Há coisas nas profissões que me irritam e vejo mais de perto três delas.
Como jornalista e leitor de revistas e jornais, posso criticar a forma como os jornalistas abordam as matérias. Há uma extrema superficialidade e ausência crítica nos textos escritos e televisivos. Isso não informa, mas dá a falsa impressão, ao leitor ou espectador desatento, de que está a par do que acontece.
Como estudante, posso criticar os colegas que se preocupam apenas com as imagens, pensando que a beleza delas dará um filme por si só. Quem não gosta de belas imagens? Eu também adoro, e as aprecio nas telonas de cinema. Mas cinema não é feito só disso. Há a necessidade de haver massa crítica e de que o que vemos nos toque.
E como advogado posso criticar os meus colegas. No direito às vezes esquece-se das pessoas e pensa-se mais no abstrato ou no dinheiro.
Em qualquer uma dessas três profissões, como deve ocorrer com muitas outras, para não dizer de todas, o ser humano é normalmente esquecido, a poesia é rarefeita e o sentido do que é feito é quase nulo. A sensibilidade fica para poucos profissionias, corajosos.
Como mudar isso, fico a pensar. Difícil. Em um país que não investe no sistema educacional de forma adequada e pouco se importa com a cidadania, as coisas vão acontecendo de qualquer jeito. E assim a vida caminha para nós brasileiros. Sorte que há pessoas que pensam no hoje e principalmente no amanhã, propondo-se a diferenciar-se. Sorte de nós!