A minha formação lógica às vezes me faz repensar sobre a existência do plano a que denominamos de Espiritual, que não vemos e que, portanto, duvidamos de sua existência.
Desde os primórdios associamos o plano Espiritual aos Céus, que também não víamos da forma como hoje temos acesso.
Muitos até hoje confundem o mundo Espiritual com os sonhos mais diversos, muitas vezes meras manifestações de nossa mente e das dores físicas e psíquicas que a mente codifica e transforma em imagens, sensações e cores.
Mas o que é o mundo Espiritual? Ele se confunde com o plano mental ou seria a mais absoluta abstração dele?
O Mundo Espiritual seria o mundo dos significados, como o de um livro. Mas o do significado real, da compreensão verdadeira, que baseia-se no amor como forma de aproximação e compreensão. Não do amor possessivo, carregado de materialidade, mas sim do amor de doação, que associamos aos Santos e outras Almas mais evoluídas.
Obviamente o Mundo Mental se aproxima muito do Espiritual, mas o mental ainda está carregado dos traumas e vivências do mundo físico, que iludem a nossa existência e, ao mesmo tempo que seria uma forma de aproximação do mundo tão enigmático dos Espíritos, dos Anjos e do nosso próprio Eu, carrega consigo vivências físicas que alteram e vão alterando o ser desde o início de sua existência nesse plano mágico, rico, que nos ilude e a que chamamos de material. E são essas vivências físicas que moldam as nossas mentes que vão nos afastando da compreensão do mundo espiritual e tornam a mente não mais um canal que nos levaria ao plano Espiritual, mas de um turbilhão que nos prende em um mundo de fantasia, de dor e de fascinação a que denominamos material.
Não é fácil apagar ou separar o que é do plano físico, e nisso a mente costumeiramente nos engana.
Mas também é ela, mente, que pode nos fazer compreender o plano Espiritual, pois é ela o canal que temos com o que julgamos ser o passado e que ligaria com as nossas existências. Existências como realidade, como história havida. É ela mente que nos faz ver o todo histórico e pequenas partes deturpadas pelas sensações do mundo físico. É ela que nos faz ter certeza ou não de tudo o que pensamos e acreditamos.
Não é por outro motivo que o Chacra (centro energético, campo energético, campo de Luz) mais forte que temos estar situado no alto de nossas cabeças. A mente não é somente um campo de energia, mas um canal que liga a matéria ao Espírito.
Assim como ao ler o livro temos a compreensão da mera sonoridade e a capacidade de criação de um mundo com os personagens, que pode se denominar de o plano material da leitura, é a compreensão e percepção de cada personagem, algo muito mais profundo e que requer, como sempre, a abstração do nosso eu, o que poderia se chamar o plano Espiritual dos livros.
Não adentro aqui no trabalho de autoria, mas apenas no resultado dos livros e dos planos que ele também envolve, como tudo.
O Mundo Espiritual não pode ser, portanto, a roupagem, fruto de criações de nossa mente baseada em um plano físico. E não podemos enxergar o mundo Espiritual da mesma forma que o material.
A relatividade no plano físico defendida por Einstein reflete a essência do mundo material.
O absoluto, por essência, só existe no plano Espiritual, desprendido de distrações (dores e tantas outras percepções) da matéria.
No plano material são tantas as possibilidades, que tudo é possível e que também por isso os milagres se revelam.
E se a vida material é relativa, não é ela o cerne de nossa existência, mas mero caminho, dentre tantas possibilidades, para compreendermos nossa individualidade e quem realmente somos.
Mas a individualidade Espiritual não se confunde com o conceito que temos de individualidade no plano físico. A individualidade no plano Espiritual leva, necessariamente, à aproximação do todo, significado maior dos termos próximo, irmão e filho, e não à falsa percepção de indivíduo isolado.
Um mundo que prega tanto a individualidade como isolamento, que valoriza tanto a matéria, nos separa cada vez mais do mundo que os antigos, com a sua sabedoria, nos revelaram como sabiam e podiam.
O Mundo Espiritual, e apenas ele, nos liberta de falta de todas as prisões que nos cercam, a começar das enganações trazidas pela nossa própria mente.