segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Gianni Carta: A suposta vida de Hitler na Argentina após 1945

Dois autores britânicos alegam que o ditador nazista fugiu à América do Sul, onde viveu até 1962

Gianni Carta

Adolf Hitler não se suicidou em 30 de abril de 1945 no seu bunker em Berlim. Eva Braun, sua mulher, também não se matou após ingerir uma dose de cianeto. O ditador nazista e sua companheira escaparam num submarino para as costas argentinas. Viveram anos a fio nas cercanias de San Carlos de Bariloche, onde tiveram duas filhas antes da morte de Hitler, em 1962. O Fuhrer tinha 73 anos.

Essa é a polêmica tese de um livro publicado no Reino Unido, Grey Wolf: The Escape of Adolf Hitler, dos autores britânicos Gerrard Williams e Simon Dunstan.

Especialista em Segunda Guerra Mundial, William é historiador e diz ter encontrado suficientes provas para co-escrever o livro.

A Argentina era o país ideal, argumentam os autores, porque este país era “um enclave fascista e pró-nazista”. Adolf Eichmann e Joseph Mengele, dois notórios criminosos nazistas, também se refugiaram na Argentina.

Hitler e Braun, alegam Williams e Dunstan, teriam sido ajudados na sua fuga pelos serviços de segurança norte-americanos. Em troca, os espiões tiveram acesso à tecnologia de guerra de ponta dos nazistas.

Houve pressão para que o livro não fosse publicado.

Segundo os autores de Grey Wolf, duas de suas testemunhas oculares teriam sido ameaçadas de morte quando a obra estava sendo redigida.

O livro cita inúmeras fontes, incluindo médicos e cozinheiros. Todos dizem ter visto ou conhecido o líder nazista antes de sua morte, em 13 de fevereiro de 1962. Suas duas filhas estariam vivas.

No entanto, esta não é a primeira vez que um livro narra a suposta fuga de Hitler e Braun para a Argentina. Em 2003, foi publicada a obra Hitler in Argentina, de Abel Basti.

Agora, contudo, a história ganhará ímpeto com um novo filme baseado em Grey Wolf.

Gianni Carta é editor do site de CartaCapital. É jornalista e cientista político formado pela Universidade da Califórnia e mestre em relações internacionais pela Universidade de Boston. Foi correspondente da CartaCapital na Europa durante 17 anos. Em seus mais de 20 anos no exterior, também foi correspondente da Isto É, Diário do Grande ABC, repórter especial da BBC World Service, da rede de tevê norte-americana CBS e do semanário GQ (Europa). Contribuiu para, entre outros, The Guardian e Radio Five Live. Seu último livro é "Às Margens do Sena" (com Reali Jr., Ediouro, 2007).

domingo, 30 de outubro de 2011

MULHERES E SEUS RÓTULOS

Sou fã e apaixonado pela mulher "El Pais", layout maravilhoso, cheia de surpresas, fiel e sincera, além de dona de outras qualidades. Chega das mulheres "Só Veja", "Istoé, nada mais", "que só pensa no Agora", "Mulher com o conhecimento de uma Folha de Jornal", "Mulher em Mau Estado" ou "Mulher que tem o Globo no umbigo". Também não suporto a "Mulher Teatro", cheia de drama, e a "Mulher Cinema", verdadeira longa-metragem com cheiro de pipoca. Bem, enquanto não tiver a oportunidade de ter a assinatura da mulher "El Pais", vou à feira, na hora do almoço, em busca da "mulher morango", "mulher pera", "mulher melancia", "mulher pêssego", "mulher figo" e até da "mulher tangerina", e também à praia, em busca da "mulher só uma onda", e até mesmo ao shopping, atrás da "mulher um passeio e nada mais". Eu? Ah, eu sou um misto de "Homem-Cursinho", aquele que se prepara, se esforça, mas que nunca será capaz de prever todos os tipos que aparecerão no decorrer da vida, e "Homem-Escritor" que, com os seus lápis e lápis-borracha, procura dominar o rumo de suas mulheres, ao menos na sua história romanceada...

sábado, 29 de outubro de 2011

DANÇA ÁRABE EM FOTOS

Exposição no metrô de São Paulo traz fotos de apresentações de danças árabes realizadas em teatros da cidade. Os trabalhos são da fotógrafa Adelita Chohfi.


Adelita Chohfi
O movimento das danças árabes

São Paulo – Até dezembro, quem passar pelo metrô de São Paulo terá a oportunidade de ver a beleza dos movimentos de danças árabes em apresentações realizadas na capital paulista. A exposição "Arte e Movimento nas Danças Árabes" traz uma pequena mostra do trabalho da fotógrafa Adelita Chohfi, que há cinco anos se dedica a registrar apresentações do gênero em São Paulo e também no interior do estado.

"Sou neta de sírios e sempre tive contato com o mundo árabe. Tenho amigas que dançam e tudo aquilo me encantava. Comecei a fotografar as amigas que se apresentavam e aquilo virou uma profissão", conta Adelita. Até o final de outubro, 12 fotos de Adelita podem ser vistas na estação Artur Alvim, na linha vermelha do metrô. Em novembro, a mostra segue para a estação Paraíso e, em dezembro, para a estação Ana Rosa (linhas azul e verde).

Formada em Economia, Adelita começou a se interessar por fotografia há dez anos, mas apenas há cinco anos é que o hobby virou profissão. Hoje, ela se dedica especialmente ao registro de apresentações de danças do ventre e do folclore árabe realizadas por escolas especializadas, além de fotografar bailarinas em seu estúdio na Bela Vista. "Gosto de congelar um movimento bonito. Vejo as meninas dançando e elas se entregam à dança. Vejo uma beleza muito grande na delicadeza dos movimentos, na complexidade dos passos. Corro para registrar aquele movimento das bailarinas", conta.

Em seu acervo, Adelita conta com, pelo menos, 200 mil fotos. "Em cada evento, tiro de quatro a cinco mil fotos", revela. "Em um evento de duas horas, por exemplo, são três mil fotos". Ela conta que na última edição do Mercado Persa, grande evento de dança e cultura árabe que acontece anualmente em São Paulo, ela registrou 15 mil fotos em três dias. Em menor escala, ela também fotografa, em estúdio, grávidas e praticantes de artes marciais.

Aos 39 anos, esta é a primeira vez que Adelita expõe seu trabalho fora do circuito das academias de dança. Anteriormente, ela já havia exibido suas fotos em três edições do Mercado Persa, de 2007 a 2009. Se depender de sua vontade, as mostras não devem parar por aqui. "Gostaria de continuar, se tiver outras oportunidades".

Sua foto preferida foi feita em uma apresentação no teatro Santo Agostinho, durante o evento "Super Noites no Harém", da tradicional casa de chás Khan El Khalili. "Esta foto acabou sendo meu cartão de visitas", revela. "A postura da bailarina, o movimento do véu e a iluminação fizeram um conjunto bem legal", destaca.

Serviço:
Exposição "Arte e Movimento nas Danças Árabes"
Até dezembro no metrô de São Paulo
Visitação Gratuita
Site da fotógrafa: www.adelitachohfi.com.br

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os cristãos do Oriente erguem-se como muralhas face ao novo colonialismo ocidental.

por Thierry Meyssan*

A guerra contra a Síria, planificada pelos Estados Unidos, pela França e pelo Reino Unido para o meio de novembro, foi estancada, in extremis, pelo veto russo e chinês no Conselho de Segurança. Segundo Nicolas Sarkozy, que tinha informado o Patriarca Maronita, aquando de uma tumultuosa entrevista na sua residência oficial no dia 5 de Setembro, o plano prevê a expulsão dos cristãos do Oriente pelos ocidentais. Neste contexto, uma campanha dos média é conduzida na Europa para acusar os cristãos do Oriente de cumplicidade com as ditaduras. A Madre Agnès-Mariam de la Croix, do Mosteiro de São Tiago o Mutilado, em Qara (Síria), responde a esta propaganda de guerra.

Recebido na residência oficial do Presidente da República francês no dia 5 de Setembro de 2011, S. B. Bechara Boutros Rai, Patriarca Maronita de Antioquia e de todo o Oriente (o chefe da principal Igreja de rito oriental em comunhão com o Papa de Roma), ouviu dizer que a França e os seus aliados fariam brevemente uma intervenção militar na Síria, para levar ao poder os Irmãos Muçulmanos. Os cristãos do Oriente, que então deixariam de ter o seu lugar no Levante, deveriam preparar-se para o exodo e poderiam encontrar refúgio na Europa. © Presidência da República – P. Segrette Thierry Meyssan : O Sínodo especial para o Próximo Oriente afirmou o carácter árabe dos cristãos desta região. Isto introduz uma ruptura em relação ao século XX, onde o cristianismo, ainda que nascido nesta região, aparecia como uma religião do colonizador. Esta viragem ideológica conduziu a Santa-Sé e as Igrejas do Oriente a apoiar a causa palestiniana e as forças da Resistência anti-sionista, inclusivé a Síria. Esta evolução já tinha sido antecipada no Líbano pelo general Michel Aoun e a sua aliança com o Hezbollah. Os cristãos do Oriente tornaram-se os inimigos dos ocidentais?

Madre Agnès-Mariam de la Croix : Sim, o Sínodo afirmou com força o caracter árabe dos cristãos do Oriente, por imersão e simbiose com o seu ambiente histórico e cultural.

Não esqueçamos que foram os cristãos do Oriente os pioneiros do Renascimento árabe, chamado Nahda, face ao colonizador otomano. Com certas eminentes figuras muçulmanas, foram eles que revivificaram a lingua árabe e a sua extensão universal através das traduções levadas a cabo, do árabe ou para árabe, por grandes intelectuais, especialmente em Alepo, Damasco e no Monte-Líbano. As primeiras tipografias do mundo árabe são o feito de cristãos como Abdallah Zakher. No entanto,com os movimentos panarabes do início do século XX e certas tensões nas vésperas das independências, facções cristãs foram conduzidas a distanciar-se ideologicamente dos seus irmãos árabes de outras confissões. Isto foi muito eloquente durante a guerra do Líbano, quando certos cristãos libaneses recusavam alto e forte a sua pertença ao mundo árabe para reivindicar hipotéticas raízes fenícias, cananeias ou outras. A derrota cristã da guerra do Líbano reconduziu os corações a uma justa medida no que concerne a História e a identidade. Os cristãos reconheceram-se enviados em missão sobre a terra dos seus antepassados, desde a Mesopotâmia até ao Mediterrâneo, passando pelas margens do Nilo, para testemunhar da sua esperança diante dos seus irmãos muçulmanos, que eles tinham por vezes acolhido como libertadores face ao colonizador bizantino, na época das guerras islâmicas. É preciso guardar na memória a obra de fogo do Padre Corbon, autor de um livro que muito influenciou os pastores das Igrejas cristãs, no sentido da adopção da causa árabe e da identificação árabe. Este livro, do qual não aprovo o título, chama-se A Igreja dos árabes.

Desde sempre, o Vaticano tomou posição pela causa palestiniana, não por alinhamento político, mas por causa da justiça. Hoje, esta posição é admitida por todos os cristãos do Oriente, inclusivé pelos antigos militantes anti-árabes. No entanto, a ingerência injustificada do Ocidente – Estados Unidos e França à cabeça – nos assuntos regionais, já suficiente e amargamente experimentada durante a guerra do Líbano e que se faz ainda sentir no Iraque, encontra os cristãos, com os prelados à sua frente, extremamante cautelosos. Não se trata de se tornar inimigos dos ocidentais, mas de se dar conta que a sobrevivencia dos cristãos no Oriente não mais poderá ser devedora a um não importa qual protectorado ou Sublime Porta; o nosso futuro depende do matrimónio convencido dos cristãos com os seus irmãos que coabitam com eles no Oriente, em quem reconhecem irmãos de sangue, para além das divergencias confessionais, que são inferiores ao que parece.

Os cristãos sempre serviram de asilos culturais ao Ocidente. Quando os Otomanos, o homem doente da Europa, não tinham outra alternativa senão de acolher os diversos cônsuls ocidentais, que vinham com os seus missionários a Alepo (franceses, italianos, venezianos, genoveses, holandeses, austríacos, ingleses, etc...),os cristãos eram os intermediários que lhes permitiam de se adaptar ao misterioso Oriente. Em definitivo, os cristãos não são inimigos de ninguém. Eles acolheram tanto os ocidentais como os muçulmanos. Seja como for, eles reservam-se o direito, depois de tantas desgraças, de criticar as gafes, as vistas curtas ou as cóleras intempestivas de uns e de outros no Ocidente, que promovem os seus próprios interesses, em detrimento da presença multisecular dos cristãos e dos outros componentes étnico-culturais do tecido sócio-demográfico oriental. Ou aceitam os princípios demográficos e tomam em conta o nosso ponto de vista, ou admiti que fazemos face, uma vez mais, a um sistema imperialista que exige que nos calemos e quer constrangirnos a obedecer.

Thierry Meyssan : Temos assistido, da parte dos médias católicos ocidentais, a uma ofensiva contra o novo Patriarca maronita e contra as suas declarações desfavoráveis a uma intervenção internacional para mudar o regime na Síria. Os seus adversários acusam-no de colaborar com «a ditadura dos Assad». É verdade que a minoria cristã do Oriente tem medo da democracia?

Madre Agnès-Mariam de la Croix : Estou desiludida pela imprensa católica que segue cegamente a tendência ditada pelos mestres do mundo e que não faz senão repetir, como um papagaio, o que propagam, até enjoar, os médias mainstream. É pena que nestes dias difíceis, nos tenhamos a entender, em primeiro lugar, com os nossos correligionários, que estão completamente no engano e na desinformação, algumas excepções à parte, a quem saúdo a coragem.

Os ocidentais habituaram-se a ser os juízes, os mestres do pensamento, os comandatários e, digamos, os tutores dos cristãos do Oriente. Isto deve-se à demasiado grande complacência de alguns de nós para com uma cultura alternativa que adoptaram. Além disso, uma coisa é ser francófono, outra de permitir aos franceses – ou a outros ocidentais – de se apresentar como pedagogos e tutores dos cristãos do Oriente. O Patriarca maronita disse o que pensava, de comum acordo com os seus colegas , os outros Patriarcas do Oriente. Ele não o fez por cumplicidade com uma ditadura, mas em harmonia com o que ele crê ser a Justiça, o Direito e o interesse das comunidades cristãs. Com certeza que os propósitos do Patriarca vão contra, de uma maneira bastante autorizada, as manigâncias da comunidade internacional, que visam a instaurar , custe o que custar, um regime alternativo fantoche na Síria, como foi o caso na Líbia. O facto do tamanho interesse dado aos assuntos da Síria – oh! quanto não o fizeram durante a guerra do Líbano, quando nós éramos massacrados na indiferença ! - ao ponto de fazerem disso «a notícia do dia» quotidiana dos médias do Novo Totalitarismo, deveria despertar a atenção de toda a pessoa livre e crítica.

Pretender que os cristãos do Oriente e os seus pastores são reticentes a acompanhar as revoluções árabes por medo da democracia é uma calúnia malevolente. Os cristãos foram os pioneiros da liberdade de expressão, da igualdade dos cidadãos e da dignidade do povo em todo o lado. É falso dizer que ignoramos culturalmente a democracia, que as nossas famílias são autoritárias e que, em geral, não há democracia na Igreja. Trata-se de uma leitura reduzida, superficial. Porquê não falar no amor que reina nas nossas famílias? Esta concórdia faz com que não tenhamos necessidade de maioria para dirigir, pois o consenso é a realidade quotidiana que solda os diversos membros deste edifício. Quanto à Igreja, ela é a comunhão que preside à relação entre estes membros. Tratar a família e a Igreja sob o ângulo da democracia, é politizar estas realidades que são infinitamente mais profundas que os interesses da Polis. Estou admirada que haja padres que lançam seminários de oração e de jejum e que estão, na realidade, centrados sobre uma visão unilateral política da família, da Igreja, da sociedade, ao ponto de se tornarem os consultores voluntários que ditam os seus pareceres, como faziam outrora os colonisadores, afirmados brutalmente como oráculos, do alto de uma surabundante estima pessoal, à pobre plebe do povo sírio considerado como menor, inculto, cego e incapaz.

Os ocidentais estão a tal ponto cheios de orgulho, que não podem pensar em outros esquemas civis senão nos seus, ainda que o seu mundo esteja confrontado a uma insolúvel crise social, económica, moral. Nas sociedades tradicionais fiéis ao sistema ancestral, herdado dos tempos bíblicos, existem outros meios, outros parâmetros, que podem reger a vida da sociedade de uma maneira igualmente sucedida, ainda que de maneira diferente. Penso ao sistema patriarcal. Penso ao sistema das alianças entre famílias, tribos, vilas, regiões e Estados; um sistema federativo baseado sobre as liberdades e interesses particulares da família, da tribo, ligados à terra dos antepassados. Infelizmente, o Ocidente varreu o conceito de pertença à terra, à família, à étnia e, soma feita, o de identidade ontológica. O seu modelo é baseado, não sobre o reconhecimento do individuo, mas sobre interesses periféricos. É em nome do economicamente útil que se sacrificam - em proveito das multinacionais – os principios da pátria, da família, da identidade pessoal. Não nos damos conta que estamos embarcados num totalitarismo, de que maneira mais desenfreado e maléfico que estes pequenos regimes que procuram derrubar. Todos eles tiveram o mérito de se aproveitar do tecido social, identitário, familial, tribal e próprio ao clã, do nosso misterioso Oriente. Estou consciente que, à distância, a nossa vida feliz é totalmente incompreensível para o Ocidente.

Thierry Meyssan : O Conselho nacional sírio de transição (CNS), que se constituiu na Turquia, é dominado pelos Irmãos muçulmanos. Esta confraria foi longa e severamente reprimida por Damasco. As vilas onde ela está historicamente presente estão doravante no centro da contestação. Os Irmãos muçulmanos são, antes de tudo, partidários de uma aplicação moderna da Charia. A sua preocupação não virá ao encontro de numerosos movimentos cristãos, a favor de uma restauração da moralidade?

Madre Agnès-Mariam de la Croix : Lamento que haja quem se pretenda da oposição e não tenha tomado à letra o presidente Bachar el Assad, para debater com ele a série de reformas que está a levar a cabo. Em vez disso, esta oposição fechou as portas a não importa qual negociação, não só através das suas declarações, mas recorrendo à força das armas, dos atentados e de outras violências. O CNS não se apresenta como uma emanação natural de uma real aspiração do povo sírio aos seus legítimos direitos, mas como uma elaboração forçada de uma oculta colaboração com interesses estrangeiros à Síria.

A aliança entre os Irmãos muçulmanos e o Ocidente é um escandalo, tanto para os cristãos como para os muçulmanos que não querem que a religião se estenda nas suas vidas através do plano civil. Nos regimes laicos, instaurados depois das colonizações no alinhamento panarabe, o alívio para toda a gente era uma certa distância entre a religião e o civil. Ora, os ocidentais que rejeitam nos seus países, e com razão, o amalgama civil-religioso, procuram favorizá-lo aqui para derrubar os regimes laicos! É isto o que faz medo à maioria do povo sírio. A Charia aplicada na sua totalidade, como a procuram instaurar os Irmãos muçulmanos, funda regimes teocráticos antiquados, obscurantistas, como é o caso na Arábia Saudita. Como aceitar uma tal regressão no século XX e que modernismo podem os Irmãos muçulmanos trazer à Charia, que sendo de natureza divina, não pode ser temperada ou rectificada por nenhum poder humano?

Desconfio de uma cumplicidade escondida entre os interesses néocoloniais do Ocidente e a repressão mental efectuada por meio da Charia. Infelizmente, apesar de se apresentarem democráticos, os poderios ocidentais têm necessidade de um sistema que os ajude a subjugar as massas, sob o pretexto de piedade e fidelidade à religião. Em conclusão, os poderios ocidentais têm medo dos cristãos que, conforme ao ensinamento do Evangelho, são livres de escolher o Bem ou o Mal e são restituidos à sua dignidade de criaturas racionais, responsáveis dos seus pensamentos, das suas palavras e das suas acções, o que não é o caso do fundamentalismo muçulmano.

Thierry Meyssan : Clérigos ocidentais, que vivem no mundo árabe, comprometeram-se resolutamente na «Primavera árabe». Eles sublinham que os europeus não devem ser os priveligiados, mas que todos os povos têm o direito de viver com os standards ocidentais e de beneficiar da democracia. Contudo, tanto o Patriarca como vós mesma, pareceis inquietos para com a revolução síria. Em definitivo, os cristãos têm uma posição comunitária sobre este assunto ou estão politicamente divididos?

Madre Agnès-Mariam de la Croix : Acredito verdadeiramente que os clérigos ocidentais que vivem no mundo árabe só estão mentalmente comprometidos na Primavera árabe, são revolucionários de papel. E ainda mais, não se deram à pena – porque estrangeiros ao tecido social e à sintese identitária oriental – de auscultar a tendência real da imensa maioria silenciosa, cristã e muçulmana. Estes clérigos ocidentais são os primeiros a ser induzidos em erro e a mostrar que desprezam os valores orientais, pelos quais dizem terem-se comprometido, já que procuram importar pela força de uma convicção fora de propósito, o standard ocidental como sendo a norma universal, unicamente viável, do bem-estar e da dignidade. Infelizmente, olhemos de caras este standard, com olhos orientais : onde está a importância dada à família que se esboroa, ao ponto que a identidade do género se tornou um debate na ONU? Que dizer dos costumes totalmente exasperantes para um oriental, e porque não o dizer, já que somos livres de nos exprimir : nunca no Oriente se aceitaria a banalização do aborto ou o isolamento dos idosos fora das suas famílias. É evidente que o standard ocidental só é uma referência para os orientais que estão desenraizados da sua própria identidade e que vivem num mundo virtual, para se deixarem modelar à imagem dos seus idolos. Não é a revolução que faz medo ao Patriarca e aos cristãos, mas sim a ingerência do Ocidente, que deixa a pensar que se trata antes de uma conspiração ou de um movimento desviado que de um acontecimento espontâneo. Os cristãos podem estar divididos politicamente, é o seu direito. Eles sempre foram pluralistas, é a sua honra. Por causa da liberdade inerente à sua formação religiosa, eles são os artesãos, e diria eu, uma referência para toda a revolução digna desse nome.

Traduzido por Miry

* Intelectual francês, presidente fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. Publica análises de política estrangeira na imprensa árabe, latino-americana e russa. Último livro publicado: L’Effroyable imposture : Tome 2, Manipulations et désinformations (éd. JP Bertand, 2007).

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A MÍDIA É CONTRA CHAVEZ, MAS A SUA APROVAÇÃO É INCONTESTÁVEL

TIJOLAÇO

Sobe mais a aprovação de Chávez


Quando o GISXXI, um instituto de pesquisas venezuelano, em agosto, publicou que a aprovação do presidente Hugo Chávez tinha alcançado, quase ninguém quis publicar, por ser dirigido por um ex-ministro de Chávez, Jesse Chacón.

Mas outros institutos de pesquisas como o Hinterlaces e o Datanalisis, este ligado à oposição, logo registraram dados semelhantes, embora este último tenha feito uma divulgação marota que trasnformava 40% de intenção de voto em Chávez em 60% de rejeição ao mandatário.
Pois bem, ontem o mesmo GISXXI divulgou nova pesquisa, e a aprovação de Chávez sobe mais, para 71% e a de seu governo para 65%

A pesquisa diz que 49% querem que a Venezuela siga no mesmo caminho em que a conduz o governo Chávez e nada menos que 40% se define como “chavista”, contra 33,4% que se afirmam neutros e 26,4% que dizem ser oposição ao atual presidente.

Logo sairão outras pesquisas e os números do GSIXXI serão postos à prova. Mas, até agora, todos eles têm se confirmado.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PALESTINOS: IMPESSOAS OU SUB-HUMANOS

Ao analisar troca de prisioneiros Hamas-Israel, Noam Chomsky sustenta: elites ocidentais e mídia tratam 3/5 do planeta como sub-humanos

Depoimento a Amy Goodman, do Democracy Now
Tradução: Antonio Martins

Noam Chomsky, professor emérito do Massachussets Institute of Technology (MIT), linguista mundialmente renomado e ativista politico, falou segunda-feira (17/10) à noite no Barnard College, em Nova York, sobre o conflito entre Israel e Palestina. Poucas horas antes, as duas partes haviam completado uma troca histórica de prisioneiros. O soldado israelense Gilad Shalit voltou para casa, depois de cinco anos no cativeiro em Gaza. Em contrapartida, Israel libertou 477 prisioneiros palestinos. Outros 550 estarão livres em dois meses. Quarenta dos prisioneiros serão deportados para Síria, Qatar, Turquia e Jordânia. Na terça-feira (18/10), houve celebração gigantesca em Gaza (foto). Grupos de apoio aos palestinos aprisionados frisam que mais de 4 mil permanecem no cárcere em Israel.

Horas antes de sua conferência, Chomsky foi entrevistado por Amy Goodman, do site “Democracy Now”. “Penso que o soldado israelense Gilad Shalit deveria ter sido libertado muito tempo atrás”, disse ele. Mas provocou: “Falta algo nesta história. Não há imagens das mulheres palestinas e nenhuma discussão sobre a história dos palestinos libertados. De onde eles vêm?”

Para explicar este ocultamento, Chomsky usou um neologismo poderoso e terrível: impessoas. A legislação dos Estados Unidos e da maior parte dos países ocidentais conserva princípios jurídicos democráticos. Porém, para ele, três décadas de retrocessos políticos e culturais reinstituíram uma forma ideológica de racismo que era comum no período da caça aos índios, ou da escravidão. É como se a parte não-branca da humanidade estivesse excluída dos das garantias civis, por ser sub-humana. Este retrocesso explicaria, por exemplo, a campanha de execuções praticada por Washington, em várias partes do mundo, por meio de aviões não-tripulados. E tornaria ainda mais indispensável a onda de rebeldia “contra políticos e banqueiros”, que se espalha precisamente nos países onde o retrocesso é mais grave. Ou mesmo vitórias parciais, como a libertação dos 477 prisioneiros palestinos e do soldado Gilad Shalit.

Leia, a seguir, a fala de Chomsky a “Democracy Now” – que inclui, quase ao final, curiosa menção ao Brasil….

Há cerca de uma semana, o New York Times publicou uma matéria intitulada “O Ocidente celebra a morte de um clérigo”. Era Anwar al-Awlaki, morto por um avião não-tripulado (drone). Não foi apenas morte: foi assassinato, e outro passo a mais na campanha global de assassinatos do governo Obama, que está quebrando recordes em matéria de terrorismo internacional.

Bem, nem todo o Ocidente celebrou. Houve alguns críticos. Quase todos criticam a ação pelo fato de Awlaki ser um cidadão norte-americano. Ou seja, ele era uma pessoa, ao contrário de suspeitos que são assassinados intencionalmente ou por “dano colateral”. Significa que os tratamos como formigas em que se pisa quando se anda pela rua. Não são cidadãos norte-americanos – portanto, são impessoas, e podem ser livremente mortos.

Alguns lembrarão – se tiverem boa memória – que havia um conceito jurídico anglo-saxão chamado “presunção de inocência”. Todos éramos inocentes até prova em contrário em juízo. Ele está tão mergulhado na história que é quase impossível resgatá-lo – mas de fato, existiu. Alguns dos críticos ao assassinato lembraram a Quinta Emenda à Constituição norte-americana, segundo a qual nenhuma pessoa – “pessoa”, atentem – será privada da vida, liberdade ou propriedade sem o devido processo legal. Bem, é claro que nunca se pretendeu aplicar a emenda a impessoas.

E há impessoas de diversas categorias, Em primeiro lugar, a população indígena, seja nos territórios já então possuídos ou nos seria conquistados depois. O princípio não se aplicava a eles. E, é claro, não valeu para os negros e não-brancos, que constituem três quintos da população do planeta.Esta segunda categoria de impessoas foi, em tese, promovida pela 14ª Emenda. Essencialmente com as mesmas palavras da Quinta Emenda, ela passava a incluir os antigos escravos negros. Bem, ao menos em teoria. Na prática, quase não aconteceu. Depois de aproximadamente dez anos, os três quintos da espécie foram reconduzidos à categoria de impessoas pela criminalização segregacionista da vida negra. Em essência, ela restabeleceu a escravidão – talvez em condições até piores – e estendeu-se até a Segunda Guerra Mundial. E está sendo reinstituída agora, depois de trinta anos de severo retrocesso moral e social nos Estados Unidos.
Bem, a 14ª Emenda está sendo vista agora como problemática. O conceito de pessoa era ao mesmo tempo muito amplo e muito estreito. As cortes trabalharam para superar ambos os problemas. O conceito de pessoa foi ampliado para incluir ficções legais, criadas e conservadas pelo Estado, que são chamadas de corporações; e foi estreitado para excluir alienígenas indocumentados. Isso vem até o presente: casos recentes da Suprema Corte deixa claro que as corporações não apenas são pessoas, mas pessoas com direitos bem superiores às de carne e osso: um tipo de superpessoas. Os mal-chamados “acordos de livre comércio” deram-lhes direitos assombrosos. E, é claro, a Suprema Corte acrescentou alguns.

Mas a necessidade crucial era assegurar que a categoria de impessoas incluísse os que escaparam dos horrores que criamos na América Central e México, e tentam chegar aqui. Eles não são pessoas, são impessoas. Isso inclui, é claro, os estrangeiros, especialmente se acusados do terror . É, aliás, um conceito que passou por uma transformação interessantíssima desde 1981, quando Ronald Reagan chegou ao governo e declarou a guerra global ao terror – GWOT, na terminologia fantasiosa de hoje. Não vou me aprofundar no assunto, exceto para um breve comentário sobre como o termo é usado atualmente, quase de modo imperceptível.

Tomemos, por exemplo, Omar Khadr. É um garoto de quinze anos, um canadense. Foi acusado de um crime muito severo – ou seja, a tentativa de defender seu povoado no Afganistão contra invasores norte-americanos. É, óbvio, um crime grave praticado por um terrorista perigoso. Por isso, Omar foi enviado primeiro para a prisão secreta de Bagram, depois para Guntánamo, por oito anos. Foi considerado culpado de alguns crimes. Todos sabemos o que isso significa. Quem quiser, pode obter alguns detalhes na própria Wikipedia – ou mais, em outras fontes.

Omar declarou-se culpado de alguns crimes e foi condenado a mais oito anos. Poderiam ser mais – até trinta – se não tivesse confessado a culpa. Afinal de contas, é um crime grave. Como ele é canadense, o país poderia requerer sua extradição. Mas recuou, com a coragem que lhe é peculiar. Não querem ofender o chefe, compreensivelmente.

Bem, o crime de resistência à agressão não é uma nova categoria de terrorismo. Talvez alguns de vocês sejam velhos o suficiente para lembrar do slogan “terror contra o terror”, que foi usado pela Gestapo, e que nós recuperamos. Nada disso desperta interesse, porque todas as vítimas pertencem à categoria de impessoas.

Para voltar a nosso assunto, o conceito de impessoas é central no debate desta noite. Os judeus israelenses são pessoas; os palestinos, impessoas. E muitas consequências emergem daí, como se vê frequentemente. Tenho comigo um clipping do New York Times. Matéria de capa de quarta-feira, 12 de Outubro: “Acordo com Hamas libertará israelenses preso desde 2006”. É Gilad Shalit. E bem próxima à matéria, uma imagem de quatro mulheres quase em agonia pela sorte de Gilad. “Amigos e apoiadores da família do sargento Gilad Shalit recebem informação sobre o acordo, na tenda de protesto da família, em Jerusalém”, é a legenda.

É compreensível. Penso que o soldado deveria ter sido libertado há muito tempo. Mas falta algo em toda esta história. Não há imagens das mulheres palestinas, nem discussão alguma sobre a história dos palestinos que serão libertados. De onde vêm?

Haveria muito a dizer sobre isso. Não sabemos, por exemplo – ao menos, não consegui ler no NYTimes – se a libertação inclui os palestinos – as autoridades palestinas eleitas – que foram sequestradas e aprisionadas por Israel em 2007, quando os Estados Unidos, a União Europeia e Israel decidiram dissolver o único parlamento eleito livremente no mundo árabe. A este gesto, chamou-se “promoção da democracia”.

Não sei o que aconteceu com eles. Há mais gente mantida na prisão exatamente há tanto tempo quanto Gilad Shalit – na verdade, um dia a mais. Na véspera da captura do soldado, na fronteira, as tropas de Israel entraram em Gaza, sequestraram dois irmãos – os irmãos Muamar – e fizeram-nos atravessar a fronteira, evidentemente numa violação às Convenções de Genebra. Eles desapareceram no sistema prisional de Israel. Eu não tenho a mínima ideia sobre o que lhes aconteceu: nunca li uma palavra sobre isso. Tanto quanto eu saiba, ninguém se importa, o que é compreensível. Afinal de contas, impessoas.

O que quer que pensemos sobre a captura do soldado – um membro de um exército agressor –, o sequestro de civis é um crime muito mais severo. Mas apenas se fossem pessoas. O assunto realmente não tem importância. Não é que seja ignorado. Você consulta os jornais do dia seguinte à captura dos irmãos Muamar e lê algumas linhas, aqui e ali. Mas é insignificante, claro – o que faz algum sentido, já que há milhares de palestinos nas prisões israelenses, muitos sem acusação.

Além disso, há o sistema de prisões secretas — como a Facility 1391, se você quiser pesquisar na internet. É uma prisão secreta, ou seja, certamente uma câmara de torturas, em Israel. Quando foi descoberta, houve vasta reportagem no país, assim como na Inglaterra e no resto da Europa. Mas não vi uma linha nos Estados Unidos, ao menos nos meios que as pessoas leem mais frequentemente. Escrevi sobre o tema, assim como alguns outros. Mas são, outra vez, impessoas, e naturalmente ninguém se importa. O racismo é tão profundo que se converte em algo como o ar que respiramos: não o notamos, ele permeia tudo.

O título da fala de hoje [Os Estados Unidos e Israel-Palestina: Guerra e Paz] tem certa ambiguidade. Poderia ser interpretado, erroneamente, como algo que confirma a imagem convencional das negociações. Os Estados Unidos interessados aqui, e duas forças recalcitrantes lá. Os EUA como um jogador sereno, tentando reunir dois grupos militantes e difíceis, que não parecem capazes de falar um com o outro. É uma versão inteiramente falsa. Se houvesse alguma negociação séria, ela seria organizada por uma parte neutra – talvez, o Brasil. De um lado, teríamos os Estados Unidos e Israel. De outro, o mundo. É rigorosamente verdadeiro. Mas é uma destas coisas infaláveis.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

De Flip, Flupp, Daslu, Daspu e outros babados

Campanha Daspu - Da farofa ao caviar
Por Emir Sader

Confesso que nunca gostei da Flip. Sempre me pareceu sumamente elitista. Grandes editoras globalizadas promovem seus autores estrangeiros, salpicados por alguns brasileiros, numa badalação daquelas, entre agentes internacionais e internacionalizados, jornalistas babando e preços exorbitantes, em um cenário belíssimo, mas proibitivo para a grande maioria.

Me lembro que há uns anos realizou-se uma Feira de Livros para a Juventude na Baixada Fluminense, em um mês de agosto, quando ainda não baixava a espuma da badalação da Flip – a que se dedica a velha mídia de abril a agosto. Foi difícil encontrar lugar, mas principalmente se contou com algumas editoras alternativas apenas, a maioria mandou saldos e a mídia não deu praticamente nenhuma cobertura.

Só posso olhar com simpatia a I Feira Literaria Internacional das UPPs – Flupp –, que será realizada no Morro dos Prazeres, em novembro de 2012. Algo que nunca poderia se realizar não fosse a política de ocupar os espaços liberados ao controle cruel das gangues do narcotráfico, para promover políticas sociais e culturais.

A Flupp está para a Flip assim como a Daspu está para a Daslu. Como as iniciativas das elites para iniciativas que buscam realizar-se nos espaços populares, até recentemente controlados pelo narcotráfico. Ainda é cedo para saber do sucesso da política das UPPs, assim como da Flupp, mas vale a pena apostar e contribuir. É a aposta mais importante no Rio e, se der certo, pode servir para tantas outras grandes metrópoles brasileiras.

Já que falamos em elites e alterantivas populares, é significativo que um bom poeta, de trajetória esquerdista – já foi comunista – era praticamente desconhecido. De repente, quando passou para a direita, ganhou coluna semanal em jornal, elogios por todos os lados e prêmios. Não há prêmio que não lhe deem. Apesar de sua reconhecida feiura, só falta ganhar prêmio de Mister de beleza, de algum cosmético de moda. Assim a elite recompensa quem aceita comer na sua mão, quem passa a preferir a Daslu à Daspu, a Flip à Flupp.

Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, é cientista político e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). É secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso) e coordenador-geral do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Coordena a coleção Pauliceia, publicada pela Boitempo, e organizou ao lado de Ivana Jinkings, Carlos Eduardo Martins e Rodrigo Nobile a Latinoamericana – enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe (São Paulo, Boitempo, 2006), vencedora do 49º Prêmio Jabuti, na categoria Livro de não-ficção do ano. Colabora para o Blog da Boitempo quinzenalmente, às quartas-feiras.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Por que precisamos de outra democracia

Por Toni Negri e Michael Hart

Movimentos não protestam apenas contra injustiça. Perceberam que instituições submeteram-se aos interesses financeiros – e precisam ser mudadas


As manifestações sob a bandeira de Occupy Wall Street ressoam em tantas pessoas, não só porque dão voz a uma sensação de injustiça econômica, mas também, e talvez mais importante, porque manifestam sofrimentos e aspirações políticas. Ao espalharem-se da parte sul de Manhattan para cidades grandes e pequenas por todo o país, mostraram que a indignação contra a ganância das grandes corporações e a desigualdade econômica é real e profunda. Mas, no mínimo tão importante quanto isso, é o protesto contra a falta – ou o fracasso – da representação política. Não é tanto a questão de se um ou outro político, esse ou aquele partido, nada faz ou é corrupto (embora isso, também, seja verdade), mas de se o sistema político representativo é, em termos gerais, inadequado. Esse movimento de protesto pode, e talvez consiga, converter-se processo democrático constituinte genuíno.

A face política dos protestos de Occupy Wall Street aparece quando o pomos ao lado de outros “acampamentos” do ano em curso. Juntos, formam um ciclo emergente de lutas. Em muitos casos, as linhas de influência são claras. Occupy Wall Street inspirou-se nos acampamentos das praças centrais na Espanha, que começaram dia 15 de maio, depois da ocupação da Praça Tahrir, no Cairo, no início da primavera. A essa sucessão de manifestações, é preciso acrescentar vários outros protestos, como as longas manifestações na Assembleia Estadual em Wisconsin, a ocupação da Praça Syntagma em Atenas, os acampamentos de israelenses por justiça econômica. O contexto desses vários protestos são muito diferentes, claro; e não são simplesmente repetição do que acontecera noutros lugares. Mas cada um desses movimentos conseguiu traduzir para a própria situação alguns elementos comuns.

Na Praça Tahrir, a natureza política do acampamento e o fato de que os manifestantes não eram nem jamais seriam representados, em nenhum sentido, pelo atual regime, eram visíveis. A exigência “Mubarak tem de sair” mostrou-se suficientemente potente para envolver todas as demais questões. Depois, nos acampamentos da Porta do Sol em Madri e da Praça Catalunha em Barcelona, a crítica da representação política foi mais complexa. O protesto espanhol reuniu vasto conjunto de demandas sociais e econômicas – sobre o déficit público, moradia e educação, dentre outras –, mas sua “indignação”, que a imprensa espanhola rapidamente apontou como a emoção que os definia, foi claramente dirigida contra um sistema político incapaz de tratar daquelas questões. Contra o arremedo de democracia que o atual sistema representativo oferece, os manifestantes dirigiram um dos seus principais slogans: “Democracia real ya,” ou “Democracia real, já”.

Occupy Wall Street deve ser entendido, então, como mais um desenvolvimento ou permutação dessas exigências políticas. Mensagem alta e clara dos protestos, é claro, é que os banqueiros e as indústrias da finança de modo algum nos representam: O que é bom para Wall Street com certeza não é bom para o país (ou para o mundo). E parte mais significativa do fracasso da representação, portanto, deve ser atribuída aos políticos e aos partidos políticos aos quais compete representar os interesses do povo, mas que, de fato, só representam, mais claramente, os bancos e os agentes que emprestam dinheiro. Esse reconhecimento leva a uma questão aparentemente simplória, básica: a democracia não deveria ser o governo do povo sobre a pólis – quer dizer, sobre toda a vida social e econômica? Em vez disso, o que se vê é que a política tornou-se subserviente aos interesses econômicos e financeiros.

Ao insistir na natureza política dos protestos de Occupy Wall Street, não estamos dizendo que todas as questões políticas possam ser equacionadas em termos das disputas entre Republicanos ou Democratas, ou os resultados do governo Obama. Se o movimento continuar a crescer, é claro, talvez force a Casa Branca ou o Congresso a tomar novos rumos de ação, e pode vir a ser, mesmo, significativo ponto de contenção durante o próximo ciclo eleitoral presidencial.

Mas tanto o governo Obama quanto o governo George W. Bush são autores de “resgates” de bancos e banqueiros. A falta de representação, que os protestos evidenciaram, aplica-se aos dois partidos. Nessas circunstâncias, o clamor dos espanhóis por “democracia real, já” soa ao mesmo tempo, urgente e desafiador.

Se observados em conjunto, esses diferentes acampamentos de protesto – do Cairo a Atenas, Madison, Telavive, Madrid e, agora, New York – manifestam uma insatisfação com as estruturas da representação política. O que oferecem, como alternativa? O que é a “democracia real” que tantos propõem?

As pistas mais claras estão na própria organização interna dos movimentos – especificamente, no modo como os acampamentos oferecem novas práticas democráticas. Esses movimentos desenvolveram-se segundo o que designamos como “uma forma multitudinária” e são caracterizados por frequentes assembleias e estruturas participativas para construir e tomar decisões. (E vale a pena observar que, quanto a isso, Occupy Wall Street e várias das demais manifestações também têm raízes nos movimentos de protesto antiglobalização que se estenderam, no mínimo, de Seattle em 1999 a Gênova em 2001.)

Muito se tem dito sobre mídias sociais como Facebook e Twitter, sempre usados nos acampamentos. Esses instrumentos de rede, evidentemente, não criam os movimentos, mas são ferramentas úteis, porque, em vários sentidos, correspondem à estrutura dos experimentos horizontais e democráticos dos próprios movimentos. Em outras palavras, o Twitter é útil, não porque divulga eventos, mas porque reúne as ideias de uma grande assembleia, para uma específica decisão, em tempo real.

Não espere que os acampamentos, então, desenvolvam líderes ou representantes políticos. Nenhum Martin Luther King, Jr. vai emergir das ocupações de Wall Street e outras. Para melhor ou para o pior – e certamente estamos entre aqueles que consideram OccupyWallStreet um assunto promissor – este ciclo emergente de movimentos vai se expressar através de estruturas de participação horizontal, sem representantes específicos. Tais experiências de organização democrática em pequena escala teria que se desenvolver muito mais, é claro, antes de se poder elaborar modelos eficazes para uma alternativa social, mas os ocupantes expressam poderosamente sua aspiração por uma “democracia real”.

Enfrentando a crise (financeira do capitalismo) e vendo claramente a forma como ela está sendo gerenciada pelo sistema político atual, os jovens que participam dos vários acampamentos fazem, e com inesperada maturidade, a desafiadora pergunta: “Se a democracia – ou seja, a democracia que temos hoje – está atônita sob os golpes da crise econômica e é impotente para fazer valer a vontade e os interesses da multidão, não seria a hora , talvez, de considerar que esta forma de democracia seja obsoleta?”.

Se as forças políticas geradas pelo poder da riqueza e das finanças passaram a defender interesses supostamente democráticos das atuais Constituições, incluindo a dos EUA, não é possível e mesmo necessário, hoje, propor e construir novos valores constitucionais que possam abrir avenidas e retomar o processo de busca coletiva da felicidade? Tal raciocínio e tais demandas, já vivamente explicitados nos movimentos idênticos que acontecem na Europa e na África Mediterrânea que se implantaram pelos EUA a partir de Wall Street, mostram a necessidade de um novo processo Constituinte e democrático.

domingo, 23 de outubro de 2011

VISITANTES ILUSTRES

Se audiência fosse tudo, não sei se estaria falido (talvez):
a) o meu Blog alcança por volta de MIL acessos por mês;
b) e a minha página no Youtube tem cerca de 3 a 4 MIL acessos mensais.

Se dividir isso por dia, dá pouco... Pouco mais de cem acessos no youtube e cerca de 30 ou 35 no blog.

Bem, vou esticar o meu tapete vermelho virtual. É, esse blog tem o seu lado chique. A verdade é que gostaria de conhecer cada um dos ilustres e bem-vindos leitores e visitantes, trocar ideias e ver o que, dentro do possível (tempo e recursos), poderia ser melhorado. Sugestões são sempre imprescindíveis quando se trata de contato com o público.

Seja muito bem-vindo e meu sempre obrigado!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Mineiro e o Queijo

Está em cartaz em poucos cinemas um documentário sobre o queijo mineiro, em especial o da Canastra, "O MINEIRO E O QUEIJO". É um documentário aparentemente despretensioso, mas que traz muito de questões humanas, sociais e políticas.
Imperdível para todos aqueles que conhecem um pouco da história do Brasil e amam este país.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Uma nova guerra dos medicamentos?

extraído do site: ESQUERDA.NET
Por Daniela Frabasile, Outras Palavras

Produção da China e Índia ameaça oligopólio que controla indústria farmacêutica. Países ricos querem evitar que cancro e diabetes sejam tratados pelo direito internacional como epidemias, o que permitiria quebrar as patentes e vender medicamentos poderosos a custo mais baixo.
Os direitos humanos têm de ocupar um papel central, nas políticas de patentes. Marcada em 2011 pela abertura do debate sobre o reconhecimento do Estado Palestiniano, a Assembleia Geral das Nações Unidas deste ano foi precedida, como de costume, por uma série de encontros menos cercados de glamour e holofotes. Um destes eventos, a reunião de alto nível da ONU sobre doenças crónicas não transmissíveis, apareceu nos média brasileiros apenas devido a um discurso da presidente Dilma Roussef – que defendeu a quebra das patentes farmacêuticas. Apesar de pouco visível, o encontro é parte de um processo de decisões internacionais que pode decidir o futuro de centenas de milhões de pessoas e sacudir uma das indústrias mais ricas e poderosas do mundo: a de medicamentos.

A possível reviravolta está a ser armada há alguns anos. Laboratórios chineses e indianos, que já são responsáveis por boa parte dos remédios consumidos no mundo, deram um passo adiante: estão prestes a dominar os processos tecnológicos que permitem produzir drogas mais sofisticadas. São remédios de última geração e grande potência, fundamentais para tratar doenças como certos tipos de cancro e diabetes. Para disputar o mercado da saúde, os novos produtores anunciam que reduzirão dramaticamente os preços hoje vigentes – o que permitiria que os fármacos chegassem a um público hoje sem acesso a eles. As empresas que dominam a produção mundial (localizadas na América do Norte e Europa) resistem. A sua arma principal não é industrial, mas jurídica. Elas querem evitar que cancro e diabetes sejam tratados pelo direito internacional como epidemias, o que permitiria quebrar patentes e colocaria chineses e indianos em condições de oferecer produtos a governos e consumidores finais em todo o mundo.

O controlo que poucas empresas transnacionais exercem sobre a produção de medicamentos apoia-se em dois pilares. O primeiro é tecnológico. As doze maiores empresas da área farmacêutica e de biotecnologia mantiveram, durante décadas, uma clara dianteira sobre todas as demais. Estão todas situadas nos Estados Unidos (Johnson, Pfizer, Abbott, Merck, Eli-Lilly e Bristol-Meyers-Squibb), Suíça (Roche e Novartis), França (Sanofi), Reino Unido (GlaxoSmithKline e Astra) ou Alemanha (Bayer Farmacêutica). Facturam anualmente entre 18 e 60 mil milhões de dólares. Afirmam investir em pesquisa e desenvolvimento algo entre 2,5 e 9,5 mil milhões de dólares ao ano.

O segundo pilar é simbólico. Envolve leis, marcas, publicidade, imagem. Até o final da década de 1970, quase nenhum país admitia patentes sobre medicamentos. Criada em 1993, a Organização Mundial do Comércio (OMC) tem, entre os seus acordos básicos, o TRIPS (Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio, na sigla em inglês). Ele obriga os 153 países-membros a proteger a “propriedade intelectual” dos laboratórios por no mínimo vinte anos. Uma vez patenteado por uma empresa, um medicamento não pode ser produzido por nenhuma outra, durante este período. Genéricos são proibidos. A exclusividade permite impor preços leoninos.
Ela esbarra, porém, num obstáculo: em todo o mundo, as sociedades reivindicam, com cada vez mais força, o acesso aos remédios mais sofisticados, muitas vezes necessários para garantir a sua vida. Os Estados, principalmente os mais empobrecidos, têm dificuldades para arcar com os custos desta reivindicação. Um exemplo eloquente: desde o início dos anos 1980, o Brasil assegura, a todos os portadores do vírus HIV, o cocktail de drogas necessário para evitar ou controlar os efeitos da Sida. Dezenas de nações africanas, onde a epidemia da doença é muito mais aguda, não são capazes de assegurar o mesmo direito.

Desde 2001, surgiu uma brecha para amenizar o problema. Por meio de uma resolução hoje conhecida como “Declaração de Doha”, a OMC flexibilizou as patentes farmacêuticas. Os países-membros têm o direito de quebrá-las, por decisão dos seus governos. Só podem fazê-lo, contudo, sob certas condições. Segundo o texto do documento, sempre que for necessário “assegurar o acesso de todos aos medicamentos”. De acordo com uma jurisprudência construída a partir de 2003, porém, tal faculdade só abrangeria situações de emergência nacional ou epidemias de doenças transmissíveis. Mais uma vez, o exemplo mais concreto é o da Sida. O próprio Brasil serviu-se algumas vezes da Declaração de Doha para quebrar as patentes de alguns dos fármacos que compõem o cocktail, ou para pressionar as corporações que as detêm a reduzir drasticamente os preço praticados.

Embora provoque cerca de 2 milhões de mortes ao ano, 11 mil no Brasil, a Sida incide sobre uma parcela relativamente reduzida da população mundial. Muito mais presentes são doenças como o cancro, a diabetes, as patologias cardíacas. Há muito, a indústria farmacêutica volta-se para elas. Tem alcançado progressos notáveis no seu tratamento. Obtém lucros astronômicos. A Roche, por exemplo, factura 19 mil milhões de dólares por ano – metade das suas vendas – graças ao Rituxan, Avastin e Herceptin, todos para tratamentos do cancro. As vendas crescem mais rápido nos países emergentes, onde as sociedades têm alcançado novas conquistas no acesso aos medicamentos. Após decisões judiciais, o México passou a despender 120 milhões de dólares anuais com o Herceptim, capaz de combater cancros de mama em estágio avançado, ou que resistem a outras drogas.

Oriente médico
Um elemento essencial deste cenário começou a mudar, há alguns anos, conforme conta um artigo recente do repórter Gardiner Harris, no New York Times. Laboratórios chineses e indianos parecem ter-se capacitado para entrar no mercado das drogas mais sofisticadas. Não são principiantes. Já produzem, segundo o jornal, cerca de 80% dos ingredientes activos das drogas consumidas no mundo. O que parecem estar a desenvolver agora é a tecnologia necessária para sintetizar os medicamentos mais potentes e caros.

Além de sacudir o mercado farmacêutico mundial, este possível passo adiante pode revolucionar o acesso das populações a medicamentos necessários para salvar dezenas de milhões de vidas. As indústrias de remédios chinesas e indianas produzem e vendem muito mais barato que as suas congéneres norte-americanas e europeias. Seja por motivos estratégicos (atender a políticas de saúde dos seus governos, dos quais são muito dependentes), ou por estratégias de negócio (conquistar fatias do mercado mundial hoje em poder das companhias líderes), elas têm derrubado as cotações. Há uma década, o presidente da Cipla, a gigante farmacêutica indiana, deixou atónitos e incrédulos os especialistas do sector ao anunciar que rebaixaria o preço do cocktail anti-Sida a 1 dólar por dia. Hoje, a Cipla cobra, pelas drogas, 0,20 cêntimos de dólar ao dia – o que tornou o tratamento acessível a cerca de 6 milhões de pessoas, na África e Ásia.

Se o que chineses e indianos anunciam for verdadeiro, faltará apenas um obstáculo para mudar o mercado mundial de medicamentos e o acesso das populações à saúde: será preciso ampliar a janela aberta pela OMC em 2001. Ela precisa permitir também que as patentes sejam quebradas por Estados dispostos a assegurar o direito à Saúde também em casos de doenças não transmissíveis – responsáveis por 63% dos óbitos mundiais em 2008 (72% no Brasil).

É esta a batalha travada na reunião da ONU sobre doenças cronicas, da qual a presidente Dilma participou. O encontro não foi conclusivo. Segundo prevê James Love, da ONG Knowledge Ecology International (Kei), num artigo para a Al Jazeera, a disputa deverá ser longa, acirrada e espalhar-se por distintos fóruns e instituições internacionais.

Em defesa das suas corporações, os governos dos Estados Unidos e a União Europeia aferram-se ao Trips e às normas rígidas da OMC. A sua estratégia prevê incluir, nos tratados comerciais firmados com países mais pobres, cláusulas que tornam ainda mais draconiana a protecção da “propriedade intelectual”.

Em contrapartida, um número cada vez maior de organizações da sociedade civil, governos e mesmo empresas do Sul invocará o direito à Saúde, e tentará torná-lo real nos seus espaços nacionais e nos fóruns da ONU. Na Índia, já tramitam pedidos de quebra compulsória das patentes sobre diversos remédios. No Brasil, o discurso de Dilma Rousseff na ONU é encorajador – embora ainda não se tenha desdobrado em factos mais concretos. Mas as manifestações não se limitarão aos BRICS. Ainda em 2009, conta James Love, Bolívia, Bangladesh e Suriname propuseram que a ONU considerasse “formas inteiramente novas” de custear a pesquisa de drogas contra o cancro.

No seu artigo, Love não desconsidera a importância da pesquisa científica, nem de assegurar o seu financiamento. Propõe que se quebre uma relação perversa e antinatural. A inovação tecnológica, diz ele, tem de estar associada à democratização do acesso – nunca opor-se a ela. As políticas de comércio internacional precisam promover os dois objectivos simultaneamente, ao contrário do que ocorre hoje. E, por meio de lutas e pressões sociais, os direitos humanos têm de ocupar um papel central, nas políticas de patentes.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

“Budrus”, filme premiado sobre a resistência palestina, é lançado no Brasil


Dirigido pela brasileira Júlia Bacha e premiado em diversos festivais internacionais de cinema, como Berlim, São Francisco e Tribeca, o documentário “Budrus” será lançado em outubro no país. O filme expõe a força da luta para a libertação da Palestina e paz no Oriente Médio.

“Budrus” conta a história de um organizador de base palestino, Ayed Morrar, que uniu membros do Fatah, do Hamas e apoiadores israelenses num movimento desarmado para salvar sua aldeia da construção do Muro de Separação de Israel. Símbolo da resistência, a luta, vitoriosa, aconteceu em 2003.

Júlia Bacha é integrante da Just Vision, uma rede internacional de comunicadores e educadores formada em torno da cultura de paz e dos esforços para descolonizar a comunicação. A ideia de articular a rede surgiu quando se percebeu que há, na Palestina e em Israel, “milhares de pessoas dispostas a lutar pelo fim da violência e da ocupação, preservar os direitos humanos, promover a reconciliação e construir um futuro livre, sustentável e seguro para todos”, afirma a organização.

O filme foi exibido no Brasil apenas em eventos fechados, sem acesso do grande público. Para lançá-lo, será realizada uma sequência de atividades entre os dias 21 e 27 de outubro, no Rio de Janeiro e em São Paulo. A programação inclui exibições, debates, entrevistas e contatos com organizações que atuam pela cultura de paz.

O ICArabe organiza, em conjunto com vários parceiros, uma coletiva de imprensa, marcada para 25 de outubro (a confirmar), o lançamento do DVD, no dia 26, e uma exibição do filme, seguida por conversa com Júlia Bacha, no mesmo dia, às 19h, na PUC-SP.

Atividades relacionadas ao filme “Budrus”
25/10 - Coletiva de imprensa (a confirmar)
26/10 - Lançamento do DVD (local a confirmar)
26/10 - Exibição do filme e conversa com a Júlia Bacha: às 19h - PUC-SP - r. Monte Alegre, 936, Perdizes – São Paulo (sala a confirmar)
Veja abaixo o trailer do filme

domingo, 16 de outubro de 2011

Emirados: O maior consumidor de whisky escocês do mundo!


De acordo com uma nova pesquisa, os Emirados Árabes Unidos teriam se tornado o país que mais consome whisky escocês no mundo, deixando a França em segundo lugar.

Um artigo publicado originalmente em uma mídia árabe, retirado do ar poucos minutos depois de publicado, afirma ter feito uma pesquisa resultando que o pequeno país do golfo consome mais de 10 milhões de litros do produto alcoolico ao ano.

O dado representa grande constrangimento ao governo dos Emirados por ser uma nação islâmica, religião que proíbe o consumo de bebidas alcoolicas. No entanto foram levantadas dúvidas sobre a veracidade das informações. Alguns especialistas analisam que esse número deve se relacionar as importações de Whisky dos EAU das quais grande parte é exportada novamente a países asiáticos.

Apesar da proibição na religião islâmica, o consumo de bebidas alcoólicas é liberado pela maioria das nações árabes em locais restritos, bares e hotéis.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

UTOPIA E BARBÁRIE, de Sílvio Tendler

Um filme imperdível de Sílvio Tendler. Vale a pena ter em sua videoteca. Para comprar, acesse o site da CAROS AMIGOS ou clique aqui para ir direto à página.
Veja o trailer:


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

QUASE NINGUÉM, QUASE NADA, GOSTA DE CICLISTA.

foto: internet
Gostaria de entender o mundo, e principalmente o motivo dos ciclistas serem tão odiados.

Você não pode andar de bicicleta numa cidade do interior que os cachorros já avançam, loucos para mordiscar a perna. E nem precisa estar com aquela calça sexy toda agarrada. Na verdade o cachorro não se importa com isso. Ele deseja tão somente saborear a coxa do bicho estranho que ele imagina. Não sei o que realmente imaginam os nossos às vezes amigos caninos, mas é bom ter cautela ao ver um cão nessa situação.

Já nas grandes cidades temos que tomar cuidado com as ruas esburacadas e os motoristas desatentos, quando não com os malucos portadores de automóveis que pensam que estão jogando boliche. Mas o pior são os semáforos que são desrespeitados a qualquer hora do dia pelos "quase blindados motoristas". Cruzar uma avenida, ainda que respeitando todas as regras de sinalização, é um perigo e tanto para os ciclistas. Já os motoristas blindados não se preocupam com os outros, já que com eles quase nada pode acontecer, já que se sentem verdadeiros escolhidos ou até deuses.

Agora nem no meio do mato nós ciclistas temos tranquilidade. Acredite, os antílopes adoram atropelar ciclistas. Não acredita? Veja abaixo um vídeo real filmado na África durante uma competição esportiva.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A INVENÇÃO DA INFÂNCIA

Veja o documentário de Liliana Sulzbach (26 min. - 2000). Clique para assistir.

"Das esquecidas às estressadas, das mimadas às exploradas, todas as nuances das crianças do Brasil."

terça-feira, 11 de outubro de 2011

AVIÃO NÃO TRIPULADO 100% NACIONAL

Sai na revista Galileu que o engenheiro brasileiro "Jacy Montenegro desenvolveu um avião não tripulado 100% nacional que ajuda em resgates e missões de segurança".
Esse é apenas um exemplo de inúmeros brasileiros que insistem na pesquisa, mesmo sem o apoio governamental adequado. E essa atitude quase quixotesca ajuda à inovação tecnológica nacional e à própria economicidade governamental, propiciando a industrialização correspondente e a consequente criação de empregos aqui dentro.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OBAMA, O PRESIDENTE DAS CHANCES PERDIDAS

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos é também o primeiro presidente descendente de muçulmanos e portador de nome árabe. Como muitos outros, é pressionado pelos grandes lobbies. É um presidente discreto, mas que perdeu grandes oportunidades.
Eleito para substituir o desastroso Bush Júnior, Obama prometia mudanças nas políticas interna e externa estadunidenses. Conseguiu apenas uma, ampliar o atendimento da saúde pública à população, e tentou, sem êxito, fazer outras, como fechar o abominável centro de horrores de Guantánamo, no território ocupado em Cuba, mas desistiu logo em seguida. Sair do Iraque os EUA dizem que saíram, mas continuam com forças militares estacionadas naquele país. Continuam no Afeganistão. Participam das ações militares na Líbia. Agentes infiltrados tramam ações no Irã, como mortes de cientistas e espionagem militar. Não tomam atitude para o prosseguimento do processo de paz entre Palestinos e Israelenses e silenciam-se diante da ocupação do território palestino por colonos israelenses que contam com o apoio do governo direitista israelense.  Possuem forças militares em todos os cantos do planeta e, segundo é divulgado no meio científico, até no Brasil. Sim, não é alardeado, mas o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cedeu uma base em plena Amazônia aos EUA para a realização de "estudos científicos", mas ao que parece reunia grupos de militares daquele país. Uma pequena base militar? É o que parece, mas numa diminuta dimensão.
Mas mesmo com tudo isso, o presidente Barack Obama  poderia mudar a imagem dos EUA, que ficou extremamente abalada com as atitudes fascistas e descontroladas de seu antecessor.
Os EUA que foram essenciais na derrota do nazismo, os EUA que divulgaram nas Américas o presidencialismo, os EUA que investiram em estudos científicos, os EUA que souberam usar como ninguém o poder do cinema e os EUA que também encantaram o mundo com o seu modo de viver, hoje estão em decadência. Decadência econômica, amplamente visível, e decadência moral, devido aos desacertos em suas ações no exterior. Agem de acordo com a vontade imperialista, desrespeitando nações e povos e, muitas vezes, agem sem lógica aparente, criando mais desencantos no mundo afora, como na manifestação de que votará contra o ingresso da Palestina como Estado membro da ONU.
Obama poderia ter feito muito e melhorado a imagem já abalada do seu país, mas não o fez. E suas ações evasivas permitiram o engrandecimento da extrema direita, radical, fascista e preconceituosa do Tea Party.
O presidente negro poderia ter feito muito pelos países mais pobres, mesmo sem gastar dinheiro, mas com um discurso de integração. Não o fez.
O presidente descendente de muçulmanos poderia apoiar a primavera árabe, mas preferiu preservar seus parceiros como a Arábia Saudita, Iemen e Bahrein.
O presidente de nome árabe poderia ajudar no processo de paz entre palestinos e israelenses, pressionando a extrema direita que preside Israel a parar a construção de assentamentos judáicos na Cisjordânia, mas não fez e ainda diz que votará contra o ingresso da Palestina na ONU...
Obama é um presidente que prometia muito e perdeu-se no meio do caminho. O seu grande mérito é não ampliar as ações desastrosas de Bush. Porém, manteve muitas delas. E a decadência moral dos EUA, que poderia ser evitada, está sedimentando-se. E a crise econômica parece ser incessante, enquanto a China e a Índia crescem assustadoramente.
As chances perdidas não têm volta e o mundo começa a apresentar mudanças. Os BRICSs são um bom exemplo disso, bem como a UNASUL, que promete ter ações integradas de suas forças militares.

domingo, 9 de outubro de 2011

UM TEXTO IMPERDÍVEL SOBRE O QUE ACONTECE NA SÍRIA

Sou descendente de várias etnias e uma delas é síria. Portanto, o que ocorre naquele país muito me preocupa.
A Síria é um lugar rico culturalmente, onde pousaram as civilizações assíria, grega, romana, bizantina, árabe e turca. É um país onde sempre reinou a tolerância com o diferente, inclusive no aspecto religioso. Lá coabitam muçulmanos sunitas, alauítas, judeus, católicos romanos, cristãos ortodoxos e ateus, dentre outros.
Damasco é a cidade mais antiga do mundo continuamente habitada. É um lugar lindo e cheio de histórias.
A respeito da dita rebelião popular na Síria, li recentemente um texto que muito me comoveu, e foi escrito por um brasileiro residente em Damasco. O texto está maravilhosamente bem escrito, o que nos permite vivenciar o pensamento do autor como se fizessemos parte daquela história. E o melhor, há uma clara elucidação dos fatos, o que a mídia tradicional e ocidental não faz questão de fazer. O texto está num blog cultural, riquíssimo principalmente no aspecto musical. Não perca. Clique aqui para acessar o blog do professor José Eduardo Martins. Só não o transcrevi porque não tenho autorização. Então, vá à página em confira.

sábado, 8 de outubro de 2011

Suspeita: EUA sabotam o programa nuclear do Irã

País estaria envolvido em assassinato de cientistas, difusão de vírus de computador e explosões. Para conter armas atômicas, há alternativas

Antonio Martins

Os Estados Unidos podem estar se envolvendo numa nova aventura agressiva e arriscada no Oriente Médio, relatou no final de setembro o repórter Douglas Birch, da agência de notícias norte-americana Associated Press (adiante, a versão em português). Numa investigação ampla, ele identificou sinais de possível participação de Washington em uma série anormal de ocorrências estranhas, todas desastrosas para o programa nuclear do Irã. Israel, o único país possuidor de armas atômicas no Oriente Médio, participaria das ações, que incluem assassinato de cientistas, explosão de gasodutos e uso deliberado de vírus de computador.

Se confirmadas, as suposições indicarão uma nova escalada — agora, evidentemente ilegal — das pressões dos EUA contra Teerã. Apresentadas a pretexto da não-proliferação das armas nucleares, elas têm objetivos menos nobres. A Casa Branca torpedeou, em maio de 2010, um acordo costurado por Brasil e Turquia, que teria dado aos iranianos condições de desenvolverem tecnologia (e eventualmente construírem centrais elétricas nucleares sem, contudo fabricar bombas (veja nossas análises 1 2).

O desarmamento atômico global é um problema intrincado devido a uma disparidade básica: os acordos atuais sobre o tema procuram evitar a entrada de novas nações no chamado “clube nuclear”, mas nada fazem para reduzir o arsenal de quem já o possui. Um dossiê a respeito deste paradoxo — e das alternativas para enfrentá-lo — pode ser encontrado na Biblioteca Diplô. O texto de Douglas Birch vem a seguir.

Iranianos denunciam sabotagem

Por Douglas Birch, da Associated Press – Tradução: “Tribuna do Norte”

Os programas nuclear e de energia do Irã, os quais são muito interligados, sofreram uma série de reveses e catástrofes nos últimos dois anos. Assassinos mataram três cientistas que trabalhavam para o programa nuclear do Irã. O vírus informático Stuxnet, que infesta computadores ao redor do mundo, atacou um só alvo no Irã, nas instalações de pesquisas nucleares do país. Dezenas de explosões inexplicáveis atingiram gasodutos ao redor do país e a primeira usina nuclear iraniana sofreu grandes falhas de equipamentos, enquanto técnicos lutaram para religar os sistemas.

Será que o Irã apenas teve azar? Provavelmente não. O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Fereidoun Abbasi, disse indignado a jornalistas em Viena, na semana passada, que os Estados Unidos estavam apoiando uma campanha de assassinato de Israel conduzida contra seus cientistas nucleares Os comentários emocionais de Abbasi foram feitos quase um ano após motoqueiros terem instalado uma bomba na porta do seu automóvel em Teerã (foto). Ele e sua esposa por pouco escaparam com vida.

Em relação aos três assassinatos, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou em entrevista à Associated Press que o assassinos foram capturados e confessaram terem sido “treinados nas terras ocupadas pelos sionistas”. Ahmadinejad acusou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), de estar sob o controle dos Estados Unidos e disse que a agência publicou “ilegalmente e sem ética” os nomes dos cientistas nucleares iranianos, o que os transformou em possíveis alvos.

Enquanto Israel e a Grã-Bretanha nem comentaram as acusações do Irã, os EUA negaram qualquer papel na morte dos cientistas. “Nós condenamos qualquer assassinato ou ataque contra uma pessoa – contra uma pessoa inocente”, disse a porta-voz do Departamento de Estado do governo americano, Victoria Nuland, logo após a última morte em julho. “Nós não estamos envolvidos”

Ex-funcionários do governo dos EUA assinalam que a política de assassinatos é ilegal pelos EUA, os quais consideram ataques feitos por aviões não tripulados e teleguiados, os drone, contra terroristas, como atos de guerra contra combatentes. Mesmo assim existem poucas dúvidas de que o governo do presidente Barack Obama persegue um programa de sabotagem de alta tecnologia para minar os esforços nucleares do Irã e tenta interromper o programa nuclear iraniano. “Eu não tenho dúvidas de que os EUA e outros países estão por trás da sabotagem industrial feita nesse programa nucelar em questão”, disse Mark Fitzpatrick, um ex-funcionário do Departamento de Estado, referindo-se ao programa nuclear iraniano.

O governo do Irã afirma que busca tecnologia nuclear apenas com objetivos pacíficos. Inspetores internacionais, contudo, disseram que o Irã se recusou a explicar atividades suspeitas desde 2008. Enquanto isso, os EUA e outros países acusam o Irã de realizar todos os preparativos necessários para construir um arsenal nuclear.

Publicamente, a administração Obama pressiona por mais sanções econômicas e políticas contra o Irã, a fim de convencer o país a abandonar o enriquecimento de urânio. Mas ao mesmo tempo, dizem abertamente ex-funcionários do governo americano, que EUA e seus aliados secretamente realizam operações para atrasar o programa iraniano de construção da bomba atômica.

Ex-espião da CIA admite jogo sujo

Um ex-funcionário da espionagem americana disse que os EUA consideraram o uso de um aparelho eletromagnético para derrubar a energia de um local suspeito de trabalhar na parte bélica do programa, mas desistiram porque existia o risco de ser provocado um apagão mais amplo. Ele falou apenas sob anonimato. A suposta campanha de sabotagem é vista amplamente como uma alternativa mais barata e melhor a uma operação militar de larga escala contra o Irã, a qual, afirmam os especialistas em geopolítica, tenha consequências calamitosas para o Oriente Médio.
Um telegrama diplomático secreto dos EUA datado de janeiro de 2010 e publicado pelo website WikiLeaks citou um funcionário do governo da Alemanha, dizendo que um programa de “sabotagem secreta” contra o Irã, incluindo explosões, ataques de hackers contra computadores e acidentes provocados, “seria mais efetivo que uma operação militar cujos efeitos na região poderiam ser devastadores”. O telegrama diplomático não cita ações específicas. Embora o fato seja raramente discutido os EUA podem ser os líderes mundiais na arte sinistra da sabotagem industrial de alta tecnologia.

De acordo com uma história oficial que é contada na CIA, Agência Central de Inteligência dos EUA, a administração Reagan estava convencida no começo da década de 1980 de que a União Soviética tinha como objetivo mais amplo o roubo de tecnologia secreta no Ocidente. Os soviéticos teriam então conseguido embarcar às escondidas chips de computadores, turbinas e projetos industriais. Quando a KGB, o serviço secreto russo, obteve informações sobre o projeto do ônibus espacial dos EUA, o Space Shuttle, a CIA afirma que conseguiu enganar os soviéticos, convencendo-os de que o projeto tinha tido o design rejeitado.

EUA evitam falar publicamente sobre o assunto

Os Estados Unidos e seus aliados têm evitado discutir publicamente a campanha de sabotagem. Pelo menos até recentemente, o Irã evitou levantar a questão e mesmo assim forneceu poucos detalhes. Para ambas as partes, a questão mais sensível é descobrir quem está matando os cientistas nucleares iranianos. Reuel Marc Gerecht, um ex-funcionário da CIA e que agora trabalhar no think tank Fundação para a Defesa das Democracias, disse que uma facção dentro do governo iraniano pode ter lançado a campanha de assassinatos. Ele disse que um dos cientistas mortos apoiava a oposição iraniana, enquanto os outros dois eram suspeitos de serem espiões para o Ocidente.

Outros ex-funcionários e diplomatas dos EUA, contudo, dizem que os assassinatos parecem ser uma tentativa dos adversários do Irã de interromperem o programa nuclear.

Muitos alertaram que assassinatos encomendados podem se virar contra o assassino, se não levarem os engenheiros e cientistas a trabalhar com maior afinco. Eles também alertam que o Irã pode retaliar e atacar cientistas ocidentais. Eles também colocam em dúvida se matar alguns cientistas pode atrasar ou mesmo interromper um programa nuclear. “Se o estado e o progresso do programa nuclear iraniano depende do que anda pela cabeça de um ou dois cientistas, então existe muito menos para se preocupar do que o discurso oficial nos faz crer”, disse Paul Pillar, um ex-agente da CIA para o Oriente Médio e o Sul da Ásia.

Ex-oficiais dos EUA geralmente concordaram que o vírus informático Stuxnet foi um esforço para sabotar as centrífugas nucleares do Irã, usadas para produzir combustível nuclear para reatores ou para material que poderia ser usado em bombas atômicas. Especialistas estimam que o vírus e sua ação sobre os sistemas de eletricidade destruíram 1.000 centrífugas na usina de Natanz no ano passado.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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