Um discurso talvez fora de moda que eu amaria ouvir.
Há muitos candidatos a cargos eletivos. A grande maioria se candidata por vaidade e por sede de dinheiro e poder, e daí advém tanta corrupção e essa crise política gigantesca que vemos em nosso país. Poucos candidatos visam o idealismo, muitos poucos.
Desde que feito com sinceridade, esse seria um discurso que gostaria de ouvir ou ler.
Me candidato não contra x, y ou z. Não viso me confrontar. Viso construir um País melhor. Para isso é necessário o convencimento, e não o confronto.
Sabe aquele Brasil que muitas nações dizem a nosso respeito? Um país respeitoso, tolerante, enorme, com riqueza natural e grande felicidade? Pois, é. Infelizmente não é bem assim na verdade.
Não somos um povo tão feliz. Não somos um povo tão tolerante ou pacífico. Não somos um povo tão respeitoso. Sequer nos respeitamos. Sequer nos preocupamos com o nosso próprio futuro.
Vivemos numa era similar aos tempos de colônia. Pretendemos enriquecer, e só. Vendemos nossos minérios. Alugamos nossas mulheres para a prostituição. Condescendemos com o trabalho infantil. Pensamos nas aplicações financeiras. E não pensamos em plantar para colher. Não pensamos em sedimentar uma boa educação, um bom nível de saúde, um bom nível cultural. Pensamos em nosso próprio umbigo, em como podemos enriquecer, viajar para Miami, comprar aquele carro dos sonhos. Esses são os objetivos da imensa maioria do povo e dos políticos. Afinal, os políticos nada mais são que o retrato de nossa sociedade.
E esse individualismo doentio somente poderia levar a tamanha corrupção e podridão do nosso sistema político.
É preciso mudar, mas será possível?
Sim, é. Depende de cada um, é certo, mas a união traria uma força capaz de modificar essa realidade. E por isso o convencimento é tão importante.
Amaria ver o Brasil como o País que os nossos ancestrais imaginaram. Um país gigante, com um povo feliz e que levasse ao mundo uma visão mais tolerante e harmônica.
No campo internacional o Brasil não toma somente atitudes corretas. Colaborou na invasão da Coréia. Apoiou a intervenção militar no Haiti. Não reconhece algumas Nações por medo de retaliação econômica. Vendemos armas que matam inocentes, e que não nos protegem. O Brasil que fazemos, muitas vezes, nos envergonha.
Entregamos nossas filhas à prostituição, em troca de um pseudo futuro. Escravizamos nossos filhos em empregos sem investimento em tecnologia. Nossas indústrias não criam, mas apenas repetem o que se faz. Nossos cientistas vão trabalhar em outros países. Nossas Escolas não são lares protegidos e sagrados, mas meros centros de demagogia por parte dos políticos e de alguns que fazem política com isso.
Um Brasil de verdade, tem que ser independente, mas com Nações parceiras.
Nada nos impede de vender para o mundo inteiro. Basta ousarmos que nem verdadeiros mascates.
Nada nos impede de fazer parcerias com transferência tecnológica com países em desenvolvimento ou ricos. Muitos países gostariam de ver o imenso Brasil como seu parceiro.
Um país que sonha ser grande deve ser independente e altivo, mas não só. Tem que ir atrás do seu sonho. Um Ministério das Relações Exteriores com essa visão é imprescindível. Propulsiona não apenas uma visão de maior credibilidade do Brasil, mas nos propicia o grande crescimento econômico, cultural e tecnológico.
Um país que sonha ser grande deve investir dinheiro e pessoal em educação, sem vergonha, sem economia. O que se investe hoje repercute não apenas no presente, mas no futuro.
Também se deve investir em saúde, na qualificação dos profissionais da área médica, no ensino de excelência, em tecnologia nacional, e não apenas no fornecimento de medicamentos que traz tanto lucros às indústrias farmacêuticas. Não somos sócios dessas indústrias e não devemos nos tornar garantidores do lucro fácil delas. Temos que ter uma noção mais ampla de saúde, como ocorre em diversos países não ocidentais. A medicina alternativa deve ser propiciada pelo SUS. Devemos ver a saúde não como algo repartido, mas como um conjunto. A pessoa tem que ser tratada como um todo, assim como o próprio país deve sê-lo.
Em relação às pessoas, temos que amá-las. Tratar os brasileiros, como brasileiros que são. Dispensar a eles cuidados e não julgamentos e pedradas, como temos feito por séculos. Se um brasileiro errou, nada mais certo que pague pelo erro cometido, mas ao lado disso devemos ter um trabalho de conscientização, com muito cuidado, amor e paciência. E é apenas isso o que funciona. Não adianta criarmos seres piores do que já são. Isso é um ódio revestido da maior burrice e cretinice possível. Temos que ser melhores nós mesmos para podermos propiciar que outros também o sejam. E para isso temos que ser capazes de reconhecer que temos que investir tempo e cuidado. Nenhuma solução é mágica, pronta e imediata.
E o amor, ao contrário desse ódio gratuito que dividiu os brasileiros, é que será a grande mola propulsora da verdade e do crescimento.
Só isso já me faria votar no candidato, seja ele quem for, independentemente de nome, partido ou coloração política.
Um verdadeiro político tem que ser um humano verdadeiro. Enquanto não houver humanos verdadeiros na política, continuaremos a presenciar discursos raivosos, demagógicos, egoísticos, oportunismo, corrupção e luta pelo poder.
Um Brasil cada vez mais escravo do individualismo atrasa toda a população brasileira, e não é justo. Não é justo com cada brasileiro nem com o destino do País.
Estamos no continente americano, um novo mundo que fascinava todo o planeta há 500 anos. Aqui vieram pessoas de todos os credos, etnias e países. Aqui podemos fazer diferente. Temos obrigação de sermos melhores do que aquilo que vimos na história da humanidade. Devemos estar cientes de que repetir os erros nos torna tão facínoras quanto aqueles que a história já julgou.
A imensidão do nosso território, o grande número de pessoas e a natureza rica, com um horizonte a ser apreciado, nos torna diferentes, e podemos fazer essa diferença, não para sermos considerados melhores, mas para mudar a nós e o mundo inteiro. Este é o destino que os nossos ancestrais acreditavam que o Brasil tinha a perseguir. Este é o Brasil que podemos implementar, com muito respeito e amor por cada brasileiro e por cada ser humano.
Mas antes de sermos os gigantes que o mundo espera, temos que ser justos conosco mesmos e resolver os nossos problemas seculares. Com consciência, paciência, dedicação, intensidade e amor poderemos fazer isso em muito menos tempo do que se imagina. O Universo conspira a favor do Brasil. Os brasileiros só precisam permitir que isso aconteça, e isso depende apenas do amor e da vontade de conscientização, e o que parecerá mágica acontecerá. Não duvido nem um pouco disso. Temos potencial, um enorme potencial. Só precisamos parar de nos espelhar nos que deram errado e ousar fazer o novo, com muita vontade e muito amor pelo Brasil.