quarta-feira, 27 de julho de 2016

AMIGOS VERDADEIROS

Quando encontramos aquele verdadeiro amigo, não falamos sobre futebol, mulheres nem cantamos vitórias.
Quando encontramos amigos do coração, falamos das dores, angústias e das lembranças, boas e ruins.
Quando encontramos amigos de espírito, não precisamos nos esconder através de muros, ficar no topo de escadarias gigantescas ou usar a melhor vestimenta. Somos quem somos, na essência.
Esses amigos únicos, realmente verdadeiros, nos permitem a realidade e não devaneios.

domingo, 24 de julho de 2016

QUANDO A RAZÃO CLAMA PELA ESPIRITUALIDADE


Os recentes atentados no mundo, praticados por radicais, mataram em sua grande maioria muçulmanos; já aqueles praticados especificamente na Europa, vitimam muitos cristãos e também muçulmanos.

Esses crimes, denominados de atentados, são imputados a muçulmanos radicais, mas muitos dos autores sequer praticavam tal fé ou frequentavam as Mesquitas. Só por isso, jamais se poderia dizer que os autores dos atos tresloucados representam o islamismo ou qualquer outra religião.

Esses terroristas podem ter sofrido uma influência religiosa na instituição familiar ou social, mas não matam em nome da fé. Matam em nome do desespero. Do desespero da vida não ter mais sentido, e aí se acham no direito de exterminar a sua própria e levar consigo outras pessoas.

A causa real não é política e tampouco religiosa. Na verdade não existe essa causa que julgamos existir como pano de fundo desses atos. É justamente a falta dela, de qualquer causa. É a falta do sentido da vida e o medo de passar em branco que levam muitos jovens desesperados ao martírio, como se isso pudesse ser considerado ato de “heroísmo”. É tudo, menos heroísmo e menos ato motivado pela fé.

Na verdade, esses desequilibrados – e não há melhor palavra para defini-los - matam da forma mais cruel, mas não veem o ato como perversidade. Veem-no como um suposto crime de honra. 

São pessoas que não lutam pela religião, seja qual for, mas o fazem para chamar a atenção, e nada mais chama a atenção que praticar uma ação em nome de uma religião. O que dizer, então, de crimes bárbaros praticados pela suposta “defesa de uma fé”? Obviamente chamam mais atenção que atos pacíficos tradicionais, como peregrinações, jejuns etc. Eles sabem que esses atos extremos sob o falso pretexto religioso geram o caos, o medo e a indignação. E querem atenção. Precisam dela. Estão desesperados.

Se os desesperados não agem com a razão,  resto da humanidade deveria impô-la como ponto central, sem ódio e sem radicalismos também, e refletir sobre o que está errado. E há muita coisa errada com o atual caminho da humanidade, onde se prevalece o materialismo desenfreado e a falsa fé - de forma generalizada - que valoriza apenas o bem estar econômico e fomenta discursos radicais contra a tolerância, a aceitação e o amor, princípios que sempre foram defendidos e difundidos pelos Grandes Profetas das três maiores religiões.

Como se percebe, não é uma guerra do mal contra o bem, mas um momento crítico da humanidade, perdida no vazio do materialismo e que utiliza um falso discurso religioso (em todas as religiões) para praticar atos contra a própria humanidade.

É chegado o momento da razão e também de fé. Principalmente da fé na humanidade. Acreditando em nós, respeitando, perdoando, aceitando, tolerando, estaremos mais próximos do Divino, tenha ele o nome que tiver. Só essa razão e só essa fé, que não se contrapõem, poderão salvar a cada um de nós nesse momento em que a própria humanidade caminha para se auto exterminar.

Esse caminho nos possibilitará um fim diferente daqueles dos dinossauros e dos assassinos insanos. A razão clama por um caminho de autoconhecimento profundo,  mais espiritual, de maior compreensão e de mais amor, em contraponto ao materialismo narcísico, egoísta e devastador que vivenciamos há séculos nessa sociedade contraditória e cada vez mais cruel.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

UM PAÍS NADA TUPINIQUIM

foto: internet
Dizem que no Brasil se utiliza o termo tupiniquim como sinônimo de brasileiro, mas não é bem assim. Ele somente é utilizado quando há um sentido pejorativo (“nação tupiniquim” etc.). E é exatamente dessa forma, com desvalor e desprezo, que o brasileiro trata o indígena.
Os Tupiniquins são pertencentes à Nação Tupi e habitavam os litorais sul da Bahia e de São Paulo. Foram os primeiros índios a entrarem em contato com os portugueses. Hoje, encontram-se reduzidos a menos de 1.500 indivíduos, falam apenas o português e foram deslocados para Aracruz, no norte do Espírito Santo. Foram dizimados e perderam vínculos importantes com a sua cultura e a sua língua, restando uma dívida histórica enorme a ser resgatada.
Portanto, chamar brasileiro de tupiniquim da forma que fazemos é uma piada de péssimo gosto e um sinal de desrespeito a esse sofrido povo indígena.
            E o nosso preconceito não para aí. Vai bem longe. Qual brasileiro nunca falou em “programa de índio” para se referir a algo chato e sem sentido? Pois é, essa fala “engraçadinha” esconde uma forte visão pejorativa do indígena que não percebemos no nosso dia a dia.

O preconceito está também nas atitudes que temos no dia a dia, ao julgar as suas habitações e as suas vestes. Mas o Estado brasileiro também é preconceituoso. Já vi diversos casos de crianças indígenas serem afastadas dos pais por estes estarem com os seus filhos em atitude que consideravam de mendicância. Os juízes, ao adotarem essa medida drástica, ainda que estivessem bem intencionados, tomavam como parâmetro a nossa cultura e não a indígena.

            Algumas pessoas mais velhas se lembrarão de que nos anos 1980 foi eleito o primeiro deputado federal indígena, o Juruna, pelo PDT de Brizola. Com um aparelho que utilizava para gravar o que os políticos prometiam, o deputado xavante conseguia chamar a atenção da mídia, mas era considerado exótico e os programas humorísticos da época retratavam-no de forma esdrúxula.

            Esse é o Brasil que gosta de ridicularizar o indígena e que se esquece de que muitas das palavras que utilizamos no dia a dia derivam das línguas tupi e guarani. Além disso, muitos dos hábitos saudáveis que temos, como o de comer muitas frutas e de tomar banho diariamente  devemos a eles, além do prazer de deitar em uma rede. Além disso, eles têm todo um conhecimento de medicina alternativa, baseada em ervas e raízes, que muitos de nós aprenderam a utilizar.

O mais engraçado desse país que trata os índios com desprezo é que boa parte da população tem sangue indígena, ainda que distante. Embora eu não tenha cara de indígena, descendo de uma trisavó índia, laçada pelo meu trisavô português no interior paulista. Sim, não só os índios homens eram tratados como objeto, as índias também, e no sentido sexual da coisa, principalmente.

            Ao contrário da Bolívia, Guatemala, Peru e México, que são os países latino americanos com maior proporção de população indígena, respectivamente com 62,2%, 41%, 24% e 15,1%, o Brasil é um dos países da região com menor percentual de população indígena em relação à população total. O Brasil tem menos de 900 mil índios, segundo dados do IBGE do ano de 2010, equivalendo a menos de 0,5% da população brasileira, embora tenha o maior número de etnias, 305, com 274 línguas diferentes e com 36,2% dos seus indígenas vivendo em área urbana e o restante na área rural.

Segundo um relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL, órgão da ONU, divulgado em 2014, na América Latina vivem 45 milhões de indígenas em 826 comunidades, representando 8,3% da população total. Desses, 17 milhões vivem no México e outros 7 milhões no Peru.

A FUNAI – Fundação Nacional do Índio, criada em 1967 e vinculada ao Ministério da Justiça, aponta que 37,4% dos índios residem no norte do país e há 588 terras indígenas reconhecidas. Dessas; 545 são as tradicionalmente ocupadas; 6 são terras de propriedade adquirida pelos índios (dominiais); 6 possuem restrição de ingresso e trânsito de terceiros na área (interditadas); e 31 são reservas indígenas propriamente ditas.

Os Tikunas, com 6,8% do total da população indígena brasileira, formam a maior comunidade nativa,  segundo os dados do IBGE de 2010.

            E dos 900 mil índios brasileiros, apenas cerca de 42 mil vivem no Estado de São Paulo, representando menos de 0,1% da população de paulistas e, desse total, 38 mil vivem em cidades. Esses dados são do Censo 2010, do IBGE. Segundo a FUNAI, em São Paulo há 21 áreas indígenas declaradas, delimitadas ou regularizadas e outras 10 em estudo.

Se você pensa que os índios que moram em cidades vivem necessariamente em tribos, está enganado. Segundo o jornal Brasil de Fato, de 27/12/2010, só os pankararu, etnia originária de Pernambuco, somavam 1.600 pessoas na cidade de São Paulo, a maior parte residindo na favela Real Parque, no Morumbi. A história desse povo coincide com a do retirante nordestino que vinha para São Paulo nos anos 1950 em busca de oportunidades. Segundo o escritor Marcelo Rubens Paiva, em texto publicado no jornal Folha de São Paulo, sob o título “Elo Perdido”, os pankararus vieram para trabalhar na construção civil, inclusive na do Estádio do Morumbi, próximo ao Palácio dos Bandeirantes, que, por azar da coincidência, é o nome dos grupos paulistas que, à época do Brasil Colônia, saiam em expedição para, dentre outras coisas, caçar índios para torná-los escravos.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, CEPAL, ainda estima que existam 200 povos indígenas em isolamento voluntário na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela. A FUNAI aponta 107 registros da presença de índios isolados em toda a Amazônia legal brasileira. Eles têm inúmeros motivos para permanecerem isolados, já que a convivência com o dito homem branco nunca foi harmoniosa.

O SPI – Serviço de Proteção ao Índio, órgão antecessor da FUNAI e que foi fundado em 1910, tinha por finalidade proteger os índios e implementar uma estratégia de ocupação territorial do Brasil. O SPI visou alterar a política adotada durante todo o período do Brasil Colônia e Império, bem como no início da República, de mera manutenção de aldeias indígenas e de catequese.

Mas a matança de índios continuou no início do Século passado, seja pela ocupação de suas terras pela expansão agrícola, seja pela expansão das estradas de ferro. E ainda perdura. Madeireiros, pecuaristas, latifundiários e mineradores são inimigos em potencial de muitos povos indígenas, utilizando o pretexto do progresso e da defesa nacional para entrar em terra originária de determinada etnia.

A Anistia Internacional aponta que as obras para os eventos Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil implicaram em remoções forçadas de muitos indígenas, da mesma forma que o fizeram muitas barragens. Segundo a referida organização, índios de Mato Grosso do Sul ainda sofrem intimidações e ameaças de morte com frequência pelos pistoleiros que cercam suas áreas. O mesmo ocorre no Norte e Nordeste, devido à expansão agrícola e de pecuária.

Ainda há muitas crianças indígenas assassinadas por disputa de terras. Um caso recente foi o da criança da etnia Awa-Guajá, de apenas oito anos, que foi queimada viva na área indígena em que morava, no Maranhão, por madeireiros.

E quem não se lembra do índio que foi queimado vivo por adolescentes de classe média alta em Brasília?

À época do “descobrimento”, estima-se que havia três milhões de índios espalhados pelo território nacional, segundo a FUNAI. É estimativa. Há pessoas que dizem que o número era maior, chegando a 5 milhões. O fato é que de lá para cá muitas etnias foram extintas e somente em 1991 o IBGE incluiu os indígenas no censo demográfico nacional.

O que não se tem dúvida é de que as diversas Nações Indígenas foram alvo de genocídio ao longo de nossa história. E ainda continuamos a permitir que se mate índio por disputa por terras. Não conseguimos perceber que com isso não estamos aniquilando apenas uma pessoa ou extinguindo um povo, mas sim matando a nossa nacionalidade, a nossa essência como País. Sem o elemento indígena, assim como o negro e o branco, perdemos a nossa brasilidade e nos tornamos um frankstein globalizado, sem rosto próprio que nos identifique.

Essa é a primeira parte do texto, de caráter geral e introdutório. Nas próximas, que pretendo escrever em breve, abordarei a questão indígena sob a ótica da legislação protetiva internacional e a dificuldade dos operadores do direito de conjugarem a legislação nacional com as tradições e a cultura próprias nos processos que envolvem crianças índias. Aguarde!

quarta-feira, 13 de julho de 2016

GUERRAS E MASSACRES ACOMPANHAM O HOMEM HÁ MILÊNIOS.


A humanidade passou por tantas guerras, tantas atrocidades e tanta mediocridade que perdeu o controle de quando o ser humano passou a adotar essa barbárie como modo de vida.

As guerras constam do Velho Testamento. São antigas e se perdem no tempo. Exércitos e Nações poderosos sucumbiram ao tempo e hoje já não existem mais.

Mesmo assim, alguns que têm sede de poder creem que as guerras garantirão o controle de territórios e riquezas naturais.

Até hoje vivenciamos perto de nós muitas guerras. Vemos bem próximos a guerra ao tráfico e o fluxo de refugiados, reflexo das guerras em continentes mais empobrecidos.

A primeira guerra – e não a mera briga ou agressão -  descoberta pela ciência data de dez mil anos, às margens do lago Turkana, entre o Quênia e a Etiópia, onde doze esqueletos foram estudados e catalogados. Os pesquisadores, baseados pelos artefatos encontrados, que indicam que não se tratava de meros caçadores, apontam que o grupo vencedor teria vindo de longe e agido premeditadamente para tomar posse do território pertencente às vítimas.

Milênios se passaram e o ser humano teima em amarrar as suas vítimas, queimá-las e praticar as mais horrendas práticas de tortura. Tudo para se equiparar ao Deus que julga respeitar.

O que o homem mais deseja com as guerras, de forma ainda mais acirrada que nas brigas, é o desejo do poder, de se sentir poderoso. Deus, Religiões e amores são meros pretextos que se sucumbem à vontade dos guerreiros se tornarem tão poderosos quanto o próprio Deus que juram respeitar.

Também por isso as guerras são sinônimo de contrassenso, palavra que se amolda com perfeição aos atos seguidos dos seres humanos.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

TÚNEL DO TEMPO DAS VIDAS

Se um túnel do tempo existisse, veríamos cada fim bem ao lado de cada começo, mas jamais haveria a inversão total. Jamais o que julgamos ser o fim poderia estar antes do início.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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