quarta-feira, 29 de março de 2017
JOVEM E LOUCA
quarta-feira, 22 de março de 2017
MISSÃO INVISÍVEL
quinta-feira, 16 de março de 2017
PASSOS NO CAMINHO DA HUMANIDADE
No início dos tempos, primou-se pelo avanço do homem e de suas necessidades primárias.
O direito foi criado em razão dos conflitos humanos. Hoje, prioriza o capital, os tributos e as dívidas.
A medicina surgiu inicialmente para propiciar melhores condições de saúde e de vida às pessoas. Hoje, prioriza o capital, a indústria farmacêutica e os convênios médicos que pagam cursos e propiciam outras benesses.
A engenharia construía casas para proteger as pessoas ou criava pontes para facilitar o encontro dessas. Hoje, a engenharia serve para criar armamentos cada vez mais sofisticados capazes de matar o maior número de cidadãos, enriquecendo as gigantescas indústrias bélicas.
Antes, a polícia visava proteger o cidadão. Hoje, utiliza armamentos pesados, veículos que parecem tanques de guerra, para afastar a população e proteger o capital.
Os políticos sempre tiveram sede de poder, mas antes propunham o avanço das civilizações, para que essas nunca fossem esquecidas. Hoje, propõem o retrocesso, o enriquecimento ilícito individual e fazem pouco caso com a história, a educação e a cultura.
O ser humano não é mais valorizado, servindo apenas como objeto. Sim, de consumo e descartável.
A burocracia, hoje, ao contrário do que se pensa, está bem presente no cotidiano, sufocando a liberdade do espírito humano. Falamos com gravações, com pessoas despidas de humanidade, com máquinas que engolem cartões, com leitores de digitais. Aprisionam-se as mulheres e os homens em estilos de vida padronizados. Homogeniza-se comportamentos, valores e necessidades, sempre supérfluas, evidentemente.
Hoje vivenciamos a era da inversão dos valores. O humano não é tão importante quanto o capital, que rege o planeta e dá as diretrizes. As guerras são fomentadas pela sede de riquezas. As grandes indústrias já não são as que produzem bens de consumo, mas os bancos, que fornecem e comercializam o que todos querem, o dinheiro, esse mesmo que compra o que julgamos necessário.
Hoje ainda há escravidão, mutilações, estupros, violência contra as crianças, guerras, tortura e tantas outras atrocidades que a humanidade sempre tentou evitar. Mas não há priorização para a sua diminuição. Em pleno século XXI a sociedade não avançou em termos sociais e culturais, mas apenas no econômico, no pior sentido do materialismo, e isso ainda para poucos, para muitos poucos que podem usufruir de um luxo quase que nababesco.
De um lado há bombas atômicas, armas químicas e tantos outros artefatos de guerra nunca dantes vistos em quantidade e em poder de letalidade. De outro há o individualismo exacerbado, o aquecimento global, o efeito estufa, as alterações climáticas, as grandes catástrofes e a volta de epidemias.
Nunca estivemos tão próximos do fim, um fim que nós mesmos proporcionamos, e melancólico, sem qualquer glória. A única saída que se avizinha é voltarmos aos tempos em que o homem primava por um mundo mais brilhante, justo e iluminado.
Sempre há saídas. Lembremos que depois da barbárie da idade média adveio o renascentismo e o iluminismo. Talvez depois dessa barbárie do capitalismo exacerbado, sem limites, advenha o humanismo, o único caminho para o reconhecimento daquilo que realmente importa, colocando o ser humano como o ponto central de todas as questões.
O dinheiro? Ele provavelmente voltará a ser o sal, aquele que tempera, mas que não é essencial à sobrevivência. Precisamos dos velhos valores tão difundidos na história pelas civilizações que nos antecederam e que restaram afogados, queimados e enterrados pela maré materialista consumista.
Vivemos no dilema. Ou nos redescobrimos como humanos, com valores e necessidades materiais e espirituais (essa no sentido intelectual, psíquico e de religiosidade) ou seremos meras engrenagens, objetos descartáveis de um mundo em que se vive em função do que é absolutamente desnecessário e que está envenenando tudo o que conhecemos, inclusive a própria vida.
quarta-feira, 15 de março de 2017
SILÊNCIO COMPLACENTE
quarta-feira, 8 de março de 2017
A ÉTICA PARA ALÉM DA MORAL
No Brasil atual, com essas contínuas crises políticas e sociais, tem se discutido muito a questão da ética, principalmente a dos agentes políticos.
Como é de conhecimento geral, a ética não se confunde com a moral nem essas com as leis.
LEIS
As leis são regras impostas por um poder constituído, representando o povo, e que visam a regulação das relações mais importantes do dia a dia em um dado território. Definem direitos e obrigações.
Mas, nem todos os conjuntos de comportamentos humanos e de relações humanas são abrangidos pela lei. Muitas vezes apenas regras morais "regulam" alguns comportamentos. Outras vezes, nem regras morais ou de conduta há.
E o descumprimento da lei implica em ilicitude, seja, em grande âmbito, de natureza cível ou penal.
MORAL
A Moral, a grosso modo, pode ser definida como um conjunto de regras e valores, admitidos e impostos com o tempo pela sociedade, através do que se denomina costume. Seriam regras adquiridas pela sociedade em razão da prática ou DO entendimento reiterado. Portanto, com o tempo está sujeita à mutação. Não tem força de lei e não implica em sanção pelo poder constituído, mas pode resultar, num caso prático, em retaliação social. E essas retaliações podem, inclusive, caracterizar afronta à lei.
ÉTICA
A Ética, também de forma simples, pode ser considerada a moral colocada em prática, com os conflitos criados pelos fatos diários. É a conduta refletida frente aos fatos do cotidiano. É a postura, o modo de agir frente às situações do dia a dia. A ética, desse modo, supera a moral e a própria lei e visa atingir à aplicação mais justa do conjunto de regras morais.
SER ÉTICO
O ser ético, portanto, é o que prima pelo convívio pacífico, harmônico e justo, o fim maior e primeiro para todo o conjunto de regras ditadas pela moral e pelas leis.
Mas, superada a fase de definições, surge uma questão. Muito se fala em retidão moral e reputação ilibada. Mas o que são? São conceitos atuais? Seriam ainda suficientes para caracterizar um homem social capaz de propiciar uma ambiente pacífico, harmônico e justo?
REPUTAÇÃO ILIBADA E RETIDÃO MORAL FRENTE À ÉTICA
A Constituição Federal, em seu artigo 101, dispõe que para ser Ministro do Supremo Tribunal Federal há que se ter reputação ilibada. Mas o que seria exatamente reputação ilibada? Segundo manifestação de 1999 da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Congresso Nacional, seria o conceito que se "desfruta, no âmbito da sociedade, de reconhecida idoneidade moral, que é a qualidade da pessoa íntegra, sem mancha, incorrupta".
Já a retidão moral consistir-se-ia na característica de pessoa que, no seu dia a dia, é íntegra e segue os ditames morais.
Mas será que a retidão moral e a reputação ilibada são características suficientes para que uma pessoa seja considerada verdadeiramente ética?
A meu ver, a ética tem um alcance mais amplo que a moral. Enquanto a retidão moral e a reputação ilibada são conceitos que as pessoas têm de determinada pessoa em razão de do que se aparenta, a ética é algo intrínseco, um valor próprio. A ética, segundo penso, seria um juízo que a própria pessoa tem, de acordo com os valores morais que possui, do que deve fazer numa dada situação.
E, a meu ver, é justamente a ética o que está em falta, já que os valores morais, hoje, estão muito sujeitos à influência do materialismo e do individualismo exacerbado nessa sociedade de consumo. Tanto individual, quanto coletivamente, os valores morais têm cedido ao ego, ao individualismo, ao consumismo e, dessa forma, a um tipo de corrupção devastadora, que é a da associação por interesses, sejam monetários ou de vantagens as mais diversas, inclusive as menos palpáveis, como de reconhecimento social.
Dessa forma, a retidão moral e a reputação ilibada já não são termos suficientes e isentos para dar uma conotação justa nessa sociedade cada vez mais individualista.
UM NOVO TIPO DE VISÃO ÉTICA, A ESPIRITUALISTA
Mas a ética, como vem sendo observada pelos estudiosos também seria suficiente?
Um ser ético é aquele que se conduz com a mais elevada moral. Sim, é isso. Mas quando esse ser que se julga ético não é capaz de enxergar além do que a sociedade lhe propõe ou permite, a ética com fundamento nessa moral também já passa a não atender aos anseios de paz, equilíbrio, harmonia e de evolução da nossa espécie.
Ademais, voltemos à moral. Não podemos nos esquecer de que todo regramento moral implica em valoração de condutas e que, portanto, pode implicar em discriminação a comportamentos. Dessa forma, a homossexualidade foi muito perseguida em tempos passados, assim como a tatuagem (não que não o seja hoje em dia por pessoas que têm um discurso religioso e moralista).
Assim, a moral está presa a um pensamento restrito de uma sociedade e não aos valores mais amplos da própria humanidade e de nossa civilização.
Assim, se por um lado, o mais correto seria utilizar o termo ética ao invés de moral, entendo que o mais avançado seria utilizar o termo ética não baseado apenas na moral, nesse conjunto de valores de uma dada sociedade, mas no espiritual, que seria o conjunto de valores superiores da própria civilização humana (ou civilizações humanas), mais complexo, mais aprofundado e menos suscetível a variações que possam deturpar a evolução da própria humanidade.
O mais apropriado, segundo penso, seria seguir os ditames de princípios não apenas aplicados na sobrevivência do dia a dia de uma dada coletividade ou sociedade, mas nos princípios de toda a civilização humana. Por isso, os valores espirituais da civilização humana, ao longo de sua história, menos diversos, menos numerosos e mais pontuais, nos dariam maior segurança ao avanço individual e social. É como se deixássemos de ter as conversas de vizinhos, com muita fofoca e valoração subjetiva de aspectos absolutamente desnecessários, para passarmos a conversar sobre astronomia, física e filosofia com mestres nessas áreas.
Os valores espirituais não avaliam comportamentos de uma pessoa ou de pequenos grupos, mas são valores que se aplicam ao todo, à humanidade. Desta forma, tais valores espirituais evitariam a discriminação tão comum quando nos baseamos nos valores morais (comportamentais) de dada sociedade.
Os valores espirituais clássicos seriam o direito à liberdade, à vida, à confraternização e outros, alguns deles também consagrados na nossa legislação máxima, a nossa Constituição Federal. São também valores muito próximos de algumas doutrinas religiosas, mas que com religião não se confunde, a não ser na proteção do conjunto de pessoas, ou da própria humanidade.
Se nos apegarmos a tais valores espirituais, respeitaremos todos os que são diferentes, até porque, nesse raciocínio, a diferença de um não alcançaria e não interferiria na outra pessoa. Se uma pessoa, exemplificativamente, é transexual, tatuada ou careca, a conduta dela não interfere no todo, pois olhamos o conjunto, como caminha a humanidade em si. Assim, essa espiritualidade nos ajudaria a mudar a forma de ver, hoje muito restritiva, e nos permitiria compreender melhor a própria sociedade. Seria uma mudança de paradigma. O importante seria estarmos e sermos livres para alcançarmos a nossa própria evolução e descobrir o nosso "eu".
A ética baseada na moral, nos costumes locais, como se dá hoje, nos limita.
Além do que, na era da globalização, do mundo sem fronteiras (para o comércio e o pensamento), não há como a moral limitar-se tanto como o faz hoje em dia. Há que se ampliar os conceitos, e é por isso que denomino de espiritualidade, abrangendo todo um conjunto de valores.
Assim, o respeito absoluto ao outro, como um universo próprio, o amor sublime a todos os seres humanos e demais tipos de vida constitui mais um regramento espiritual que moral de nossa sociedade.
O ser ético sob o aspecto espiritual é o que ama incondicionalmente, o que visa o bem, o que respeita o outro como uma individualidade única, o que respeita a natureza, o que pondera ao utilizar adjetivos e expressões, o que não se apega à matéria, mas que a utiliza, no que for absolutamente necessário, para viver em sociedade.
O ser ético espiritual está muito além das religiões existentes, embora possam algumas delas propiciar o início do caminhar nessa longa jornada.
O ser ético espiritual não enxerga o mundo como um canteiro de oportunidades, mas como uma casa que abriga a todos, um universo que abriga pequenos universos, e é assim que devemos enxergar e respeitar tudo o que não denominamos de nós mesmos.
O ser ético espiritual, portanto, é o ser ético evoluído exponencialmente, fruto do aprendizado da história de nossas civilizações que já povoaram o planeta.
Talvez o problema em enxergar a ética espiritual esteja na educação propiciada. Vivenciamos muito o eu, o ego, o que vemos e o que sabemos e não estamos abertos a novos aprendizados e a novos mundos. Quando passarmos a compreender a história, a própria, a contemporânea e a universal, e que eu estou assim, mas poderia estar de outro modo, que o fulano ao meu lado está assim, mas poderia livremente estar diferente, que o mundo é o conjunto dessas diferenças e que o Universo é a amplitude das diferenças, passaremos a aceitar, a compreender, com humildade, o diverso, até porque a soma dos diversos resulta no Universo. Se não fosse assim, haveria apenas cópias superpostas ou uma multiplicação do igual, mas não um mundo sem fim repleto de diversidades.
Os que se opõem a etnias diferentes, cores diferentes, religiões diferentes, opções sexuais diferentes, a qualquer diferença, é porque enxergam apenas parte do seu próprio mundo. Se são assim ao enxergar o próximo, o que dirá, então, quando diz respeito a enxergar o mundo vizinho, o mundo planetário e o Universo?
Não. Essa moral de vizinhança nos torna míopes.
O ser ético espiritual é o que enxerga além do hoje, que compreende a história das civilizações e da humanidade e utiliza os princípios maiores da humanidade como regramentos comportamentais éticos. Baseia-se nos valores fundamentais ao convívio em sociedade, ao progresso evolutivo da humanidade e ao alcance da sabedoria, da paz e harmonia.
Esse ser ético espiritual, que não se espelha no vizinho, mas no Universo, nos conhecimentos adquiridos, nas diferenças proporcionadas, está preparado para o processo de paz, para as conquistas e descobertas científicas, para um mundo que prime pelo conhecimento, pela harmonia e pela paz, fazedoras de felicidade!
BRIZOLA E OS DIREITOS HUMANOS
quarta-feira, 1 de março de 2017
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Para refletir:
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.
Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.
O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.
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