7 dias de Chico Buarque, com vídeos de um dos mestres da MPB, a partir de amanhã.
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
AMIGOS DO JP - JORNAL DA POMPÉIA
Hoje eu quero dedicar um pequeno espaço aos amigos que me ajudaram em um projeto coletivo que se chamava JP - JORNAL DA POMPÉIA, um jornal virtual, existente apenas na internet, no endereço http://jornaldapompeia.blogspot.com/ e que teve 8 meses de existência (de maio de 2008 a dezembro de 2008). Alguns amigos são esses de baixo e há outros que, por timidez ou outro motivo, não quiseram postar foto, mas que também são especialíssimos. Até eu estou na foto, opa, desenho.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
COISAS, COISAS E COISAS QUE TRANSFORMAM-NOS EM INANIMADOS.
Vivemos como escravos do hoje. Tudo devemos fazer agora, em busca do prazer imediato.
Não nos preocupamos com o amanhã, até porque desacreditamos na certeza de que estaremos vivos no segundo seguinte. Ansiosamente gastamos energia e dinheiro com algo que nos conduz à futilidade e ao consumismo desenfreados, escravizando-nos. Pensamos que dessa forma estaremos vivendo, mas será que estaremos, mesmo? Faço a seguinte reflexão.
Vivemos o hoje de forma quase que absoluta, não poupamos força e dinheiro em busca do prazer. Nos achamos críticos e sensatos ao não crermos que existe vida além do imediatamente agora. Não buscamos reflexão, mas solução. Não buscamos conhecimento, mas definições. Não buscamos a inteligência, mas palavras buscadas no google, frases de livros etc. Tornamo-nos superficiais e sem conteúdo. Igualamo-nos aos objetos, aos inanimados, e ainda nos consideramos seres que vivem com intensidade.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Na rota dos fenícios
foto: ICARABE
Eles viveram muito antes que Roma pudesse existir como império e deixaram o seu rastro por quase todo o Oriente, chegando até a África por meio do Mediterrâneo (chamado depois pelos romanos -em sua descabida pretensão - de ‘Mare Nostrum’), como exemplo da força de seu império.
Estou falando dos fenícios, aqueles grandes navegadores e comerciantes que aparecem em tudo que é livro de história antiga e que a gente estuda, estuda, mas acaba sem saber a dimensão exata do que eles representaram para o mundo. Uma realidade que ainda transborda as páginas de qualquer livro pelos feitos, coragem e criatividade que tiveram. Foram os primeiros desbravadores dos mares antigos e fundaram colônias do Mediterrâneo ao Atlântico, chegando até as ilhas britânicas e, segundo alguns historiadores, ao mar Báltico. Há quem acredite que eles chegaram até o litoral brasileiro. Padre Emile Edde é um deles. Ele veio, no dia 22 de junho, a Teresina ministrar uma palestra a convite da Brigada Mandu Ladino e da Editora Zahle (que edita a revista Mercado do Imóvel). O tema da palestra foi “Fenícios no Brasil?”, assunto polémico, que ainda divide a comunidade científica pela falta de vestígios, apesar de inúmeras evidências.
Mas padre Emile, um libanês de 74 anos, representante da igreja maronita de São Paulo, é um estudioso do assunto e trouxe na bagagem fortes evidências da passagem deles por nossas terras. Uma das mais significativas está na área da linguística, devido ao tipo de escrita que foi encontrada em vários pontos do litoral do Brasil e o tipo de escrita inventada por eles, fenícios. Também no começo do século passado, uma expedição arqueológica formalizada para esse fim encontrou no fundo da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, duas enormes ânforas de estilo e inscrições fenícias. Muitas outras evidências foram citadas na palestra.
Depois, um breve e interessante debate se travou com a plateia, formada por historiadores, arqueólogos, escritores, jornalistas, médicos, advogados e representantes da colônia sírio libanesa do Piauí, que também deu apoio ao evento através da Sociedade Sírio-Libanesa no Piauí.
Padre Emile é um estudioso com passagem pela Universidade de Salamanca (Espanha) com licenciatura em Filosofia e Teologia, pós graduação em Paris, com mestrado em Pastoral e História e com Doutorado em Ciências Teológicas. É autor de 15 obras traduzidas para o árabe, francês, espanhol e português e mais de 800 artigos publicados em revistas e jornais. Além disso, é uma figura ímpar. Irrequieto, curioso, conversador, alegre, padre Emile conquistou a simpatia e a admiração de todos que assistiram à sua palestra e o acompanharam durante a permanência em Teresina.
Ele visitou a Paróquia Mãe de Deus (Teotókos), a única igreja de rito ortodoxo do Piauí, onde teve a oportunidade de conhecer um pouco o trabalho que o Padre Vale desenvolve junto com a colônia árabe. Provou a típica culinária piauiense, o famoso 'escondidinho' (arroz misturado com carne seca) e o capote do Favorito Comidas Típicas e aprovou, com louvor, a nossa famosa cajuína, uma bebida não alcoólica, feita com o sumo do caju. Deliciosa!
Nascido em Biblos, uma das cinco cidades fenícias do Líbano, atualmente ele mora no Brasil, e é assessor de Dom Edgard Madi, Arcebispo Maronira do Brasil. Sua vinda fez parte de uma série de palestras que a Brigada Mandu Ladino promove mensalmente em um núcleo de estudos para discutir e divulgar a pré-história do Piauí. Assim como parte das comemorações
dos mais de 130 anos da Imigração Libanesa para o Brasil. Gostaria de agradecer a Sra. Lody Brais, presidenta da Associação Cultural Brasil-Líbano, com que mantive contato para viabilizar a sua vinda. A Editora Zahle tem a intenção de publicar um livro com o resumo de todas as palestras ministradas neste núcleo, que é aberto a todas as pessoas que tenham interesse neste assunto.
Nosso mar
A expressão ‘Mare Nostrum’ foi criada pelos romanos em cerca de 30 a.C., para nomear o mar Mediterrâneo, dando um exemplo da força do império. Em 2010, a mesma expressão está sendo usada por um projeto da Comissão Européia (CE) para unir seis cidades da região, antigos portos fenícios, promovendo o resgate da cultura local, o desenvolvimento do turismo e a troca de conhecimento entre países. Trata-se da versão moderna do ‘Mare Nostrum’, que traça uma rota comum entre Tiro (Líbano), Tartus (Síria), Cartago (Tunísia), Siracusa (Sicília, Itália), Rodes (Grécia) e Lavalletta (Malta).
Marta Tajra é jornalista, historiadora, editora da Revista Mercado do Imóvel, no Piauí, pela editora Zahle, de sua propriedade. Coordena atualmente o Projeto Memória do Comércio Piauiense, pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Teresina. Também é colunista do portal AZ (www.portalaz.com.br/coluna/marta_tajra).
segunda-feira, 26 de julho de 2010
E O GAJO FOI PARA PORTUGAL E PERDEU O LUGAR!
internet
Ah, no Brasil tem aquela história de quem vai pra Portugal perde o lugar. Isso se deve a um fato ocorrido com D. Pedro I, que retornou para Portugal para assumir a coroa no continente Europeu. Houve um lapso de tempo até que o seu filho, D. Pedro II, assumisse o trono.
Bem, mas a história não se passa no Império nem com os Dons Pedros, embora a ida a Portugal tenha significado uma verdadeira perda de lugar.
Quem me contou essa história foi um amigo que conheci numa viagem. Depois cheguei a conhecer o casal. Bem, o início e o final vocês saberão depois.
Vou omitir os nomes em razão do sigilo profissional, mas eu tenho certeza de que os envolvidos na história lerão essa crônia. Ah, espero que não fiquem com raiva, mas crônica, é crônica.
Era uma vez, há não muito tempo atrás, em uma terra repleta de cimento e de um tanto de madeira... (bem, o cimento revela os prédios e a madeira as favelas) ... um casal como outro qualquer. O nome deles? João e Maria. Sim, João e Maria, que nem os jovenzinhos do conto que os nossos pais contavam para nós. O lugar? Vocês já devem ter descoberto: São Paulo.
João e Maria, um nome perfeito para um casal, estavam em um relacionamento que os aproximava da corda no pescoço do João e em um dupla viseira na Maria, o casamento. Gosto não se discute, mas eles queriam isso. Mas o Santo de João era forte e o bom senso de Maria era - eventualmente - presente.
João e Maria tinham filhos, mas de outros relacionamentos. Formavam um casal moderno. Ele trabalhava ligado a publicidade e ela a vendas. Era um casal antenado com os mercados e a globalização.
Pensando nesse fato que os ligava, João teve a idéia de presentear Maria com uma viagem a Portugal. Era a celebração do relacionamento rumo ao Casamento.
Portugal, o país dos descobrimentos e dos navegadores era o lugar perfeito para quem gostava de comércio, globalização e mercados. Ao menos era o que pensava o sempre viajante João em relação a ele e a Maria. Bem, viajante no sentido de viver no mundo da lua. Por falar nisso, se ele tivesse ido à lua, talvez não ocorresse o que o destino lhe reservaria em Portugal, até porque na Lua há o São Jorge, que afastaria qualquer dragão ou monstro que ameaçasse a paz, já em Portugal há a Torre de Belém, para ele observar lá de longe o que ocorria do outro lado do Atlântico.
Ah, essa história..
Os pombinhos se prepararam para a viagem e lá estavam no Porto de Santos. Sim, eu não voltei no tempo. Eles eram românticos e pretendiam ir de navio e voltar de avião. Se pudessem voltar de carruagem, pelo o que conheço do casal, eles adotariam sem dúvida alguma a idéia, mas só se fosse carruagem ao estilo bote inflado, onde o casalzinho remasse pelos milhares de quilômetros que separam uma costa a outra.
Maria, morena, estava de branco, linda como sempre. João, mais claro e alto, estava de azul escuro e os dois demonstravam olhares verdadeiramente apaixonados e cúmplices, ao menos é o que pensavam até então.
João quis fazer uma surpresa para Maria, mas só iria mostrar depois do jantar.
O casal sorridente, depois de duas garrafas de vinho italiano, foi cambaleando até a cabine, com a desculpa de que as ondas estavam fortes. João, num súbito de (in)sanidade, abriu a porta, puxou Maria pelo braço, tirou algo do bolso e lançou ao mar e disse: Maria essa primeira pedra que lancei serve para mostrar como devemos fazer para voltar, para que não nos percamos do destino nem um do outro. Maria olhou, deu um beijo, estava para lá de Bagdá, ou melhor, Santos, e caiu na cama. João continuou a olhar o mar e a lançar as pedras. Em apenas 15 minutos ele jogou todas as pedras que havia guardado até então. Bem, eram muitas, umas quinhentas, pequenas, obviamente, e seriam jogadas uma a uma, aos poucos, durante todo o trajeto. Mas o vinho, com o balançar das ondas, avinagrou o cérebro de João e aí ele não se achou mais. Talvez por isso pudesse ocorrer dele não mais achar a volta para a casa. Enquanto isso, Maria era só sorrisos e roncos na cama.
Nos dois primeiros dias de viagem, tudo foi festa regada a muito vinho. Nos dois seguintes, foram dias de infecções intestinais e muitos remédios. Nos dois últimos, de vontade de um não olhar mais para o outro. Estavam literalmente enjoados um do outro, e isso porque a viagem de 20 dias mal havia começado.
João e Maria realmente não se falaram mais até aportarem em Porto. O porto ficava em Porto, uma grande cidade ao norte de Portugal, onde chove muito e faz um clima até que frio. Ao chegarem lá, Maria virou para o João e pediu que carregasse a sua mala. Educado, ele se prontificou a carregar a dela, a dele, as compras que ela fez e mais os casacos dela, a máquina fotográfica... Bem, é melhor eu parar, pois até eu estou ficando nervoso com isso.
Encurtando o caminho, a história e o tempo, João e Maria não saíram de Lisboa. Brigaram. Ela fez as malas, pediu gentilmente que ele as carregasse, juntamente com os seus casacos, as compras e a máquina fotográfica e mais.... Ele carregou. Sairam lágrimas dos olhos de ambos, mas eram orgulhosos. Ela olhou para ele e disse que não estaria mais disponível. Ele achou estranha aquela frase. entendeu como se já tivesse alguém na fila à espera da vaga...Olhou torto para ela e disse: Maria, quando chegar lá me ligue para conversarmos. E foi o que ela fez.
No telefone tudo ia bem até que João leu um e-mail de Maria que dizia que estava carente e com saudades. Como estava economizando nas ligaçoes, João achou que o motivo poderia ser esse, as poucas vezes que ligava, e começou a ligar mais, para suprir a carência da mulher que ele amava. Mas aí a história toma um rumo que ninguém poderia imaginar. Maria não atendia nenhuma ligação, descaradamente. Não atendia as ligações de casa, do trabalho nem do celular, o que deixou João preocupado, tanto que saiu correndo da cabine (telefônica), de onde fazia as ligações, para ir a um computador em frente e escrever um e-mail contando o ocorrido, e a Maria, com a maior cara de pau, respondeu que não atendeu porque não sabia quem era. Isso irritou profundamente o João que se pôs a ligar para o trabalho dela insistentemente, até que, passados alguns minutos, ela atendeu nervosa gritando: Diga, João! João, surpreso, disse: Maria, sem me identificar você acertou que era eu, e como dizia que não me identificava antes e por isso não atendia? Maria calou-se por alguns segundos e retrucou: Preciso trabalhar, não tem mais o que fazer? Mas, Maria, você não está com saudades?, perguntou João. Estava, João, estava. Não me procure mais, entendeu? respondeu secamente Maria, que desligou em seguida.
João, que nem conhecia a Maysa, viu o mundo dele cair (Maysa era uma brasileira cantora cujo maior sucesso foi a canção "Meu mundo caiu"). Chorou, foi o que ele me confessou e o que presenciei. A história da viagem acaba aqui, pois foi nesse instante, vendo esse patrício chorando que o conheci no posto telefônico com internet. O convidei para tomar um café, tentei fazê-lo sorrir, mas ele parecia um verdadeiro português, triste... Foi difícil elevar o astral desse meu amigo. Teve um momento que ele ficou mudo por mais de 15 minutos. Fiquei constrangido, pois percebi que ele precisava de silêncio. Nesse instante passou uma loira estilo mineira (e era mineira) que muito me interessou, juntamente com uma outra morena, ao estilo capixaba (e era mineira) que, quando ele percebeu, logo despertou-lhe interesse. Foi aí que o vi sorrir.
O tempo passou, ele voltou para o Brasil de avião, e adivinhem quem foi ao lado dele? A super morena mineira. De S. Paulo ela pegaria uma conexão para Belo Horizonte, onde dormiria na casa da sua irmã. Ele sabia disso, mas não sentiu necessidade ou vontade de trocar telefones. Tudo acabou no próprio aeroporto. A morena, que tinha um estilo de Juliana Paes, compreendeu o momento do João e se despediu. Trocaram abraços, apenas.
É, o João estava triste, mesmo. E eu só voltaria 10 dias depois e não estava com o meu amigo nesse momento, infelizmente.
Quando chegou no Brasil, João pôs-se a ligar para a Maria, mas não é que não atendiam na casa dela e o celular havia mudado de número? No trabalho também não atendiam, pois o identificavam pelo bina. Ele não se conformou. Estava tudo planejado. Ele perdeu o lugar. Sim, era motivo de felicidade, não acham? Quem ia botar a corda no pescoço não era ele, mas algum outro com quem ela devia estar saindo há um tempo. E a Maria? Ah, para ela ter viseira em ambas as laterais da vista não seria problema, pois ela não olhava por onde pisava e se olhasse não iria entender o significado.
Ah, mas como eu a conheci? Passados alguns dias da minha volta, eu marquei um encontro com o João e levei o telefone da morena, que a Janaina, a loira, havia me passado. Ele pegou, guardou no bolso, com cara de relativa felicidade, e me mostrou as fotos da viagem, onde estava a ex dele. Eu olhei e não acreditei! Eu a conhecia. Ela era rolo de um amigo de um amigo meu que eu havia visto em uma festa. Perguntei a profissão dela e tudo batia. Aí não aguentei e contei: João, a sua história não foi a primeira. Essa mulher gosta de se livrar dos ex em viagens. Há uns bons anos ela namorava há tempos um cara, planejou viagem com ele, voltou antes e deu um sumiço. Dias depois estava tranquila com o amigo de um amigo meu, com quem ela ficou por um bom tempo, mas só como "ficantes".
Ele olhou para mim, espantado. Abaixou a cabeça e minutos depois começou a gargalhar... Estava feliz, pois tinha se livrado de algo que poderia ter sido pior. Imaginou se estivessem casados? Se tivessem filhos juntos? Se morassem juntos? Como ficariam as crianças e as famílias?
Aí, como era de se esperar, João emendou: É, meu amigo, fui para Portugal e perdi o lugar.
É, João. Você perdeu o lugar, mas não a razão!, disse.
domingo, 25 de julho de 2010
O véu do ocidente
Mauricio Amar D.
para o ICARABE
para o ICARABE
foto: ICARABE
Ao falar sobre o Oriente, os meios de comunicação de massa não têm dúvidas em destacar certas características que, do ponto de vista orientalista, estariam grudadas à pele de todos que habitam esse local imaginário. Me parece que nos últimos dias têm se destacado fundamentalmente três: a ausência de democracia, o terrorismo e o hiyab (código de vestimenta que cobre parte do corpo feminino). As duas primeiras têm merecido invasões, ameaças e embargos por parte das potências econômico-militares do Ocidente, enquanto a terceira, o hiyab, tem tido uma repercussão nos próprios países que crêem defender uma certa tradição própria e que não duvidam em chamar de ocidental.
Ao enfrentar o hiyab “em sua própria casa”, o Orientalismo assume uma nova posição defensiva, representando-o constantemente como uma ameaça. Basta ler os textos de Orina Fallaci, as reações desvairadas dos partidos conservadores europeus (e a fraqueza dos “progressistas”) que buscam proibir tudo aquilo que guarde relação com o Islã. E é no hiyab onde o Ocidente crê encontrar uma evidência da barbárie árabe e islâmica, toda vez que o corpo feminino é recluso no secreto, na obscuridade de um traje que contrasta com a sexualidade aberta das mulheres ocidentais. No hiyab se lê a dominação sobre as mulheres e submissão de seus corpos. Não seria, de nenhuma maneira, uma tarefa fácil desmentir isso, pelo contrário, bem parece que o hiyab é uma imposição de uma cultura marcada pelo patriarcalismo tradicional e que evidentemente é só a face exterior de uma discriminação aberta que impede as mulheres de atingirem um status de igualdade com os homens. A transumância feminina acordada no matrimônio, o escasso direito de propriedade das mulheres, a violência física e psicológica a que estão expostas por sua permanente dependência, entre outros elementos, nos mostra que é o cobertor desta situação.
Mas também é certo que uma cultura que se posiciona como ‘diferente’ da outra que constantemente trata de mostrar a irracionalidade e barbárie da sua contraparte, costuma querer tirar o argueiro dos olhos dos outros e não ver a trave nos seus próprios olhos. E, claro, em temas de desigualdade e desigualdade de gênero seria bastante útil enumerarmos carências e avanços de um e de outro lado para chegar a um empate técnico. Não se trata em absoluto disso, mas sim de compreender como duas sociedades têm enfrentado as relações de gênero e, em seu contato permanente, têm gerado reações baseadas em identidades imaginadas que na realidade estão presentes em todos eles. E estas identidades, por sua vez, se vêem forçadas precisamente pelo contato desigual entre os povos, de modo que, para compreender o gênero em sua versão ‘ocidental’ e ‘oriental’, seria interessante tentar se aproximar, ao menos, das relações políticas, econômicas e culturais que têm se dado através dos últimos duzentos anos entre ambos. Em primeiro lugar seria bom recordar que tanto o oriente islâmico, como o ocidente cristão provêm de uma série de raízes comuns, de espaços geográficos compartilhados e intercâmbios permanentes em todos os âmbitos.
O Islã nasce às margens do Império Bizantino e os países que compõem hoje este difuso conceito de árabes e islâmicos são herdeiros da ocupação grega e romana, precisamente aqueles impérios que o Ocidente considera elementos nucleares da sua cultura atual. Assim mesmo, as distintas correntes religiosas tiveram seu lugar de disputa teológica no mediterrâneo, onde é possível apreciar com maior força o intercâmbio cultural permanente entre Oriente e Ocidente.
Santo Agostinho e sua visão influente sobre a repressão corporal, que tanto marcou a cultura europeia, não era precisamente um romano, mas um filho de berberes africanos que pregou e combateu as heresias cristãs desde seu bispado em Hipona, isto é, na África.
O que pretendo dizer com isso, caso pareça que estou evitando tratar o tema a fundo, é que é impossível conceber o mundo mediterrâneo antigo e a Idade Média sem reconhecer um espaço de influência marcado pelos impérios que hoje dão sentido de pertencimento ao Ocidente. E é nesse espaço onde se exerceu permanentemente um tratamento desigual entre homens e mulheres, o que hoje o Ocidente trata de mostrar simplesmente como um fenômeno do passado e não como uma base cultural que compartilha com os árabes.
Agora, perfeitamente poderíamos dizer que esta desigualdade foi superada pelo Ocidente, enquanto que nos povos onde o Islã teve maior preponderância se reforçou uma relação de poder negativa entre homens e mulheres. Mas esta é uma visão simplista que oculta duas coisas fundamentais. A primeira delas é que no Ocidente as mulheres conseguiram avançar muito em matéria de igualdade de gênero, mas não o suficiente como para tratar o problema como algo superado. Muito pelo contrário, se considerarmos que um dos aspectos fundamentais para poder afirmar que se foi superado, em parte, as barreiras de gênero é a representação política que alcançam as mulheres nas sociedades ocidentais (o que evidentemente são espaços de tomada de decisões) o certo é que as diferenças não são muito grandes em nenhum lugar do mundo, salvo nos países escandinavos, onde a representação parlamentar feminina atual chega a cifras próximas a 40%.
Enquanto na Tunísia e no Iraque as mulheres ocupam 27,6% e 25,2% respectivamente as cadeiras da Câmara Baixa, na França e Itália as cifras são 18,9% e 21,3% [1] respectivamente. Seria apressado tirar conclusões gerais a partir de um fato pontual como este, mas também seria negligente se esquivar de um dado relevante. Não quero indicar com isso, de nenhuma maneira, que as mulheres muçulmanas sejam mais livres nem que os direitos alcançados pelas mulheres ocidentais sejam uma ilusão. É evidente que o feminismo conseguiu na Europa passos de grande magnitude, mas também é bom recordar que estas foram lutas cujas conquistas foram parciais e se seguem enfrentando até os nossos dias com o conservadorismo da Igreja Católica nos países onde esta ainda tem uma influência política.
Por outro lado, a maioria destes logros ocorreram durante o século XX, isto é, a maioria tem menos de cem anos e formam parte das recordações recentes das gerações atuais. E isto se enlaça com o segundo elemento que queria destacar. Que a construção da desigualdade de gênero no Oriente está fortemente marcada pelo imperialismo contemporâneo e que os logros obtidos pelo feminismo no Ocidente foram canalizados pela industrialização, a formação dos movimentos de trabalhadores, o acesso à universidade e à educação, todos eles fenômenos próprios de um capitalismo que só se deu no Ocidente, pois no Oriente adquiriu características muito diferentes. Para o mundo árabe e islâmico, o capitalismo não continha somente como princípio a venda da força de trabalho, mas também, ao mesmo tempo, era sinônimo de colonização.
Enquanto os Estados ocidentais exportavam o petróleo do Golfo Arábico, ocupavam militarmente suas populações, criavam dinastias reinantes que fossem incapazes de discutir seus interessas na zona e lhes davam, com o tempo, uma independência que não alcançava o que pretendiam: o controle de seus recursos naturais.
Ocidente e Oriente nunca estiveram separados, mas sim o ocidente assolou o Oriente e o reduziu a uma província subdesenvolvida. Enquanto as monarquias da Europa perdiam todo o poder efetivo na política, e a democracia representativa era vista no Ocidente como o único sistema viável de governo, estes mesmos países protegeram as monarquias ditatoriais de todo o mundo islâmico. Daí é que surgiram os movimentos sociais cujo objetivo é reforçar a tradição frente ao que vêem como perigo para seus povos, tal como os conservadores europeus vêem com receio os imigrantes africanos. A luta contra o imperialismo ocidental se afirma em determinados contextos, em um retorno à grandeza islâmica e isso ocorre por meio de um olhar para a tradição, negando uma concepção do mundo aberta como potencia e possibilidade, e incorporando a desigualdade de gênero como um bastião frente a uma cultura Ocidental que rapidamente passou da liberação do corpo à venda massiva do corpo fragmentado das mulheres. A propósito daquilo, uma mulher muçulmana expressou, não sem argumentos, que é mais livre a mulher com o véu do que aquela submetida ao manequim de número 36 [2].
Fátima Mernissi tratou inclusive de compreender o significado histórico do hiyab, que havia sido impulsionado pelo Alcorão para proteger as mulheres de agressões sexuais masculinas. E claro, hoje deveria ser possível, sob a mesma lupa ocidental que tem como lente a diversidade, admitir o hiyab como uma prova a mais. Outros, desde o Islã defendem que “…existem mulheres que usam o hiyab por crerem que se trata de um requisito de sua religião, ou por afirmar a tradição, ou como um signo de sua espiritualidade, ou por imposição de suas famílias, ou como signo de seu pertencimento a uma comunidade, ou simplesmente por coqueteria. Ou por outra coisa, ou por tudo isso ao mesmo tempo.” [3].
Efetivamente, podem existir múltiplas razões pelas quais alguém decide usar uma determinada vestimenta e dificilmente poderia imaginar-se com um vestuário que se construa fora das relações de poder que lhe dão sentido e forma. E é necessário compreender também a resistência cultural que significa o hiyab frente à opressão que têm vivido os países islâmicos por parte do Ocidente capitalista.
Muitas mulheres cobrem suas cabeças por responder ao chamado da tradição a resistir e supostamente muitas também porque em suas famílias são chamadas a resistir. Tanto no Ocidente como Oriente existem movimentos que buscam permanentemente reificar a realidade e combater tudo aquilo que consideram perigoso para sua fórmula de identidade estática. Precisamente a fórmula Oriente-Ocidente contém já em si mesma a rigidez de uma visão tradicional. Articular, portanto, uma resistência capaz de romper com os padrões da tradição somente é possível quando existe a potência de usar ou não usar o hiyab.
Mauricio Amar é sociólogo, Mestre em Estudos de Gênero e Cultura da Universidade do Chile.
Este artigo foi publicado na Revista Hoja de Ruta Nº 32 - Los árabes y la sexualidad mayo de 2010
Tradução: Ana Maria Barbour.
NOTAS
[1] Ver Unión Interparlamentaria, Women
in Nacional Parliaments, URL disponível em: http://www.ipu.org/wmne/classif.htm. Consultado el 20 de mayo de 2010.
[2] Ver Web Islam. URL disponível em:http://www.webislam.com/?idt=16008. Consultado el 20 de mayo de 2010.
[3] Abdennur Prado, ¿Es el hiyab un símbolo de discriminación de la mujer?, em El País de España, 21 de abril de 2010. URL disponível em: http://www.elpais.com/articulo/opinion/
hiyab/simbolo/discriminacion/mujer/elpepuopi/20100421elpepuopi_1/Tes. Consultado el 20 de mayo de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Cristãos no mundo árabe
por Ana Maria Barbour
para o ICARABE
foto: divulgação
para o ICARABE
foto: divulgação
Nascido em Maringá (PR) em 1960, Roberto Khatlab é pesquisador e historiador. Estudou filosofia e teologia oriental, história das religiões e arqueologia. Há 25 anos, vive entre o Brasil e o Líbano e hoje é responsavel pelo Departamento da America Latina no Centro de Pesquisa de Emigração Libanesa da Universidade de Notre Dame, em Beirute. É autor de vários livros que tratam das religioes orientais, relações Brasil-Libano, emigracao libanesa no
Brasil, etc. Em 2009 lançou a obra “Árabes cristãos?” (Editora Ave-Maria), em que fala do nascimento do cristianismo no oriente, no século I, e seu desenvolvimento até o século VII, quando surge o Islã. O autor mostra ainda a diversidade das Igrejas no oriente, sua convivência com outras religiões locais e a atual situação dos cristãos no Oriente Médio. “Minha principal intenção com esta publicação é destacar que nos países árabes não existem somente muçulmanos, mas sim um mosaico de religiões que há séculos coexistem nas mesmas terras. Esta diversidade é uma das grandes riquezas do oriente”, diz Khatlab. Em entrevista para o ICArabe, ele aprofundou algumas das questões tratadas em seu livro e contou sobre sua nova pesquisa.
Quais são as Igrejas-ritos existentes nos países árabes? Em termos gerais, o que as torna diferentes umas das outras?
No oriente há varias igrejas que estão divididas em católicas (ligadas ao papa de Roma e a um patriarca) e ortodoxas (ligadas somente ao patriarca, sendo que cada igreja tem seu chefe religioso). Em meu livro “As igrejas orientais, católicas e ortodoxas, tradições vivas” (Editora Ave Maria, 2 ed. 2006), apresento a história de 59 Igrejas orientais. Então da para ver o mosaico do cristianismo oriental que diferentemente do ocidente, não ficou com uma única Igreja (latina), mas cada comunidade manteve sua autonomia e tradições, mas ligados ao mesmo objetivo: anunciar a boa nova (evangelho) de Jesus Cristo.
Os cristãos já foram maioria nos países árabes?
Sim, antes do século VII, quando nasce o Islã, grande parte do oriente era todo cristão. Basta passar pelo Oriente e ver a quantidade de igrejas, mosteiros, muitos hoje em ruínas ou transformados em mesquitas. O oriente é o berço do cristianismo, lugar onde nasceu as primeiras comunidades cristãs, lugar onde os discípulos de Jesus receberam a denominação de cristãos (na Antioquia, atualmente em território turco). É importante saber que o oriente não guarda somente a religião muçulmana. Os árabes também são cristãos, judeus, drusos, entre outros. Hoje, estima-se que haja no oriente cerca de 20 milhões de cristãos.
Grande parte das pessoas acredita que nos países árabes existem apenas muçulmanos, certo?
Quando se fala no oriente logo se tem a imagem dos muçulmanos. Já participei de congressos e seminários sobre o oriente que quando tratam de religião, esquecem de mencionar os cristãos. As imagens mostram sempre fotos de mesquitas e minaretes, mas esquecem de mostrar que também existem igrejas, que estão lá desde antes do Islã. Existem igrejas em Beirute, Damasco, Cairo, Bagdá, Palestina, etc. São igrejas vivas a atuantes e fazem parte da sociedade árabe. Muitos dirigentes e fundadores de partidos árabes são cristãos, mas a mídia, às vezes, deixa parecer que são todos muçulmanos. Vários nomes de cristão são citados frequentemente, por exemplo, Boutrops Boutros-Ghali, egípcio e cristão copta, que foi secretário-geral da ONU e ministro em seu país. Tem ainda a intelectual Hanan Ashrawi, palestina e cristã ortodoxa, que foi ministra da Palestina. Ela é filha de Daud Mikhael, um dos fundadores da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Vale lembrar também Tarek Azizi, iraquiano e cristão assiríaco, que foi ministro no governo de Saddam Hussein. Como esses, existem muitos outros.
Por que o número de muçulmanos nos países árabes cresce e o de cristãos diminui?
Os constantes conflitos no Oriente Médio ocasionam a imigração, pessoas que procuram outros locais para sobreviverem, e os cristãos sempre partem em busca de novas terras. Veja que a grande emigração de árabes cristãos, particularmente libaneses e sírios, foi a partir de 1880. A emigração árabe no Brasil no fim do século XIX e início do XX é maioria de cristãos. A partir dos anos 1980 é que começou um maior fluxo de emigrantes muçulmanos, que fogem também dos conflitos. Outra questão é o fato do cristão ter menos filhos, geralmente dois ou três, enquanto a maioria muçulmana não tem menos de cinco.
Em um material de divulgação do seu livro “Árabes Cristãos?” consta a informação que "Devido às invasões e dominação islâmica, sua dispersão (dos cristãos) foi grande e os que ficaram sofreram mudanças culturais e linguísticas ao se arabizarem." Mas esses cristãos já não eram árabes. O que o senhor entende por "se arabizarem"?
Temos que ver que antes do Islã, que surge no século VII, os povos que habitavam as regiões do Líbano, Síria, Palestina, Iraque e Jordânia, não falavam a língua árabe, que era restrita à região onde hoje está o golfo árabe (Arábia Saudita, Emirados Árabes e etc.). Se falava o aramaico e seus diversos dialetos. Na pequena cidade síria Maaloula, perto de Damasco, ainda hoje se fala a língua aramaica, um dialeto próximo do idioma que Jesus usava. Então esses povos não eram árabes, mas sim canaanitas. Depois do século VII, com a expansão do Islã é que essas regiões se tornaram capitais de impérios islâmicos e a língua árabe passou a vigorar, levando esses povos a serem também chamados de árabes.
Quais elementos da cultura árabe podem hoje ser identificados nas tradições religiosas cristãs?
O idioma.
Há liberdade religiosa para os cristãos nos países árabes?
Em geral nos países árabes há liberdade religiosa, mas ao mesmo tempo existe um controle sobre a questão de conversões religiosas. Em alguns países árabes, como na África do Norte, existe a liberdade religiosa para os estrangeiros praticarem suas religiões, mas não para fazer missões juntos a cidadãos locais. No Oriente Médio, alguns países proíbem todo tipo de manifestação religiosa que não seja do Islã. Na Arábia Saudita encontros religiosos e construção de templos são proibidos, não importa qual religião. Alguns países do Golfo permitiram nestes últimos anos a construção de igrejas cristãs em seus países, como os Emirados Árabes Unidos e o Kwait, isto porque existe um grande número de trabalhadores estrangeiros (filipinos, sri lanqueses, libaneses, sírios, egípcios, cristãos) que residem no Golfo Árabe. No Líbano, a comunidade religiosa tem mais liberdade e representantes no parlamento, há várias universidades cristãs nos país, o que leva grande parte dos cristãos de outros países virem estudar no Líbano.
O senhor tem desenvolvido novas pesquisas na área? Tem planos para uma nova publicação?
Em breve publicarei um livro sobre as viagens de Dom Pedro II ao oriente. Nele mostrarei o quanto o imperador era um conhecedor e admirador da cultura árabe. Minha pesquisa inclui documentos inéditos sobre a viagem pela Síria, Líbano, Palestina e Egito. O imperador, com seu vasto conhecimento, entrou em várias áreas do saber, como história, cultura e religião. Neste livro o leitor será levado a conhecer o oriente em cada uma delas. Entretanto, ainda preciso de uma editora no Brasil, pois o livro será lançado, inicialmente, em língua portuguesa.
A bibliografia completa de Roberto Khatlab pode ser vista em:
quinta-feira, 22 de julho de 2010
OS ÁRABES, POVO TOLERANTE, E OS PROBLEMAS QUE VIVEM
foto: Arabian Nights
Os árabes, assim como os judeus, são semitas. Segundo o antigo testamento, os dois povos são primos. Os árabes são originários da península arábica. A partir do Século VII depois de Cristo, expandiram-se para vários países não-árabes, alcançando o norte da Àfrica a península Ibérica, ilhas no Mediterrâneo e sul da Ásia. Sua língua, seus costumes, suas danças, sua música e até o hábito de lavar-se frequentemente foram assimilados por vários países.
Quando os árabes invadiram a Península Ibérica, respeitaram a língua e os costumes locais e construíam vilas judáicas próximas dos califas, para dar proteção ao povo irmão, em um claro sinal de prestígio.
Os árabes levaram os conhecimentos da medicina, da engenharia, da astronomia, da arquitetura, da agricultura e da filosofia aos europeus. Os grandes filósofos da idade média eram árabes. Os maiores estudiosos da filosofia grega também eram os árabes, que traduziram todos os filósofos para o latim.
Os judeus, quando foram perseguidos pelos Reinados de Portugal e Espanha, refugiaram-se nos países árabes do norte da África.
Os árabes, representados pelos argelinos, ao lutarem pelos franceses, foram fundamentais para o início da derrocada dos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Muita gente não sabe, mas a Síria, o Líbano, a Jordânia, o Egito, a Argélia, o Sudão, a Tunísia, a Líbia, o Marrocos e os demais países do norte da África não são propiamente árabes. Eles falam o árabe, com características locais e adotam os costumes arábicos, mas optaram livremente por considerarem-se árabes em razão de um passado de tolerância que os uniu. Essa é a maior prova de amor dos povos que outrora foram conquistados pelo conquistador respeitoso e justo.
Se hoje julga-se o árabe um povo agressivo, intolerante, radical é em razão de pura distorção da realidade. Em todos os povos há os radicais, seja no aspecto político, seja no religioso, e com os árabes não é diferente. A diferença é que o povo árabe vem sofrendo implacáveis injustiças há décadas, o que tem fomentado lutas exacerbadas que a mídia divulga à exaustão.
Desde a Primeira Guerra Mundial, quando os países árabes ainda estavam em sua grande parte sob o domínio turco-otomano, foram enganados. Os ingleses prometiam a liberdade se lutassem contra os turcos. Lutaram e passaram a ficar sob o jugo inglês e francês. Lênin, após a revolução de outubro de 1917, denunciou o plano traçado por Rússia, Inglaterra e França de divisão do Oriente Médio em protetorados das três então potências mundiais. Mas apenas a Inglaterra e a França executaram o plano e dominaram a região, rica em petróleo.
Apenas após o fim da Segunda-Guerra Mundial a maioria dos países árabes conseguiu, com luta, a sua independência dos europeu, e alguns só foram conseguir a libertação nos anos 60. Logo após a independência da Síria, Iraque e do Egito, criou-se o Estado de Israel em parte do território da Palestina. Isso aumentou a já pulsante tensão na região.
Muitos governos árabes ainda atuam com mão de ferro, por ação direta dos Estados Unidos e países europeus, tentando preservar seus interesses econômicos e geopolíticos. O reinado na Jordânia, o da Árabia Saudita e o ditador no Egito foram "legitimados" pelas grandes potências e seguem à risca as suas recomendações. Quem sofre com isso é o povo da região, oprimido entre déspotas e uma visão religiosa severa e falta de amplo acesso à cultura e à educação.
Mas o sentimento de injustiça não termina aí.
As seguidas guerras na região, com o apoio direto dos Estados Unidos, sempre motivadas por expansão territorial, posse de áreas com gás e petróleo, fomentam uma sensação de povo explorado aos árabes.
São várias questões que, juntas, fomentam o radicalismo de parte da população, e a Palestina sensibiliza ainda mais os árabes, seja pela situação desumana a que foram submetidos os árabes de lá, seja ainda a posse indevida de terra por colonos israelenses, seja pela questão de Jerusalém, sempre objeto de briga entre europeus e muçulmanos, agora envolvendo os sionistas israelenses.
É óbvio que os radicais, seja de que lado for, nunca ajudarão na solução pacífica das questões, sejam elas menos ou mais polêmicas. A democratização dos países árabes, ao seu modo (e não do ocidente), a divisão territorial justa entre os palestinos e os israelenses, e o respeito às riquezas minerais de cada país são questões que devem ser resolvidas ao mesmo tempo. Mas será que isso interessa às grandes potências? Por isso é importante que países como Brasil, Argentina, México, África do Sul, Índia e Turquia sejam vozes ativas no plano internacional, pondo fim ao sistema imperialista que tantas mortes e destruição cultural tem causado nesses últimos séculos. Somente assim haverá um equilíbrio suficiente a trazer soluções.
É fácil ser árabe, ser tolerante. O difícil é ser tolerante quando exploram as suas riquezas, tomam as suas terras, o retratam como vilão na mídia e matam os seus irmãos, esmagando tudo o que é significativo para o povo árabe. Mas, acredite, a esmagadora maioria do povo árabe ainda acredita na solução pacífica para essas questões. E mesmo com toda a desinformação existente, cada vez mais pessoas procuram conhecer a realidade do mundo e da cultura árabes.
O desconhecimento do que é ser árabe tem fomentado a discriminação a esse povo.
O que todos deveriam querer? Salam! Paz! E a solução dos problemas. E a enorme maioria quer, seja de árabes, seja de ocidentais. O Brasil é importante para isso. O país de todas as raças e credos tem um papel a exercer na história da humanidade.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
LEI ESTADUAL PREVÊ PENALIDADES ADMINISTRATIVAS ÀQUELES QUE PRATICAREM DISCRIMINAÇÃO RACIAL
Foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo nesta terça-feira, 20 de julho, a Lei Estadual que prevê PENALIDADES ADMINISTRATIVAS a serem aplicadas nos casos de discriminação racial. Veja abaixo a lei.
E com prazer eu posso dizer que fui convidado a participar da elaboração da minuta do projeto.
LEI Nº 14.187, DE 19 DE JULHO DE 2010
Dispõe sobre penalidades administrativas a serem aplicadas pela prática de atos de discriminação racial
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º - Será punido, nos termos desta lei, todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado no Estado por qualquer pessoa, jurídica ou física, inclusive a que exerça função pública.
Artigo 2º - Consideram-se atos discriminatórios por motivo de raça ou cor, para os efeitos desta lei:
I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória;
II - proibir ou impor constrangimento ao ingresso ou permanência em ambiente ou estabelecimento aberto ao público;
III - criar embaraços ou constrangimentos ao acesso e à utilização das dependências comuns e áreas não privativas de edifícios;
IV - recusar, retardar, impedir ou onerar a utilização de serviços, meios de transporte ou de comunicação, inclusive no sítio de rede mundial de computadores, consumo de bens, hospedagem em hotéis, motéis, pensões e estabelecimentos congêneres ou o acesso a espetáculos artísticos ou culturais, ou estabelecimentos comerciais ou bancários;
V - recusar, retardar, impedir ou onerar a locação, compra, aquisição, arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis;
VI - praticar o empregador, ou seu preposto, atos de coação direta ou indireta sobre o empregado;
VII - negar emprego, demitir, impedir ou dificultar a ascensão em empresa pública ou privada, assim como impedir ou obstar o acesso a cargo ou função pública ou certame licitatório;
VIII - praticar, induzir ou incitar, por qualquer mecanismo ou pelos meios de comunicação, inclusive eletrônicos, o preconceito ou a prática de qualquer conduta discriminatória;
IX - criar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propagandas que incitem ou induzam à discriminação;
X - recusar, retardar, impedir ou onerar a prestação de serviço de saúde, público ou privado.
Artigo 3º - A prática dos atos discriminatórios a que se refere esta lei será apurada em processo administrativo, que terá início mediante:
I - reclamação do ofendido ou de seu representante legal, ou ainda de qualquer pessoa que tenha ciência do ato discriminatório;
II - ato ou ofício de autoridade competente.
Artigo 4º - Aquele que for vítima da discriminação, seu representante legal ou quem tenha presenciado os atos a que se refere o artigo 2º desta lei poderá relatálos à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.
§ 1º - O relato de que trata o “caput” deste artigo conterá:
1 - a exposição do fato e suas circunstâncias;
2 - a identificação do autor, com nome, prenome, número da cédula de identidade, seu endereço e assinatura.
§ 2º - A critério do interessado, o relato poderá ser apresentado por meio eletrônico, no sítio de rede mundial de computadores - “internet” da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.
§ 3º - Recebida a denúncia, competirá à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania:
I - promover a instauração do processo administrativo devido para apuração e imposição das sanções cabíveis;
II - transmitir notícia à autoridade policial competente, para a elucidação cabível, quando o fato descrito caracterizar infração penal.
Artigo 5º - A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, para cumprir o disposto nesta lei e fiscalizar seu cumprimento, poderá firmar convênios com Municípios, com a Assembleia Legislativa e com Câmaras Municipais.
Artigo 6º - As sanções aplicáveis aos que praticarem atos de discriminação nos termos desta lei serão as seguintes:
I - advertência;
II - multa de até 1.000 UFESPs (mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo);
III - multa de até 3.000 UFESPs (três mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), em caso de reincidência;
IV - suspensão da licença estadual para funcionamento por 30 (trinta) dias;
V - cassação da licença estadual para funcionamento.
§ 1º - Quando a infração for cometida por agente público, servidor público ou militar, no exercício de suas funções, sem prejuízo das sanções previstas nos incisos I a III deste artigo, serão aplicadas as penalidades disciplinares cominadas na legislação pertinente.
§ 2º - O valor da multa será fixado tendo-se em conta as condições pessoais e econômicas do infrator e não poderá ser inferior a 500 UFESPs (quinhentas Unidades Fiscais do Estado de São Paulo).
§ 3º - A multa poderá ser elevada até o triplo, quando se verificar que, em virtude da situação econômica do infrator, sua fixação em quantia inferior seria ineficaz.
§ 4º - Quando for imposta a pena prevista no inciso V deste artigo, deverá ser comunicada à autoridade responsável pela outorga da licença, que providenciará a sua execução, comunicando-se, igualmente, à autoridade federal ou municipal para eventuais providências no âmbito de sua competência.
Artigo 7º - Na apuração dos atos discriminatórios praticados com violação desta lei, deverão ser observados os procedimentos previstos na Lei nº 10.177, de 30 de dezembro de 1998, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual.
Artigo 8º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 19 de julho de 2010
ALBERTO GOLDMAN
Ricardo Dias Leme
Secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania
Luiz Antônio Guimarães Marrey
Secretário-Chefe da Casa Civil
Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 19 de julho de 2010.
terça-feira, 20 de julho de 2010
A PETROBRÁS E OS INTERESSES GEOPOLÍTICOS
A direita estadunidense já elegeu o seu novo inimigo, ao lado de Ahmadinejad e dos presidentes da Venezuela, Síria e Coréia do Norte, a Petrobrás.
A 4ª maior empresa de energia do planeta, criada por brasileiros e hoje com participação acionária de pessoas físicas e jurídicas de diversas nacionalidades, causa inveja aos imperialistas que não viam a possibilidade do então chamado terceiro mundo chegar a constituir-se num bloco econômico emergente, economicamente ativo e com empresas de porte mundial.
O boicote ao plano articulado pela Turquia e Brasil para o enriquecimento de urânio do Irã no exterior não se deveu apenas e tão somente por razões políticas anti-Ahmadinejad. Ao menos é o que, hoje, olhando melhor para o horizonte geopolítico, torna-se perceptível. O Brasil é um dos países que mais têm crescido no comércio com o Irã e mais, a Petrobrás têm autorização para explorar a prospecção de petróleo em áreas de interesse de petrolíferas dos países europeus e do próprio Estados Unidos. Ou seja, uma ação ousada do governo brasileiro para incrementar a parceria econômica entre Brasil, leia-se Petrobrás, e Irã não é bem-vinda pelos antigos donos do mundo. Uma empresa petrolífera do porte da Petrobrás de um país que mantém boas relações com praticamente todos os países de todos os continentes também não agrada às grandes multinacionais que fomentaram muitas guerras e golpes de Estado pelo mundo afora durante todo o século passado e início do presente.
A Petrobrás tem que continuar a crescer e, mais, tem que ter a seu favor o serviço da nossa Agência de Inteligência, a ABIN, para a defesa dos seus interesses, evitando golpes e atentados, aonde quer que seja, até porque qualquer ataque verbal ou efetivo a qualquer estabelecimento da Petrobrás é um atentado à soberania nacional brasileira. A ABIN, pelo o que se sabe, já realiza uma espécie de serviço assemelhado, mas é preciso aprimorar para prever ações geopolíticas internacionais, como a citada acima, inclusive.
É o Brasil que, ao crescer economicamente, passou a mostrar-se internacionalmente e, por consequência disso, amealha inimigos.
A 4ª maior empresa de energia do planeta, criada por brasileiros e hoje com participação acionária de pessoas físicas e jurídicas de diversas nacionalidades, causa inveja aos imperialistas que não viam a possibilidade do então chamado terceiro mundo chegar a constituir-se num bloco econômico emergente, economicamente ativo e com empresas de porte mundial.
O boicote ao plano articulado pela Turquia e Brasil para o enriquecimento de urânio do Irã no exterior não se deveu apenas e tão somente por razões políticas anti-Ahmadinejad. Ao menos é o que, hoje, olhando melhor para o horizonte geopolítico, torna-se perceptível. O Brasil é um dos países que mais têm crescido no comércio com o Irã e mais, a Petrobrás têm autorização para explorar a prospecção de petróleo em áreas de interesse de petrolíferas dos países europeus e do próprio Estados Unidos. Ou seja, uma ação ousada do governo brasileiro para incrementar a parceria econômica entre Brasil, leia-se Petrobrás, e Irã não é bem-vinda pelos antigos donos do mundo. Uma empresa petrolífera do porte da Petrobrás de um país que mantém boas relações com praticamente todos os países de todos os continentes também não agrada às grandes multinacionais que fomentaram muitas guerras e golpes de Estado pelo mundo afora durante todo o século passado e início do presente.
A Petrobrás tem que continuar a crescer e, mais, tem que ter a seu favor o serviço da nossa Agência de Inteligência, a ABIN, para a defesa dos seus interesses, evitando golpes e atentados, aonde quer que seja, até porque qualquer ataque verbal ou efetivo a qualquer estabelecimento da Petrobrás é um atentado à soberania nacional brasileira. A ABIN, pelo o que se sabe, já realiza uma espécie de serviço assemelhado, mas é preciso aprimorar para prever ações geopolíticas internacionais, como a citada acima, inclusive.
É o Brasil que, ao crescer economicamente, passou a mostrar-se internacionalmente e, por consequência disso, amealha inimigos.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
GRAVAÇÃO DA TRAMA DO GOLPE DE 1964
O jornalista Luiz Carlos Azenha disponibilizou o vídeo abaixo, onde é mostrada a gravação telefônica travada entre o embaixador dos EUA no Brasil e o então presidente estadunidense à época e que trata do golpe, da situação brasileira e do apoio dos EUA aos golpistas.
sábado, 17 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
JOÃO GOULART
Abaixo, um dos raros vídeos que tratam da vída do ex-presidente brasileiro João Goulart, o Jango. O vídeo foi produzido por jovens brasileiros, estudantes. As fotos e a música falam muito por si só.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
QUASE METADE DA CISJORDÂNIA JÁ É OCUPADA POR ASSENTAMENTOS IRREGULARES DE ISRAEL
Uma importante matéria do jornal argentino PÁGINA 12 mostra que mais de 42% do território da Cisjordânia já é ocupado indevidamente por Israel. Dessa forma, fica cada vez mais distante a solução pacífica para a criação do Estado da Palestina. Se houvesse a criação, seria algo apenas figurativo. Em consequência disso, a paz também parece estar mais distante. O silêncio de hoje não significa que os povos se pacificaram. Daqui 10, 20, 30 ou mais anos pode ressurgir uma guerra com força total enquanto não for resolvido o impasse da questão territorial.
Leia abaixo a matéria.
Los colonos ya ocupan media PalestinaMientras Obama, Netanyahu y Abbas hablan de reiniciar negociaciones directas, la expansión sistemática de los asentamientos en territorios ocupados levantó otro muro dentro del proceso de paz, que será muy difícil de franquear.
Por María Laura Carpineta
Tras un mes y medio de fuerte presión internacional, el primer ministro israelí Benjamin Netanyahu tuvo un gesto con Barack Obama esta semana. Durante su visita a Washington prometió discutir los asentamientos en territorios ocupados, si la Autoridad Palestina reabría el diálogo con su gobierno. Desde Ramalá le respondieron invirtiendo los términos de su propuesta. “En el mismo minuto en el que el gobierno israelí anuncie el congelamiento de los asentamientos, nosotros volveremos a las negociaciones directas”, contraatacó el presidente palestino Mahmud Abbas. Hace 17 años, cuando se firmaron los Acuerdos de Oslo, los dos temas que frenaban cualquier posibilidad de paz eran Jerusalén y la situación de los refugiados palestinos en el exterior (la ONU ya estima que son más de 4,5 millones incluyendo a los hijos y nietos de los que huyeron en 1948). Hoy la expansión sistemática de los asentamientos en territorios ocupados levantó otro muro dentro del proceso de paz, que será muy difícil de franquear.
Mientras el mundo esperaba con ansias los resultados de la reunión Netanyahu-Obama en la Casa Blanca, en Jerusalén la organización de derechos humanos israelí B’Tselem echaba por tierra las ilusiones. Bajo el título “By hook and by crook: Israeli settlement policy in West Bank” (Por izquierda o por derecha: la política israelí de asentamientos en Cisjordania), la ONG denunció que para mediados de este año más del 42 por ciento de ese territorio palestino estaba ocupado por unos 200 asentamientos israelíes. Algunos son legales (según la ley israelí), otros ilegales y otros son considerados como barrios anexados a la municipalidad de Jerusalén, o sea, anexados al territorio del Estado israelí. En total, de una población israelí de más de siete millones, alrededor de medio millón son colonos.
En 2005 el entonces primer ministro israelí Ariel Sharon había ordenado tirar abajo todos los asentamientos de la Franja de Gaza, sacar por la fuerza a los colonos que se habían instalado en ese territorio palestino y retirar a los soldados, al menos hasta las fronteras, que aún hoy siguen controlando. No le fue gratuito. Las imágenes de jóvenes conscriptos israelíes arrastrando por el suelo a padres y esposos de su misma edad junto con sus hijos y sus mujeres tuvieron un gran costo político dentro del país para Sharon. En el exterior, en cambio, el líder cosechó sólo halagos. Mientras la comunidad internacional celebraba lo que consideraban un gesto de buena voluntad del gobierno israelí, en Cisjordania la historia era muy diferente para los colonos y los palestinos.
“Israel utilizó falsos reclamos de ‘necesidad militar’ o ‘necesidad pública’ para justificar la apropiación de tierras para asentamientos. También distorsionó la Ley de Tierras otomana (del antiguo imperio que dominó la región hasta el fin de la Primera Guerra Mundial) para poder declarar como ‘tierra fiscal’ a cientos de kilómetros cuadrados, algunos de ellos propiedad privada de palestinos. Más aún, el Estado evita sistemáticamente imponer la ley sobre los colonos que se apropian de las propiedades privadas de los palestinos”, denunció el informe presentado esta semana.
B’Tselem, una organización a la que el gobierno israelí le reconoció varias de las denuncias que realizó sobre las violaciones a los derechos humanos cometidas por las fuerzas armadas durante la última invasión a Gaza, esta vez recopiló datos de informes oficiales del Estado israelí de los últimos años y las principales denuncias de otras organizaciones de derechos humanos, locales e internacionales. El informe se centró en exponer y describir las diferentes gambetas legales que, sostuvo, viene utilizando el Estado israelí para desconocer los derechos de los palestinos sobre las tierras en Cisjordania.
Una de las más simples, explicó la ONG, es declarar el terreno en cuestión como una tierra fiscal. La ley (una mezcla de derecho israelí, las antiguas reglas jordanas y hasta algunas normas del antiguo imperio otomano) establece que las apelaciones deben ser presentadas dentro de los 45 días. Pero como la llamada Administración Civil de las fuerzas ocupadoras no le avisa a los palestinos que ocupan esa tierra del reclamo, el plazo se les vence y con él cualquier posibilidad de recuperar su tierra. Además el comité que se ocupa de revisar las decisiones sobre la distribución de tierras puede desechar un reclamo de los antiguos dueños, en este caso los palestinos, si se demuestra que los colonos compraron la tierra de “buena fe” y se verifica que ya comenzaron la construcción de sus hogares.
La ayuda oficial a los colonos no se queda sólo en artilugios legales; llega de muchas maneras a Cisjordania, según B’Tselem. El Estado de Israel clasificó a la mayoría de los asentamientos en ese territorio ocupado como Area Nacional Prioritaria. En otras palabras, una zona que goza de beneficios especiales como préstamos y descuentos para la construcción de viviendas (en algunos casos aun cuando son ilegales), incentivos educativos como becas para los estudiantes y mejores sueldos y programas jubilatorios para los maestros, exenciones para las industrias y financiamiento especial para proyectos agropecuarios, los más importantes en esta región. Según el centro de investigación Adva, entre los años 2000 y 2006 las inversiones gubernamentales destinadas a infraestructura y programas sociales en los territorios ocupados –Cisjordania, la Franja de Gaza y las Alturas del Golán– superaron en más de un 50 por ciento a las efectuadas dentro de Israel.
La posición oficial expresada en la página web de la Cancillería israelí es que la migración de miles y miles de personas a los territorios ocupados es espontánea, impulsada sólo por la iniciativa personal de los colonos. En otras palabras, no es una política de Estado que el gobierno pueda suspender sólo aplicando voluntad política. Sin embargo, los mapas oficiales de Cisjordania obtenidos por B’Tselem insinúan que la responsabilidad estatal es mucho mayor de lo que se informa.
La realidad de los asentamientos estuvo presente siempre en las negociaciones de paz entre israelíes y palestinos. Sin embargo, hasta el derrumbe final de los Acuerdos de Annapolis, impulsados por el ex presidente George W. Bush en 2007, Tel Aviv prometía –aunque no cumplía– la suspensión de la construcción y expansión de las colonias israelíes en los territorios ocupados. En los últimos años, especialmente después de la invasión de Gaza a finales de 2008 y con la victoria electoral de la derecha en 2009, el gobierno sacó prácticamente el tema de la mesa de negociación. El desaire durante la visita del vice norteamericano Joe Biden, cuando se anunciaron más construcciones para colonos a pesar de los pedidos explícitos y públicos del funcionario norteamericano, fue una prueba más de que, lejos de haber avanzado en las últimas dos décadas con las hojas de ruta diseñadas en Washington, el conflicto israelí-palestino cada vez se enreda y traba más.
Leia abaixo a matéria.
Los colonos ya ocupan media PalestinaMientras Obama, Netanyahu y Abbas hablan de reiniciar negociaciones directas, la expansión sistemática de los asentamientos en territorios ocupados levantó otro muro dentro del proceso de paz, que será muy difícil de franquear.
Por María Laura Carpineta
Tras un mes y medio de fuerte presión internacional, el primer ministro israelí Benjamin Netanyahu tuvo un gesto con Barack Obama esta semana. Durante su visita a Washington prometió discutir los asentamientos en territorios ocupados, si la Autoridad Palestina reabría el diálogo con su gobierno. Desde Ramalá le respondieron invirtiendo los términos de su propuesta. “En el mismo minuto en el que el gobierno israelí anuncie el congelamiento de los asentamientos, nosotros volveremos a las negociaciones directas”, contraatacó el presidente palestino Mahmud Abbas. Hace 17 años, cuando se firmaron los Acuerdos de Oslo, los dos temas que frenaban cualquier posibilidad de paz eran Jerusalén y la situación de los refugiados palestinos en el exterior (la ONU ya estima que son más de 4,5 millones incluyendo a los hijos y nietos de los que huyeron en 1948). Hoy la expansión sistemática de los asentamientos en territorios ocupados levantó otro muro dentro del proceso de paz, que será muy difícil de franquear.
Mientras el mundo esperaba con ansias los resultados de la reunión Netanyahu-Obama en la Casa Blanca, en Jerusalén la organización de derechos humanos israelí B’Tselem echaba por tierra las ilusiones. Bajo el título “By hook and by crook: Israeli settlement policy in West Bank” (Por izquierda o por derecha: la política israelí de asentamientos en Cisjordania), la ONG denunció que para mediados de este año más del 42 por ciento de ese territorio palestino estaba ocupado por unos 200 asentamientos israelíes. Algunos son legales (según la ley israelí), otros ilegales y otros son considerados como barrios anexados a la municipalidad de Jerusalén, o sea, anexados al territorio del Estado israelí. En total, de una población israelí de más de siete millones, alrededor de medio millón son colonos.
En 2005 el entonces primer ministro israelí Ariel Sharon había ordenado tirar abajo todos los asentamientos de la Franja de Gaza, sacar por la fuerza a los colonos que se habían instalado en ese territorio palestino y retirar a los soldados, al menos hasta las fronteras, que aún hoy siguen controlando. No le fue gratuito. Las imágenes de jóvenes conscriptos israelíes arrastrando por el suelo a padres y esposos de su misma edad junto con sus hijos y sus mujeres tuvieron un gran costo político dentro del país para Sharon. En el exterior, en cambio, el líder cosechó sólo halagos. Mientras la comunidad internacional celebraba lo que consideraban un gesto de buena voluntad del gobierno israelí, en Cisjordania la historia era muy diferente para los colonos y los palestinos.
“Israel utilizó falsos reclamos de ‘necesidad militar’ o ‘necesidad pública’ para justificar la apropiación de tierras para asentamientos. También distorsionó la Ley de Tierras otomana (del antiguo imperio que dominó la región hasta el fin de la Primera Guerra Mundial) para poder declarar como ‘tierra fiscal’ a cientos de kilómetros cuadrados, algunos de ellos propiedad privada de palestinos. Más aún, el Estado evita sistemáticamente imponer la ley sobre los colonos que se apropian de las propiedades privadas de los palestinos”, denunció el informe presentado esta semana.
B’Tselem, una organización a la que el gobierno israelí le reconoció varias de las denuncias que realizó sobre las violaciones a los derechos humanos cometidas por las fuerzas armadas durante la última invasión a Gaza, esta vez recopiló datos de informes oficiales del Estado israelí de los últimos años y las principales denuncias de otras organizaciones de derechos humanos, locales e internacionales. El informe se centró en exponer y describir las diferentes gambetas legales que, sostuvo, viene utilizando el Estado israelí para desconocer los derechos de los palestinos sobre las tierras en Cisjordania.
Una de las más simples, explicó la ONG, es declarar el terreno en cuestión como una tierra fiscal. La ley (una mezcla de derecho israelí, las antiguas reglas jordanas y hasta algunas normas del antiguo imperio otomano) establece que las apelaciones deben ser presentadas dentro de los 45 días. Pero como la llamada Administración Civil de las fuerzas ocupadoras no le avisa a los palestinos que ocupan esa tierra del reclamo, el plazo se les vence y con él cualquier posibilidad de recuperar su tierra. Además el comité que se ocupa de revisar las decisiones sobre la distribución de tierras puede desechar un reclamo de los antiguos dueños, en este caso los palestinos, si se demuestra que los colonos compraron la tierra de “buena fe” y se verifica que ya comenzaron la construcción de sus hogares.
La ayuda oficial a los colonos no se queda sólo en artilugios legales; llega de muchas maneras a Cisjordania, según B’Tselem. El Estado de Israel clasificó a la mayoría de los asentamientos en ese territorio ocupado como Area Nacional Prioritaria. En otras palabras, una zona que goza de beneficios especiales como préstamos y descuentos para la construcción de viviendas (en algunos casos aun cuando son ilegales), incentivos educativos como becas para los estudiantes y mejores sueldos y programas jubilatorios para los maestros, exenciones para las industrias y financiamiento especial para proyectos agropecuarios, los más importantes en esta región. Según el centro de investigación Adva, entre los años 2000 y 2006 las inversiones gubernamentales destinadas a infraestructura y programas sociales en los territorios ocupados –Cisjordania, la Franja de Gaza y las Alturas del Golán– superaron en más de un 50 por ciento a las efectuadas dentro de Israel.
La posición oficial expresada en la página web de la Cancillería israelí es que la migración de miles y miles de personas a los territorios ocupados es espontánea, impulsada sólo por la iniciativa personal de los colonos. En otras palabras, no es una política de Estado que el gobierno pueda suspender sólo aplicando voluntad política. Sin embargo, los mapas oficiales de Cisjordania obtenidos por B’Tselem insinúan que la responsabilidad estatal es mucho mayor de lo que se informa.
La realidad de los asentamientos estuvo presente siempre en las negociaciones de paz entre israelíes y palestinos. Sin embargo, hasta el derrumbe final de los Acuerdos de Annapolis, impulsados por el ex presidente George W. Bush en 2007, Tel Aviv prometía –aunque no cumplía– la suspensión de la construcción y expansión de las colonias israelíes en los territorios ocupados. En los últimos años, especialmente después de la invasión de Gaza a finales de 2008 y con la victoria electoral de la derecha en 2009, el gobierno sacó prácticamente el tema de la mesa de negociación. El desaire durante la visita del vice norteamericano Joe Biden, cuando se anunciaron más construcciones para colonos a pesar de los pedidos explícitos y públicos del funcionario norteamericano, fue una prueba más de que, lejos de haber avanzado en las últimas dos décadas con las hojas de ruta diseñadas en Washington, el conflicto israelí-palestino cada vez se enreda y traba más.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
ESPANHA É CAMPEÃ!
Depois de cerca de 110 minutos de jogo, a Espanha marcou o gol que lhe deu o título de campeã mundial, da COPA 2010.
Um país que reúne belos estádios e os maiores times de futebol de todo o mundo, nunca havia chegado à final de uma Copa do Mundo. Demorou, mas chegou. Chegou e conquistou, com garra e com futebol arte, a vitória sobre a Holanda, o que lhe rendeu o título de melhor seleção da COPA 2010.
Essa vitória consola um pouco o povo espanhol que sofre com a grave crise econômica e serve para apaziguar os espíritos de tantos separatistas, para que possam refletir se devem, ou não, permanecer unidos com a Nação espanhola.
Um povo que ama a arte e o esporte, não podia comemorar o gol de forma diferente, homenageando um colega jogador que morreu no ano passado.
Parabéns, Espanha. Principalmente pelo seu futebol arte!
domingo, 11 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
EM BREVE, NO BRASIL: "NADA PESSOAL"
Nada Pessoal (Nothing Personal)
HOL/IRL, 2009, Cores, 85 min.
Dir. Urszula Antoniakcom: Lotte Verbeek, Stephen Rea
SINOPSE: Após uma separação dolorosa, uma jovem decide deixar sua vida para trás e seguir em busca de silêncio e paz. Após algum tempo, ela acaba por encontrar uma casa isolada numa pequena ilha onde vive um homem de meia-idade que também ama a natureza e a solidão. Aos poucos, nasce entre eles uma ligação profunda, de mútua compreensão e cumplicidade.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
ADELAIDE É COISA DO PASSADO
O brasileiro tem um grande preconceito com o Paraguai, algo derivado de um desconhecimento histórico.
Esse pequeno país já foi uma grande potência que contrariava os interesses britânicos. Ah, mas contrariar os interesses hegemônicos dos grandes impérios nem sempre é recomendável. Resultado disso? A guerra do Paraguai que matou grande parte da população masculina do país e afundou-o economicante. As marcas dessa guerra ainda são visíveis. O paraguaio é um povo quase que subalterno. Parece que eles mesmos já se esqueceram da grande Nação de 150 anos atrás.
Mas, de um tempo para cá, mais precisamente da Copa, muitos brasileiros esqueceram-se da Adelaide, aquela anã paraguaia, para tornarem-se fãs das paraguaias, em especial da musa mundial da Copa. Não bastassem o rosto perfeito, o corpo que parece esculpido e o sorriso que derrete o mais gélido dos corações, a jovem de 25 anos ainda é extremamente simpática.
Bem, mesmo amando o futebol espanhol, não resisti e torci para o Paraguai até o último instante e tudo por causa de um encantamento por essa deusa chamada Larissa Riquelme, profundamente caseira, embora as aparências não demonstrem.
Veja a entrevista para o Fantástico no youtube.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
NEM EM PALAVRAS
foto: www.gensa.com.br
Há uma epidemia que dizima crianças de rua e jovens de todas as classes. Não é um vírus, mas uma droga muito mais próxima do que se imagina, o crack, um derivado da cocaína que vicia na primeira fumada, em apenas 13 segundos, tempo suficiente para chegar ao cérebro e dar uma aparente sensação de prazer.
Os traficantes, com o baixo lucro na venda da maconha, resolveram vender o crack também misturado à maconha, o chamado mesclado, com o mesmo poder destrutivo e de rápida dependência, que é fumado pelos jovens da classe média. Muitos jovens têm morrido ou se envolvido na criminalidade por conta dessa droga que está criando um verdadeiro problema de saúde pública no Brasil, que não tem número de vagas suficientes em clínicas de tratamento e recuperação de drogaditos.
Essa arma de destruição de massas não combatida com êxito pelas autoridades mundias, foi criada pelos traficantes para aumentar o lucro. Hoje, é um mal que assola o Brasil em todos os seus cantos, de norte a sul, nas grandes, médias e pequenas cidades, sem exceção.
A RBS - Rede Brasil Sul, afiliada da Globo no sul do país, faz uma forte campanha com o título CRACK, NEM PENSAR. Falta apoio a essa atitude. Vale a pena conferir. Saiba mais clicando aqui.
Essa droga dizima o cérebro e a vida. Crack, nem pensar nem em palavras!
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A ERA DOS JORNAIS GRATUITOS
Na Europa, os jornais gratuitos existem há muito mais tempo que no Brasil. Para nos, é algo praticamente recente.
Aqui há 4 tipos de jornais gratuitos.
O primeiro tipo é daqueles distribuídos por órgãos de classe, grupos comunitários ou religiosos e associações aos seus membros ou, em algumas situações, como em greves ou para esclarecimentos, a grupos externos de interesse. Geralmente o número de exemplares é coincidente com os afiliados, inscritos ou associados e a edição costuma ser quinzenal ou mensal.
O segundo é o dos jornais de bairro, algo também antigo no Brasil, mas que tem uma tiragem muito baixa e abordagens voltadas ao bairro, com edições que variam de semanais, quinzenais e até mensais. Na maioria das vezes o editor-chefe ou o próprio proprietário é ligado a algum grupo político-partidário.
O terceiro é aquele distribuído nos transportes públicos das grandes cidades, com uma cobertura jornalística mais ampla e uma tiragem maior que os de jornais de bairro, porém limitada ao número de usuários do transporte público onde são entregues gratuitamente nos dias úteis.
O último grupo é o dos jornais gratuitos distribuídos pela cidade, nos semáforos, nas calçadas. Têm uma tiragem muito maior, mas limitam-se às grandes cidades e também aos dias úteis. Suas notícias normalmente são extraídas das grandes agências internacionais e nacionais.
Já um grupo que não existe mais é o jornal gratuito que é entregue em domicílio, assim como os do primeiro tipo (associações, órgãos de classe...) e os de bairro. Um bom exemplo, mas que não existe mais, era o semanário Shopping News, que tinha uma relativa boa cobertura jornalística, com colunistas respeitáveis e distribuição semanal (domingos).
Hoje, a população pobre está com o potencial financeiro em ascensão e têm acesso à informação não apenas pelo rádio ou televisão, mas também através dos quatro tipos de jornais gratuitos aqui citados. A internet ainda é algo muito limitado às classes carentes, seja em razão de não possuírem computadores, seja pelo custo elevado das bandas largas.
Enquanto os jornais pagos têm a tiragem cada vez mais reduzida, os jornais gratuitos ampliam o leque de leitores e estão cada vez mais próximos dos mais pobres, criando a impressão de que estamos perto da democratização dos meios de comunicação em massa.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Cisjordânia: dificuldades dos palestinos não têm fim
Genebra/Jerusalém (CICV) – O Comitê Internacional da Cruz Vermelha diz hoje que as restrições israelenses, incluindo medidas ostensivamente projetadas para proteger os assentamentos, continuam tendo um impacto grave sobre as vidas de muitos palestinos na Cisjordânia ocupada.
Ao mesmo tempo em que a economia tem dado sinais de crescimento e certas restrições de trânsito de palestinos foram levantadas, viver uma vida normal é quase impossível para muitas pessoas na Cisjordânia.
"O CICV pediu inúmeras vezes que fossem tomadas medidas para permitir que os palestinos vivam com dignidade", disse Béatrice Megevand-Roggo, chefe de operações do CICV para o Oriente Médio e Norte da África. "Reiteramos nosso pedido a Israel que faça mais para proteger os palestinos na Cisjordânia contra a violência dos colonos, que garantam suas terras e safras, que permitam que as famílias consertem suas casas e que assegurem que todos os palestinos tenham acesso aos hospitais e escolas sem demoras".
Por décadas, as restrições relacionadas com os assentamentos, que são ilegais segundo o Direito Internacional Humanitário, fizeram com que os agricultores palestinos perdessem suas terras e sua renda. Apesar das últimas melhoras na situação econômica, estima-se que 50 por cento da população da Cisjordânia viva na pobreza. Os mais afetados são os palestinos que vivem em áreas sob total controle militar e civil israelense (conhecida como Área C) - que representa mais de 50 por cento da terra.
Postos de controle, barricadas e barreiras de terra bem como o traçado da barreira da Cisjordânia são obstáculos diários para muitos palestinos. Alguns deles quase sempre estão impedidos de chegar a um hospital ou visitar seus parentes. A barreira da Cisjordânia, à medida que se desvia da Linha de Armistício de 1949 ou "Linha Verde" para dentro do território ocupado, é contrária ao Direito Internacional Humanitário. Além disso, a IV Convenção de Genebra proíbe o confisco de terra com o propósito de construir ou expandir assentamentos.
O assédio ou a violência perpetrada pelos colonos israelenses ocorre com regularidade, o que impede muitos agricultores de cultivar ou mesmo de pôr os pés em sua própria terra. Cerca de dez mil oliveiras foram derrubadas ou queimadas nos últimos três anos. Além disso, os palestinos enfrentam medidas de restrição de planejamento urbano implementadas pelas autoridades israelenses. Com frequência, eles são impedidos de consertar ou ampliar suas casas, o que significa que os jovens têm poucas opções, senão deixarem suas casas ou viverem apertados com todo o resto da família.
"Israel deve encontrar o equilíbrio entre atender suas necessidades legítimas de segurança e garantir os direitos básicos da população palestina", disse Megevand-Roggo. De acordo com o Direito Internacional Humanitário, como potência ocupante, Israel tem a obrigação de tratar a população civil de maneira humana sempre. O país deve permitir que a economia da Cisjordânia cresça e garantir que os palestinos tenham acesso à água e à assistência médica. Não deve requerer, destruir ou destruir propriedades de civis a menos que absolutamente exigido por necessidade militar.
Mais informações:
Anne Sophie Bonefeld, CICV Jerusalém, tel: +972 52 601 91 50
Nadia Dibsy, CICV Jerusalém, tel: +972 52 601 91 48
Ran Goldstein, CICV Tel Aviv, tel: +972 35 24 52 86 ou +972 52 275 75 17
Dorothea Krimitsas, CICV Genebra, tel: +41 22 730 25 90 ou +41 79 251 93 18
Assinar:
Postagens (Atom)
|
Para refletir:
Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.
Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.
O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.
Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.
O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.
|
Postagens populares
-
A Pérsia, cerca de 500 anos antes de Cristo, tornou-se um forte império e o primeiro a conquistar terras em outros continentes. Depois de vá...
-
Hoje o Irã vive graves confrontos entre estudantes e policiais e entre estudantes e paramilitares. Aqueles que inicialmente foram os grandes...
-
por Cyro Saadeh* Você sabia que é possível ter acesso ao uso de bens culturais sem ter que pagar por isso? É o que se chama de domínio públi...
-
A Tribuna Digital - Baixada Santista - 21 de junho de 2009 ____________________ Enviada ao Vale do Ribeira ____________________ Os mais de...
-
Muitos amigos me indagam do motivo de admirar tanto o jornal espanhol El Pais. Tudo bem que o diário é de centro-esquerda, é crítico, é muit...
-
Você gosta de música do oriente? Que tal ouvir música iraniana? Lembra um pouco as músicas árabe e indiana. Clique aqui para acessar o site ...
-
foto: Arabian Nights É muito fácil ser árabe. O difícil é compreendê-lo em um mundo em que os fatos são distorcidos. Os árabes, assim como ...
-
dica de VIOMUNDO Jango from Luiz Carlos Azenha on Vimeo .
-
Você conhece a história dos testes nucleares que o governo estadunidense realizou no Atol de Bikini, no Oceano Pacífico, a partir do fim da ...
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"
___________________________________________________________________________________
NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"
___________________________________________________________________________________
|