamanho da família.
Um dos resultados, de acordo com o estudo, é o progressivo envelhecimento da população, com impactos e novas demandas no sistema público de saúde. Uma avaliação das proporções de óbitos por grupos de idade registrados entre 1999 e 2008 destaca a redução da mortalidade nos primeiros anos de vida mas a elevação de óbitos de pessoas com 60 anos ou mais.
“O novo quadro epidemiológico decorrente da transição da estrutura etária brasileira requer adequação da infraestrutura de saúde para atender à crescente população idosa, de modo que profissionais relacionados às principais causas de enfermidades na população de 60 anos ou mais de idade sejam mais frequentes”, destaca o documento do IBGE.