Sentimentos tão díspares, como dor, tristeza, solidão, compaixão, alegria, afeto e integridade são alguns dos elementos da vida poética, daquela intensa, saudável e real.
A vida sem encantos ou desencantos não é vida. É o carregar a si mesmo, já diziam com outras palavras.
Não precisamos ter dinheiro, um milhão de amigos, uma casa no campo, o carro do ano nem o emprego que todos desejam, não precisamos ter posses e tampouco precisamos viver na miséria e na depressão, para termos o direito de viver poeticamente.
Para a vida ter poesia, basta sentir e abrir a capacidade de percepção, um dos canais da inteligência que o homem insiste em ignorar. Todos os animais têm esse senso aguçado e o ser que se diz humano, ao mesmo tempo em que desvaloriza esse sentimento, não o conhece. Mesmo assim, alguns indivíduos da raça humana conseguem compor ou perceber poesias e até viver poeticamente. Quando a expressamos, não somos julgados como qualquer ser humano, mas sensíveis. Sensíveis? Ora, todos somos sensíveis, ainda bem, mesmo que não tenhamos descoberto. E se temos sensibilidade, podemos sentir, expressar e viver poesia.
Talvez a felicidade não seja a junção de sentimentos que consideramos positivos em nossas vidas, mas a capacidade de perceber detalhes e sensações únicas que só a poesia pode exprimir. E saiba que toda poesia, antes de se expressar, já foi sentida.