sexta-feira, 31 de outubro de 2008

DEPENDE DE NÓS UM MUNDO MELHOR

Depende de nós um mundo melhor. Ainda há muito a ser feito pelas pessoas e povos que são obrigados a mudar de seus lares, sem rumo, sem esperança e sem noção de seus direitos elementares de seres humanos. Se a ONU não funciona, se o Sistema Jurídico Internacional é falho, nossas ações podem suprir lacunas e levar noções de direitos individuais e coletivos subjetivos a toda a coletividade. Basta primeiro sonhar, para depois concretizar. É possível, sim, mudar. O sonho vivo depende apenas de energia pró-ativa para concretizar mudanças e criar esperanças de um mundo mais justo e menos repugnante.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

BURRO SOB A JAQUEIRA

Antes de botar o burro sob a sombra, para ter paz, veja se a árvore não é uma jaqueira. Se for, opte pela exposição solar direta... O aumento do suor será mero detalhe, mas, com certeza, bem menos desagradável que a queda constante daqueles frutos em sua cabeça! Ai!

domingo, 26 de outubro de 2008

AS FLORESTAS E O INTERESSE IMPERIALISTA



O estudioso em ecologia Evaristo Eduardo de Miranda escreveu um interessante artigo no jornal “O Estado de São Paulo”, de 17/01/2007, pág. A2. Ele começa explicando que há uns 8 mil anos, o Brasil possuia pouco menos de 10% das florestas mundiais. Hoje, detém 28,3%, e possui intactas 69,4% de suas florestas primitivas.
Todos os continentes provocaram desmatamentos desmedidos, com exceção de parte do continente americano. Ele cita como exemplo a Europa, que detinha mais de 7% das florestas e hoje possui apenas minguados 0,1%. O pesquisador assegura que o Brasil é um dos países que historicamente mais tem mantido sua “cobertura florestal”. A primeira reserva foi criada ainda em 1808, por D. João VI e, inclusive, era concedida alforria aos escravos que denunciassem o contrabando de pau-brasil. Até aquela época, o Brasil havia desmatado menos de 30 mil kms², informa. A partir do século 20 é que ocorre um desmatamento acelerado, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Porém, isso não provocou desertificação, observa.
Mas, mesmo com tudo isso, o Brasil tem sido “severamente criticado pelos campeões do desmatamento”, complementa o doutor em ecologia. Não é questão de ser nacionalista ou anti-ecológico. O fato é que o Brasil é um país pobre, tem uma desigualdade social imensa e, ao mesmo tempo, tem uma cobertura florestal de interesse de todo o planeta, principalmente a floresta amazônica.
Como conciliar o aludido “progresso” com a necessidade de aumentar a produção de alimentos e de bens, ou seja, ampliar a zona agricultável e industrial, e também com a necessidade de se preservar suas matas? É uma questão difícil, mas o Brasil não pode abrir mão do seu direito incontestável de utilizar suas riquezas de maneira responsável, porém voltada aos seus interesses, ou seja, às necessidades e interesses do povo. Uma saída, a ser pensada, seria manter grande parte de suas florestas intactas, mediante contribuição dos países ricos, como compensação por não poder usufruir de parte de suas riquezas naturais. Seria uma espécie de indenização por lucros cessantes.
O que o Brasil não pode fazer é ceder de cabeça baixa parte de sua soberania para beneficiar países ricos que no passado foram absolutamente irresponsáveis com a natureza. O Brasil tem direito a gerir suas matas e a cobrar pela manutenção das mesmas, já que ela é de fundamental importância para a sobrevivência de todo o planeta. Ele só não pode sofrer um ônus, ou seja, um prejuízo ainda maior, por ter agido de maneira menos irresponsável nos últimos séculos.
A mídia internacional, os mandatários dos países ricos, em especial os Estados Unidos e a União Européia, têm aumentado as críticas ao Brasil, não com a finalidade de assegurar um meio ambiente sadio a toda a humanidade, já que em seus países nunca houve tal preocupação, mas para poder exigir de um país pobre que pare de utilizar seus próprios recursos em benefício da população de todo o mundo, enquanto não pratica o reflorestamento em suas próprias terras. O Brasil não pode permitir o desmatamento irresponsável, mas também não pode aceitar condições injustas, imorais, impositivas e limitatórias de sua soberania. Os Estados Unidos já invadiram o Afeganistão por causa do gás natural e o Iraque por conta do petróleo. Agora, só falta invadirem o Brasil por três grandes causas: água potável, floresta amazônica e os minérios preservados e escondidos no subsolo da mata.
Olhar a questão sem paixão e de forma racional, é a única saída para não nos seduzirmos com uma propagação tendenciosa e que visa atender não aos interesses dos africanos, sul-americanos ou de qualquer povo empobrecido, mas sim, precipuamente, aos maiores responsáveis pelo desmatamento mundial. Aceitar as condições que são diuturnamente apresentadas é premiar a falta de respeito desses países ricos com o meio ambiente e com o planeta. Pode-se considerar, assim, a fala desses países como ato imperialista.

sábado, 25 de outubro de 2008

A VIDA QUE CRIA A MORTE

Logo ao nascer, desesperamo-nos em chorar.
Mal conseguimos abrir os olhos.
De repente, sentimos frio, vendo seres enormes, monstruosos, emitindo sons imcompreensíveis.
Começava aí a dita vida.
Crescemos e aprendemos a brincar com forte apache, onde os soldados eram os bons e os índios os cruéis, e também de carrinho.
Nos ensinavam desde pequeninos a deturpar a história e a abandonar o coletivo.
Nos ensinavam que existiam super-heróis e nos faziam acreditar no individualismo e não na solidariedade.
Fomos para outra etapa da vida.
E vimos que as meninas olhavam para aqueles que tinham o cabelo transado, a roupa da moda e destoávamos desse universo. Ficávamos silentes sem entender o porquê de tanta valorização ao estereótipo massificante. Porque havia escolhas? Porque alguns eram excluídos? Porque escolhíamos por uma aparência, tão somente? Porquê?
O tempo foi passando. Escolhemos uma profissão, estudamos e a idealizamos.
No dia-a-dia da briga jurídica os egos afloravam como verdadeiro xadrez de mentes que se consideravam brilhantes. A justiça e as pessoas eram esquecidas.
Crianças pobres eram afastadas das mães, colocadas em abrigo ou jogadas em masmorras para infratores. Resumia-se a justiça ao processo, maquinação de mentes doentias.
A tristeza era permanente. Roubava-se pelo consumo massificado a que não se podia aderir. Prendia-se acreditando que a segregação era o rumo da nossa civilização.
Civilização que discriminava os pobres, os negros, os índios, os islâmicos.
Inconscientemente valorizávamos o que considerávamos a perfeição, principalmente de estética. Aderíamos à dita eugenia, onde pincelávamos geneticamente o que críamos ser superior, ao modo da cegueira estadunidense do início do século passado e da nazista que resta nas memórias de todos.
E continuamos nessa vida de explorações e sangrias da alma humana.
Dinamitamos o pouco que nos resta.
E com isso vivemos a expectativa da morte.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A morte do presidente João Goulart ainda é uma incógnita



Muitos pesquisadores foram atrás de provas para verificar a morte do ex-presidente deposto pelo golpe militar de 1964 e, hoje, há mais dúvidas e inquietações que conclusões absolutas. Relatório do Senado aponta que não há como provar que houve assassinato, mas isso não afasta a hipótese do mesmo ter ocorrido. Motivos não faltavam aos opositores de um Brasil mais justo, progressista e com produção cultural independente, de tentar matar o herdeiro da imensa popularidade de Getúlio Vargas.

Há boatos de todos os tipos, como o que havia intenção manifesta dos militares de matar Juscelino, Jango e Carlos Lacerda. Os três morreram em datas próximas, com variação de cerca de 1 ano. Brizola também seria alvo. Não morreu, mas lhe foi cassado o direito de refundar o antigo PTB. Restou-lhe outra sigla, o PDT, de conotação socialista. Houve tentativa de golpe orquestrada pela ditadura e pela TV Globo e o cunhado de Jango quase não conseguiu tomar posse como governador eleito do Rio de Janeiro, em 1982. Difamações e boatos corriam soltos contra o democrata Brizola, hoje totalmente desmentidos.

O presidente João Goulart, que foi ousado em aumentar o valor do salário mínimo em 100% à época em que era ministro do trabalho do presidente Getúlio Vargas, que pretendeu inaugurar e praticar a reforma agrária em um país repleto de latifúndios, que restringiu a remessa do lucro das grandes empresas multinacionais, que fomentou a cultura e a inserção do país como membro das nações não-alinhadas às pretensões imperialistas dos Estados Unidos e da então União Soviética, que presidia o país no auge cultural do país, com a bossa nova, o cinema novo, uma grande produção literária, com a maravilha de uma televisão com padrão de qualidade como a Excelsior e a fantástica e merecida premiação do filme “O Pagador de Promessas”, era perseguido pelos interesses estadunidenses, pelos militares treinados na escola americana e por políticos e organizações civis de orientação direitista.

Recentemente, uma pesquisadora inglesa apresentou provas de que a CIA investia dinheiro em fundações para que estas incentivassem intelectuais a divulgarem o “modus vivendi” americanos. Intelectuais de peso, pelo mundo afora, foram cooptados por meio de patrocínios de todas as espécies.

A independência cultural brasileira, de certo, era um problema.

Segundo a CIA, o Brasil, pela sua dimensão territorial, deveria exercer um papel de controle político e ideológico dos outros países latino-americanos. E sofreu o primeiro golpe militar e de direita na região. O Brasil investiu em material bélico, em sua maior parte oriundo dos Estados Unidos.

Antes do golpe, agentes da CIA espalharam-se pelo nordeste, para barrar uma contra-insurgência.

A CIA fomentou o golpe, através da mídia, incentivo a organizações não-governamentais e com apoio expresso aos militares direitistas. Uma frota americana estava à beira da costa brasileira no dia do golpe, antecipado por um general mineiro.

Segundo familiares e um ex-agente do serviço secreto uruguaio, entrevistado pelo jornal Folha de S. Paulo, houve ordem expressa do delegado Paranhos Fleury de assassinar João Goulart. Segundo o agente, ele morreu por envenenamento.

Outras estranhezas: o motorista que conduzia o ex-presidente Juscelino, na Dutra, no dia do “acidente” fatal, teve o caixão lacrado e não pode haver confrontação para saber se houve a sua morte e, se realmente ocorreu, qual teria sido a causa. Há versões não confirmadas de que ele está vivo e envolveu-se em outras mortes de políticos importantes. Seria ele um ex-agente ou colaborador da ditadura brasileira? Isso, de certo, precisa e merece ser investigado. São boatos, sim, mas que, de certo, geram dúvidas, pois os fatos estão inexplicados.

João Goulart já não vive mais e não há mais herdeiro político do Getulismo. Houve uma campanha massiva para desprestigiar o ex-presidente que, de certo, cometeu excessos e erros, mas foi o mais devotado ao progresso do Brasil e da inserção dos brasileiros na dignidade de seres humanos, ainda que não expressasse esses termos em seus discursos. Hoje, a esquerda brasileira segue passos imprecisos e menos autênticos e independentes. Getúlio evitou, em 1954, uma tomada de poder pelos interesses estadunidenses. Em 1964 o Brasil se ajoelha ao imperialismo estadunidense e o getulismo tem fim.

Ainda procuramos nossa independência em todos os aspectos. Primeiramente, devemos resgatar a nossa história e a dos nossos líderes. Os governos eleitos democraticamente deveriam fomentar isso em prol da cidadania e do reposicionamento estratégico do nosso país.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL: EFEITOS MALÉFICOS E BENÉFICOS


A crise econômica que está atormentando os mercados financeiros de todo o planeta não é apenas do capitalismo. Como esse sistema rege o mundo inteiro, os seus efeitos se expandem para Cuba, Coréia do Norte e outros, que de uma forma ou outra dependem do restante dos países que aderiram à economia de mercado, na verdade do mercado financeiro, onde os grandes investidores ditam os rumos do mundo, das guerras a serem travadas e do "modus vivendi".

Não há dúvidas de que haverá algumas conseqüências diretas e outras a médio e longo prazo com essa grave crise financeira. Vamos citar algumas que antevejo:

A CURTO PRAZO
Diminuição brutal das guerras patrocinadas pelos Estados Unidos.
Diminuição das intervenções indiretas dos Estados Unidos em questões de geopolítica.
Diminuição do consumo global e dos efeitos maléficos de contaminação da natureza.


A MÉDIO PRAZO
Aumento do número dos fundamentalistas ocidentais.
Aumento da liberdade nos países teocráticos do Oriente.Aumento da representatividade da direita nos países que mais sofrerem com a turbulência econômica.
Participação cada vez mais importante da extrema direita na maior parte dos países ocidentais.
Formação de grandes blocos econômicos e militares.
Aumento da xenofobia e do racismo.
Legislações protecionistas nos países que hoje compõem o G8, num contrasenso ao que pregam atualmente.
Ressurgimento com força de sistemas alternativos ao capitalismo.

A LONGO PRAZO
Legislações mais rigorosas contra discriminações em todos os aspectos, incluindo os religiosos.

domingo, 12 de outubro de 2008

DIA INTERNACIONAL DAS CRIANÇAS

Nesse dia 12 de outubro, feriado no Brasil, mas não em razão do dia das Crianças, e sim em função da nossa Padroeira, Nossa Senhora (ei, o Brasil é um país laico?), temos que comemorar a melhoria no ensino e na diminuição da mortalidade infantil. No entanto, ainda restam muitas crianças trabalhando, enquanto somente deveriam estudar e brincar, muitas outras se prostituindo e um grande punhado ganhando dinheiro ao lado dos traficantes. É uma triste realidade, mas isso não vem de hoje.
Canudos foi um exemplo do desprezo pelos infantes órfãos. Muitos eram levados como troféus pelos vitoriosos e muitas meninas foram compelidas, ainda crianças, a se prostituir.
No Oriente Médio, vemos várias crianças palestinas morrendo todo dia por uma força de ocupação ilegal.
Na África, assistimos passivamente à morte de milhares de crianças por absoluta desnutrição.
É uma triste realidade, mas ainda há esperanças. São essas crianças que governarão o planeta daqui uns 40 anos. Muita coisa ainda pode mudar, e para melhor, afinal, criança é sinônimo de esperança de um mundo melhor, mais justo, harmonioso, humano e belo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

NÃO PERCA

O SEGREDO DO GRÃO, um filme importante para quem tem curiosidade sobre os costumes e a cultura árabes.

Há palavras que existem apenas em certas línguas. Uma delas é saudade, exclusiva da língua portuguesa. Uma outra, que vai muito além de amor, também existe apenas para os árabes. Você descobrirá qual é essa palavra vendo a película.


E o filme retrata exatamente isso, algo muito maior que o amor. Um filme francês lindíssimo, ganhador de 4 prêmios "César" em 2008.
Veja o trailer:

http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/o-segredo-do-grao-la-graine-et-mulet-040264C8893307?types=A&A

terça-feira, 7 de outubro de 2008

DICA PORTA CURTA PETROBRÁS

Um vídeo para compreender o outro lado naquele primeiro encontro onde as primeiras chances criam uma certa ansiedade.
Sete, Sete e Pouco - Ficção, Conteúdo Adulto De Paulo Weidebach 1998 12 min Com talita castro, Fábio Araújo Um homem, uma mulher e toda a ansiedade de um primeiro encontro... mais ou menos marcado.

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=1202&exib=5937

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

UM PRESIDENTE ESQUECIDO

por CYRO SAADEH*


Há uma frase repetida sem cessar que diz que o brasileiro não tem memória. Eu acrescentaria uma palavra à frase, que julgo necessária, "política". O brasileiro não tem memória política, isso sim. Talvez por isso os candidatos sejam tão ridículos e tão despudorados em frente às câmeras e ao próprio povo, hoje em dia, pois nos esquecemos das promessas e das palhaçadas que fazem para nos enganar.

Faço questão de começar com essas palavras para dizer que João Goulart, presidente democrático do Brasil, foi deposto por um famigerado golpe, sem qualquer resistência.



Apelidado de Jango, João Goulart, foi autor de propostas ousadas e polêmicas, como limitação da remessa de lucro ao exterior, reforma agrária e tantas outras, as chamadas reformas de base, o que precedeu o seu banimento da presidência e do país.



João Goulart era um trabalhista, na época em que o dito trabalhismo orbitava em torno da figura de Getúlio Vargas. Também era um idealista, um ousado humanista que, de uma só vez, propôs e conseguiu o aumento de 100% do salário mínimo, quando Ministro do Trabalho do governo democrático de Getúlio Vargas.



Em uma época em que se podia votar para presidente em um determinado partido e para vice de outro partido, inclusive de outra coligação, ocorreu algo incrível e que geraria a oportunidade dos golpistas de plantão tomarem o poder. Foram eleitos Jânio Quadros, da UDN (direita), como presidente e Jango (trabalhista) como vice-presidente da República.



Voltando um pouco no tempo, é bom lembrarmos que Getúlio evitou um golpe da UDN ao praticar o suicídio, em 1954. Ele era considerado muito esquerdista para a direita e muito direitista para a esquerda. Mas depois disso os golpistas continuaram a se articular e a arregimentar o clero, os militares, as donas de casa, a classe média e a mídia quase que como um todo, com raras exceções.



Em 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, não fosse o destemido Leonel Brizola, com a sua campanha da legalidade, João Goulart não teria assumido a presidência. Mesmo assim teve que aceitar o parlamentarismo, ou seja, a restrição de poderes, face à oposição declarada dos militares à sua posse. Era de se prever que Jango não governaria tranquilamente e em paz.



Sabedor do apoio da grande massa trabalhadora, mas não de parcela da esquerda e da totalidade da direita, bem como dos militares, Igreja e classe média, João Goulart demonstra ousadia ao propor reformas de base, com o propósito de propiciar um crescimento do Brasil a médio e longo prazo, o que foi visto pelos setores conservadores como uma guinada para o comunismo, coisa que efetivamente não é verdade. Jango era um latifundiário nacionalista e ligado às causas dos trabalhadores, mas não tinha habilidade política, como sempre realçou o Marechal Lott, braço direito de Getúlio e candidato derrotado à presidência na chapa com Jango.



Os Estados Unidos prepararam o terreno para o golpe, com cerca de mil estadunidenses espalhados pelo nordeste, provavelmente para articular ações de guerrilha contra o governo.



Sabedores da intenção golpista de alguns generais e de parcela da sociedade, os Estados Unidos enviaram um porta-aviões para dar apoio logístico, caso necessário.



João Goulart, avisado pelos seus assessores da ação militar que se iniciara em Minas Gerais, com o apoio de São Paulo, e com o envio de navios e um porta-aviões estadunidenses para a costa brasileira, percebeu que não haveria apoio popular a uma reação e tampouco força militar suficiente para evitar esse rompimento da ordem democrática. Humanista como sempre foi, optou pelo silêncio e cabisbaixo deixou o palácio do Alvorada em Brasília, rumo ao sul e, posteriormente, ao exílio. Fez isso por amor aos brasileiros, para evitar banho de sangue. Não tinha sede de poder, e por isso foi alvo de chacotas e críticas desmerecidas. Foi um brasileiro digno que dizem ter sido assassinado por força da operação Condor, uma operação iniciada pelos então países ditatoriais (Chile, Argentina, Brasil, Bolívia e Uruguai) com o apoio da agência americana de inteligência (CIA).



Sequer os brasileiros ergueram as armas para o seu retorno. Quando o fizeram, a partir de 1967, foi para tentar implantar um governo de viés comunista.



Morreu silente, sem o apoio dos brasileiros.


Jango foi esquecido durante o golpe, logo depois e até hoje.



Hoje falam nas corretas indenizações aos torturados e presos políticos. Mas e ao presidente e aos governadores cassados? Não foram eles alvo de perseguição política? Não seriam eles os maiores prejudicados pelo rompimento da democracia e pela atitude covarde dos golpistas?



Também hoje se luta corretamente pela punição aos torturadores e homicidas que, em nome de um governo, em desvio de poder, praticaram as maiores atrocidades.



Mas jamais se fala no crime que foi afastar um presidente eleito, em um regime democrático, através das armas, submetendo-o ao exílio forçado. O primeiro ato institucional baixado pelos militares cassou os direitos políticos de João Goulart e de todos os membros do então PTB, além de outros. A saída para os "eleitos pelos golpistas" foi procurar o exílio, para não serem presos ou mortos.



João Goulart morreu, assassinado ou não, e o seu governo e a sua memória permanecem na mais absoluta ignorância do esquecimento.



Rompeu-se uma ordem democrática e não se pede a responsabilização criminal, civil e moral dos ardilosos golpistas antidemocráticos. Feriu-se frontalmente a democracia, destituindo-se o líder Supremo da Nação e nos calamos. Não fizemos valer os votos dos brasileiros. Não fizemos valer a democracia. Não fizemos valer a Constituição de 1946. Não fizemos valer a liberdade. Não fizemos valer a ética. Não fizemos valer a cidadania. Deixando a memória do presidente no esquecimento, nos tornamos menos merecedores do poder do voto, da cidadania e da força das normas Constitucionais. Calando-nos, permitimos e aceitamos os excessos praticados pelos mais fortes. E essa esdrúxula situação perdura até hoje por conta do nosso "esquecimento".



Segundo o ordenamento jurídico internacional cabe, sim, a punição criminal dos que levaram à deposição do então presidente João Goulart. Como ele representava o maior exemplo de perseguido político, o crime que praticaram contra a sua imagem, a sua pessoa, a sua família, ao povo brasileiro, à Constituição, aos valores de dignidade da cidadania e da pessoa humana e à própria democracia brasileira, configura não apenas um delito político, mas principalmente um crime de perseguição política, ou seja, contra a própria humanidade, segundo o ordenamento jurídico internacional.



Punir os golpistas, militares e civis, é fazer fortalecer a democracia e os princípios por ela consagrados, como o de respeito à cidadania, inclusive do voto popular, e aos direitos humanos. É marcar na história a inaceitabilidade de atos daquele tipo em prol de um possível futuro democrático.´



Exemplos estão sendo dados no mundo afora. Recentemente, a Suprema Corte Russa considerou crime político a destituição e o assassinato do então Czar e seus dependentes à época da Revolução de Outubro de 1917.



Relembramos o nosso passado e exigirmos respeito à ordem democrática e às figuras devidamente eleitas pelo voto popular é o que a ética, a moral, o ordenamento jurídico e as memórias familiar e nacional exigem.


Somente assim, tornando aquele Presidente, até então esquecido, presente em nossas mentes é que o Brasil se tornará menos desigual, menos injusto e menos pródigo em oportunistas. É óbvio que esquecendo-nos de Jango, esquecemo-nos de nosso sistema democrático e legitimamos rupturas e ditaduras, como ocorreu em 1964.

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* jornalista e advogado público


Entenda um pouco mais o Governo João Goulart e o golpe militar consultando o CPDOC da Fundação Getúlio Vargas



domingo, 5 de outubro de 2008

OS MENDIGOS E A LIBERDADE

Certa vez, sob uma garoa gélida, caminhando rapidamente em uma rua estreita, vi um mendigo encolhido e escondido sob a proteção de um pequeno telhado externo de uma casa. O olhei com pena e de imediato o cumprimentei. Ele, ao contrário, apenas olhou fixamente, como se tentasse decifrar facilmente o meu ser através da leitura de minha alma.

Aquilo não chegou a me assustar. Apenas me fez refletir sobre a sabedoria que essas pessoas que julgamos coitadas escondem. Não são coitados. São corajosos. Coitados somos nós, que vivemos sob o manto do conforto e do luxo que nos afasta da reflexão verdadeira. Os seres que julgamos coitados por serem sem teto ousaram abandonar o conforto em busca de um eu verdadeiro, escondido sob as vestes do imaterial. São filósofos autênticos e desconhecidos, que observam os comportamentos alheios e a vida, sob uma reflexão ímpar. Eles, e quase que só eles, são capazes de ver o mundo sob outro ângulo e outra ótica e manter contato mais próximo com o mundo que nos rodeia; nós, ao contrário, optamos por nos esconder atrás das muralhas de proteção que criamos.
Depois dessa breve reflexão, passei a olhar aqueles seres que julgava diferentes e estranhos como pessoas sublimes, não porque optaram pela pobreza, mas porque almejaram, com a escolha do desprendimento, por uma vida mais verdadeira, com menos amarras e mais verdades. Eles conseguiram com essa decisão tão simples, mas tão difícil, estar mais próximos daquilo que julgamos um dos ideais da humanidade: a liberdade autêntica.

sábado, 4 de outubro de 2008

VOCÊ SABIA?

1) O bairro da Pompéia tem três restaurantes que estão entre os mais cotados da página da Prefeitura de São Paulo
http://www.cidadedesaopaulo.com/comer
São eles:
AlcaparraCozinha NaturalLocalizado na av. Pompéia, 2544, próximo da Heitor Penteado.Telefone: 3672-7674Desde 1981. Bufê vegetariano com 22 opções. Tem também loja de produtos naturais. Estacionamento. Aceita alguns cartões e todos os tickets.

OlivoLocalizado na rua Tucuna, 381 - Telefone: 3873-2611 / 3872-8880
Pizza, bar, grill. Apresentações de música ao vivo.
Galpão da Pizza Localizado na rua Doutor Augusto de Miranda, 1156 - Telefone: 3672-4767
Desde 1996. Massa média. Possui estacionamento. Aceita alguns cartões. Delivery. 2) Pontos Culturais? A Pompéia também está lá. SESC PompéiaLocalizado na rua Clélia, 93Telefone: 3871-7700Site: http://www.sescsp.com.br/
O espaço possui: área de convivência, com biblioteca, área de leitura e espaços para exposições mensais; teatro, deck/solarium com cachoeira e uma chopperia.

Cine Arte Lilian LemmertzLocalizado na rua Clélia, 33, no Shopping Pompéia Nobre - Telefone: 3873-9817
Arte GüllikEndereço: Av. Pompéia, 1227 - Telefone: 3862-2156. Acomoda até 30 pessoas.

Teatro Plínio Marcos
Rua Clélia, 33 - PompéiaTelefone: 3864-3129. Tem capacidade para 100 pessoas. Acesso para deficientes físicos. Hall. Ar condicionado. Estacionamento. 3) Locais de Esporte? Nós também estamos por lá.

Kamikase Endereço: Rua Venâncio Aires, 683 - Pompéia - Telefone: 3872-1887 - paintball

Parque Antártica (Palmeiras) Endereço: Rua Turiassu, 1840 - Pompéia - Telefone: 3873-2111 - http://www.palmeiras.com.br/
Estádio de futebol onde se realizam importantes partidas e eventualmente espetáculos musicais.

Se você não conhece esses lugares, reserve um tempo e vá lá. Comece conhecendo o seu bairro e parta para a sua cidade. São Paulo é muito rica em matérias gastronômica e de lazer, esportes e cultura.
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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

LANÇAMENTO!

Veja abaixo um trailler do primeiro filme do ator e diretor Selton Mello, "FELIZ NATAL!",que estreará nos cinemas no dia 21 de novembro e promete ser sucesso de crítica.

http://www.youtube.com/watch?v=oCE2u5xmppY

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

COMO PERCEBEMOS AS CRIANÇAS

Crianças são sempre crianças, o que não necessariamente acontece com os adultos.
Crianças em guerra ou brincando, vão sempre demonstrar sentimentos que nos comovem e que redundam ou em um sorriso ou em lágrimas.
Crianças estudando ou lendo, nos intriga e nos fascina.
Crianças vestidas ou desnudas são pura arte, onde passamos a admirar a mais pura extroversão.
Crianças pedindo esmolas ou vendendo balas nos choca e pensamos nas hipóteses do futuro delas.
Crianças cantando ou dançando simplesmente nos encantam.
Crianças que foram crianças geralmente tornam-se bons adultos e pessoas especiais que admiramos. Veja o Menino Maluquinho.
Adultos geralmente não agem condizentemente e nos fazem repensar se o ser humano age condizentemente com a natureza que nos alberga e alimenta física e espiritualmente.
Crianças geralmente são a nossa esperança, enquanto os adultos tornam-se a mais pura desesperança que despeja na total descrença.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"

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