Esse pequeno país situado no Oriente Médio foi berço das civilizações cananeia e fenícia. Também foi ocupado por impérios poderosos como os babilônios, assírios, egípcio, grego, persa, romano, árabe, cruzado, otomano e francês.
O que define bem aquele país é o pão que comia toda a manhã, croissant com zatar. Sim. Por dentro o libanês é árabe, mas gosta da aparência francesa. É o que se vê nas ruas.
Os mais de vinte anos de colonização francesa foram suficientes para moldar o estilo libanês, ligado ao luxo, à aparência e até à arquitetura que julga ser mais moderna.
Além disso, os libaneses gostam de usar termos franceses no dia a dia.
O mais se vê no Líbano, além de sítios históricos, são salões de beleza para homens e mulheres. Há dois em cada quarteirão. Quase todos são vaidosos.
Os libaneses têm uma boa educação. Falam o árabe, como língua oficial, e o francês e o inglês também.
No Líbano você consegue se virar muito bem falando inglês (não é o meu caso) e usando até o dólar.
Sim, praticamente todos os lugares aceitam receber em dólar.
Os taxistas, no entanto, não falam muitas palavras em inglês. Por isso, saiba antes o quanto irá pagar
pela corrida, a fim de evitar contratempos.
A cotação que não muda há anos é que um dólar vale 1.500 libras libanesas.
Os libaneses adoram festas, adoram cantar e fazer piadas. Quando veem brasileiros já vão logo falando de futebol, de novela (que passa por lá) e da música que Michel Teló tornou internacional.
Sessenta por cento da sua população, atualmente, é islâmica, dividida basicamente em xiitas e sunitas. Quarenta por cento é cristã, principalmente maronita e cristã ortodoxa. É óbvio que há os evangélicos, os judeus, os adeptos de outras religiões e os ateus, mas são minorias.
As pessoas convivem muito bem entre si, não importando a religião. Nos restaurantes se veem islâmicos sentados ao lado de cristãos. Todos se respeitam e não deixam de fazer algo que é uma febre libanesa... fumar narguilé.
No entanto, não vá esperando encontrar bebida alcoólica em qualquer canto. Lá não funciona bem assim. Há muitos restaurantes que vendem bebidas alcoólicas, inclusive a deliciosa cerveja libanesa e o cultuado vinho da terrinha, mas também há os que se limitam a vender a horrenda cerveja sem álcool.
A melhor bebida na minha opinião? Suco de romã. É delicioso, raro e único.
O libanês tem uma aparência séria, mas logo solta um sorriso. Ele adora abraçar e é extremamente afetivo e cordial.
Pontos negativos no Líbano? O trânsito intenso, graças ao transporte público falho. A mania do libanês buzinar por tudo. Como buzinam! E o preço das coisas. Com exceção às refeições que não são caras, se comparadas a São Paulo, o resto é caro ao bolso dos brasileiros.
A vigilância extremada no aeroporto do Líbano (são inúmeras máquinas de raio x pelos quais é necessário passar) é algo que desagrada um pouco. O aeroporto, inicialmente, tem uma aparência feia, mas é só passar as duas primeiras barreiras que se vê um aeroporto agradável, mas não muito moderno.
Beirute e outras grandes cidades foram afetadas pela guerra de Israel e pela guerra civil. Há muitos prédios destruídos e com marcas visíveis de projéteis de armas. A reconstrução é visível em toda a Beirute. Embora com uma economia pobre, o Líbano está se reconstruindo.
Mas a comida libanesa, a simpatia do libanês, a tolerância, a facilidade em se comunicar e até de usar o dólar, aliado à beleza ímpar do local e aos riquíssimos sítios históricos recomendam uma visita de pelo menos uma semana ao Líbano. E não deixe de experimentar as frutas do Líbano. A laranja não tem acidez alguma e a romã é realmente única. E se você gostar de pimenta, irá adorar o Líbano. Eles servem pimenta para as pessoas mastigarem, junto com um bom shawarma, e comerem com azeitonas, inclusive pela manhã. É um prato cheio para os que gostam de coisas ardentes.
Embora as distâncias entre um ponto do país e outro sejam curtas, o trânsito nas grandes cidades é caótico e torna a viagem mais demorada do que deveria.
Se você for ao Líbano e achar tudo muito familiar, não estranhe. Há mais de 14 milhões de libaneses e descendentes no Brasil, grande parte em São Paulo.
Pode-se dizer que o Brasil abriga quatro Líbanos.
Chukran! (obrigado) Salam! (paz)