Vivemos uma época muita cômica, das profundas contradições. As notícias não se aprofundam, mas alcançam uma síntese conclusiva com uma rapidez absurda. Os boatos não passam mais de boca em boca e se proliferam em questão de segundos com a mídia eletrônica. O sucesso e o prazer não se conquistam, passaram a ser instantâneos. Veja o resultado dos programas ao estilo "Big Brother". Aparecer na televisão já torna um até então anônimo famoso. Até as drogas passaram a produzir prazeres mais rapidamente. E os relacionamentos afetivos não fogem disso. Veja a crônica abaixo.
HOMENS E MULHERES
As mulheres estão galgando espaço e lutando pelos seus direitos. Os homens machistas, que só queriam sexo, eram condenados no início do feminismo. Porém, hoje, com a conquista de direitos pela mulher, a realidade é outra. Se o homem não manifestar o desejo sexual no primeiro encontro, corre o sério risco de ser considerado limítrofe entre o homossexualismo e o bissexualismo. Ele deve ser atirado sexualmente. Se não o for, será alvo de comentários. O motivo disso? É que a mulher alcançou o mesmo direito ao sexo que o homem. Bem, a maioria dos homens aproveita-se do sexo fácil e torna-se ainda mais machista. Mas, e a mulher com isso tudo? No mínimo, aproveita a libertação sexual, mas não encontra com facilidade o homem romântico que procurava. Quando o encontra, julga-o... limítrofe sexualmente...
E, no máximo, a mulher sexualiza-se a ponto de perder noção dos limites. Mas que limites se o sucesso e o prazer não admitem barreiras?
Vai entender...
Sempre fui bom moço, cavalheiro, romântico. O tipo certo para casar, como já me disseram algumas vezes (mas tenho cá minhas dúvidas). Mas, de um tempo para cá, de tanto conhecer mulheres mais liberadas, estou mais cara de pau. Acho que estou exagerando, inclusive.
Esse negócio de ser romântico, de conquistar, seduzir, não é mais imprescindível... Será? Hoje, é possível realizar o desejo sem ter que passar pelas antigas provações e limitações. Para dar um beijo na boca era uma batalha. Para praticar os bons e velhos amassos, demandava-se ao menos semanas. Para o sexo, então, eram meses de lutas silenciosas... Bem, até uns 10 anos os relacionamentos funcionavam assim. Mas, e hoje?
Hoje, já é possível ter uma intimidade bem profunda logo na primeira noite de encontro. O sexo tornou-se mais fácil ou mais acessível, o que não deixa de ser um bom sinal para a sociedade atual.
No entanto, esse sexo fácil tem causado alguns distúrbios de comportamento nos homens e nas mulheres. Ou você acha que não?
Não acho que a facilidade em se fazer sexo seja prejudicial, não é isso. Eu só acho que as pessoas estão usando umas as outras de forma descarada. É o sinal do individualismo do sistema adotado pela nossa sociedade, do consumo individual, do ter, do prazer imediato...
Isso, inevitável e infelizmente, levará a um neoconservadorismo sexual da sociedade em pouco tempo, prejudicando muitas das conquistas no campo sexual.
Mas, voltemos ao tema, sem tantas análises críticas e proféticas.
Eu também adotei esse ritmo da sociedade do imediatismo. E me assustei.
Por mais que prezemos as pessoas, praticamos alguns atos instintivamente.
Imagine você que ao sair pela segunda vez com uma menina bem bacana que me interessou bastante, logo ao pegá-la em casa, já me virei a ela e perguntei: "vamos sair ou já vamos direto aos finalmentes?". Ela olhou para mim e respondeu: "vamos aos finalmentes, sim".
Na verdade ela tomou um susto com a minha proposta, como confessou a mim, horas depois. E eu não nego que me assustei com a resposta rápida e consciente dela.
É, são os tempos modernos... Primeiro o prazer. Quando muito, pensa-se a respeito momentos depois da consumação do desejo.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
PALAVRAS QUE MATERIALIZAM O UNIVERSO
As palavras não surgem do nada, mas advêm de um determinado estado de espírito que nos permite ver e sentir o Universo de determinada forma.
As palavras e apenas elas materializam o que foge da nossa capacidade de compreensão, dando sentido à vida e à nossa racionalidade.
As palavras da vida, pode não parecer, mas são aquelas oriundas da alma.
As palavras e apenas elas materializam o que foge da nossa capacidade de compreensão, dando sentido à vida e à nossa racionalidade.
As palavras da vida, pode não parecer, mas são aquelas oriundas da alma.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
MAIS DE MIL E QUATROCENTAS POSTAGENS
Já são mais de 1.400 postagens, o que para mim significa muito. Foram praticamente 1.400 dias diretos com a sua companhia, um prazer e tanto. Continue por aqui. Abraços.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
DIVAGAÇÕES APÓS VISITAR UM LUGAR DIFERENCIADO
Não sei. Parecia um sonho. Via um local repleto de casebres miseráveis na cidade de São Paulo e lá estava eu com outras pessoas.
Após o massacre de cerca de 6 milhões de indígenas, escravização de outro milhão e dominação da terra de diversos povos, muitos dizimados, a cultura dos vitoriosos foi imposta a toda a gente. Formava-se o Brasil, o chamado país tolerante.
Tolerante, sim, com o seu passado imperialista, escravagista e ditatorial.
Quanta vergonha e quanto esquecimento!
Mas, voltando, quem seria esse povo ao qual estava eu unido? Quem seria eu e o que seria isso aqui?
Um povo estranho e que me faz imaginar estar no Paraguai, num país pós-guerra. Lembra um campo de refugiados pobres.
Paraguai, África, Palestina? Onde estarei?
Que língua é essa que falam? Que mundo será esse?
Não entendo. Não, não entendo. Não compreendo o que vejo, o que ouço e o que sinto.
É tudo tão diferente.
O tempo é diferente. Os sentidos são diferentes.
Parece que me transformo num ser mais próximo da natureza. Serei um bicho? E a minha alma de gente?
E aquela necessidade que tinha de conquistar, de ter e de impor os meus prazeres e as minhas vontades?
Me transformei em que, em quem?
Quem sou eu e quem é essa gente?
É um povo? Isso é uma tribo?
São índios? Isso aqui é Brasil? São Paulo?
Não. Não compreendo.
Me diga o que isso representa, qual o sentido desse canto aqui nessa cidade grande.
Não. Não me desafricanizei e pouco menos me deseuropeizei.
Tinha o meu lado europeu, chique, elegante, branco, imponente. E hoje estou aqui, com pele da cor de barro, num lugar com cores pouco vivas.
Não. Não tenho mais a alma dos europeus. Mas não me conheço.
Serei membro de alguma etnia indígena? Terei alma? Pensarei a respeito do que é certo e errado?
Serei digno de ir ao céu após a morte?
Terei vontade de comer carne humana? Afinal, quem sou eu?
Desindianizei-me? No que me tornei?
Em que acredito? E o meu Deus barbudo que, mais que compreensivo, era vingativo?
Ah, e a superioridade que sentia?
Não. Não entendo mais nada...
Dizem que sou Guarani e estou numa tribo no Jaraguá numa cidade chamada São Paulo, no Brasil.
Mas porque moro assim, vocês sabem? Eu não sei...
E porquê estou num campo pobre desses? Serei brasileiro?
Brasileiro? Mas você sabe o que é ser brasileiro? Eu não sei.
FIM
Após o massacre de cerca de 6 milhões de indígenas, escravização de outro milhão e dominação da terra de diversos povos, muitos dizimados, a cultura dos vitoriosos foi imposta a toda a gente. Formava-se o Brasil, o chamado país tolerante.
Tolerante, sim, com o seu passado imperialista, escravagista e ditatorial.
Quanta vergonha e quanto esquecimento!
Mas, voltando, quem seria esse povo ao qual estava eu unido? Quem seria eu e o que seria isso aqui?
Um povo estranho e que me faz imaginar estar no Paraguai, num país pós-guerra. Lembra um campo de refugiados pobres.
Paraguai, África, Palestina? Onde estarei?
Que língua é essa que falam? Que mundo será esse?
Não entendo. Não, não entendo. Não compreendo o que vejo, o que ouço e o que sinto.
É tudo tão diferente.
O tempo é diferente. Os sentidos são diferentes.
Parece que me transformo num ser mais próximo da natureza. Serei um bicho? E a minha alma de gente?
E aquela necessidade que tinha de conquistar, de ter e de impor os meus prazeres e as minhas vontades?
Me transformei em que, em quem?
Quem sou eu e quem é essa gente?
É um povo? Isso é uma tribo?
São índios? Isso aqui é Brasil? São Paulo?
Não. Não compreendo.
Me diga o que isso representa, qual o sentido desse canto aqui nessa cidade grande.
Não. Não me desafricanizei e pouco menos me deseuropeizei.
Tinha o meu lado europeu, chique, elegante, branco, imponente. E hoje estou aqui, com pele da cor de barro, num lugar com cores pouco vivas.
Não. Não tenho mais a alma dos europeus. Mas não me conheço.
Serei membro de alguma etnia indígena? Terei alma? Pensarei a respeito do que é certo e errado?
Serei digno de ir ao céu após a morte?
Terei vontade de comer carne humana? Afinal, quem sou eu?
Desindianizei-me? No que me tornei?
Em que acredito? E o meu Deus barbudo que, mais que compreensivo, era vingativo?
Ah, e a superioridade que sentia?
Não. Não entendo mais nada...
Dizem que sou Guarani e estou numa tribo no Jaraguá numa cidade chamada São Paulo, no Brasil.
Mas porque moro assim, vocês sabem? Eu não sei...
E porquê estou num campo pobre desses? Serei brasileiro?
Brasileiro? Mas você sabe o que é ser brasileiro? Eu não sei.
FIM
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
MUDANÇAS NO BLOG
Amiga(o), a partir de agora o blog não terá atualizações diárias. E para ser sincero, não sei qual será a periodicidade de atualizações.
Sempre quis deixar o blog novinho a cada dia que surgia, a fim de que você pudesse ter a sensação e a certeza de que o cuidado contigo era permanente, como ainda é, pode confiar.
Não que o cuidado tenha deixado de ser permanente, mas não conseguirei fazer com que a demonstração seja diária, apenas isso.
Continue acompanhando o blog. Mesmo após 4 anos ele está no ar, algo raro no mundo virtual, mas agora com certas modificações.
O trabalho que me dá o ganha pão está exaustivo e não tem propiciado o mínimo tempo para que eu possa me dedicar diariamente ao blog. Ele não morreu nem morrerá tão cedo. Houve apenas algumas alterações no tocante à periodicidade de publicações, nada mais. A preocupação com o mundo e cada uma das pessoas continua igual. Isso é imutável.
Continue por aqui. Obrigado e um forte abraço!
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Para refletir:
Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.
Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.
O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.
Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.
O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.
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NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"
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