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Para muitos, não existe algo tão misterioso quanto o tempo e o Universo.
Alguns dizem que o tempo é o remédio para a saudade e para as dores da alma, enquanto outros dizem que o tempo, assim como o espaço, são criações da nossa mente e que nos prendem a um só caminho possível. Será?
Por qual motivos somos capazes de sentir a presença de pessoas que já se foram ou que estão em outro local? Seria a comprovação da inexistência do tempo e do espaço como entendemos ou seria apenas a saudade comandando o nosso cérebro?
Mas se nem o tempo nem o espaço realmente existissem, o que você faria?
Eu voltaria à minha infância para me observar melhor e poder lembrar quem realmente sou. Voltaria a ver amigos e parentes queridos que já foram desse plano, aproveitaria mais a infância do meu filho e estaria mais ao lado das pessoas que gosto. Ou seja, aproveitaria mais a vida!
O tempo pode ser poesia, assim como a ausência dele. A vida, que rege tudo o que conhecemos, vemos, ouvimos e sentimos, pode ser poética ou amarga, dependendo de como a encaremos. Se a vida for temporal, o tempo existente deve ser melhor aproveitado, para virar poesia. Se for eterna, por ser absoluta, a ausência de tempo deve ser utilizada para melhor compreensão e aceitação de cada ato da vida, permitindo que a poesia esteja presente em todos os caminhos.
Na verdade queremos saber coisas profundas, intensas, que fogem do nosso alcance e que não mudariam muito o nosso dia a dia. O que importa para termos uma vida mais leve é aproveitar melhor cada momento, compreendendo e aceitando cada passo dado, com poesia regada a amor, solidariedade, paz e a mais profunda vontade de alcançar a felicidade!
Aquilo que julgamos injusto, cruel e absurdo sempre existirá, pois nos relacionamos a outras pessoas que vivem momentos e universos diversos. Só não podemos permitir que a realidade alheia modifique a nossa pessoa e que, com a solidariedade e o amor mais intensos, não sejamos capazes de iluminar o caminho alheio.
Embora nos relacionemos com os outros, temos uma individualidade e uma consciência particular. Talvez aí esteja o maior mistério da humanidade: saber separar o que é nosso e o que é dos outros sem assumirmos uma posição de centro do mundo. A bondade não tem que estar presente apenas nos nossos passos, mas nas nossas relações, assim como a felicidade, o amor, a solidariedade e a paz. Crescendo na expansão do amor e felicidade, individual e coletivamente, nos aproximaremos do todo, do próprio Divino e ampliaremos exponencialmente a consciência.
Se tudo se relaciona e se comunica sem perder a individualidade, com a inexistência de tempo e de espaço será possível vivenciar infinitos caminhos e infinitas possibilidades que convivem lado a lado.
O que muda a percepção do caminho, então, é a consciência, individual e coletiva. Se ampliarmos a percepção da consciência, conseguiremos enxergar melhor os outros e o que chamamos de Universo? Conseguindo ampliar a percepção da consciência estaremos mais próximos da compreensão do todo e de tudo, permitindo-nos ter capacidades hoje desconhecidas?
Qual o motivo de não estarmos conscientes e despertos, vivenciando o amor e a felicidade? Por que, ao contrário, vivenciamos uma irrealidade que nos prende a dissabores espirituais? Por qual motivo a propriedade, o capital e o consumo são tão importantes à maior parte da sociedade? É possível ampliar a consciência mesmo vivendo numa sociedade tão materialista, competitiva e individualista?
Não tenho as respostas, mas apenas algumas perguntas. A meditação, de fato, ajuda a compreender e a separar o que é nosso e o que não nos pertence, permitindo ampliar a percepção e a própria consciência. Mas o quanto teriamos que meditar?
A consciência plenamente ampliada nos permitirá compreender Deus? Será essa a grande questão para a humanidade e a descoberta de inúmeras questões?