quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SACI PERERÊ FOI ENGOLIDO PELA GLOBALIZAÇÃO

Globalizaram nossas mentes e corações. Em breve tenderão a globalizar nossas almas e será o fim.
Quase nenhuma criança lembra das lendas brasileiras que inclui o Saci Pererê, personagem de Monteiro Lobato, dentre outros autores.
No entanto, as nossas crianças brasileiras sabem do dia das bruxas, globalizado pelos estadunidenses, e do dia em que se comemora tal coisa mais sem graça. Sem graça por não ter história, por não ter conteúdo e por não ter brasilidade.
Na semana que vem tem o texto do Saci Pererê e os Direitos Humanos aqui pra você.
 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O CAMINHO DE DAMASCO QUE SE AVIZINHA


Quarta Parte – SOLUÇÕES POSSÍVEIS

 

Viver em local atingido por uma guerra não é fácil. Refugiar-se também não é. Há uma vida a ser refeita.

As várias violações ao direito humanitário e as afrontas à própria Convenção de Genebra não têm sido suficientes a sensibilizar as Nações Unidas para a adoção de soluções eficazes tanto para por fim ao conflito, como para diminuir o drama dos civis envolvidos.

A primeira solução seria a pronta pacificação, a fim de salvar vidas. Permitir ataques aéreos ou estabelecer uma zona de exclusão aérea não é ação totalmente eficaz para por fim ao conflito se ao mesmo tempo não houver a efetiva proibição de financiamento a grupos privados que estejam lutando naquele país, inclusive com aplicação de sanções. Como o caso envolve interesses geopolíticos regionais muito claros, o que não tem sido aprofundado pela mídia, a solução definitiva vem sendo retardada em prol dos países secretamente envolvidos na questão.

A outra medida a ser adotada, que entendo ser mais urgente, é a amenização do drama dos que buscam refúgio ou que se encontram na zona de guerra, buscando-se impor a cada um dos países membros da ONU o recebimento de um percentual mínimo de refugiados, o que amenizaria tanto o drama do povo sírio, como também dos países que hoje acolhem números assustadores e assimétricos de refugiados, o que vem acarretando problemas sociais muito difíceis de serem resolvidos nos países de acolhida, como no caso do Líbano.

Uma medida que também deveria ser incentivada é a guarda ou a adoção à distância (apadrinhamento) de crianças e adolescentes em situação de refúgio, bem como a doação financeira e material a entidades que cuidam de refugiados ou de questões humanitárias, com a consequente possibilidade de dedução do imposto de renda, conforme a legislação local vier a definir.

Situação tão dramática e cruel como a que temos visto não pode autorizar a inércia dos países nem dos povos que se encontram em situação de maior segurança humanitária. Os exemplos vividos pela humanidade não nos dão direito ao silêncio e à inércia.

Esses dramas e a comoção geral permitem prever que um novo caminho de Damasco se avizinha, com a importante valorização das questões humanitárias e do efetivo implemento de ações que assegurem uma maior dignidade a cada uma das pessoas atingidas por atos de profunda desumanidade.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O DOLOROSO CAMINHO DE DAMASCO


                                                     Terceira Parte – AS VIOLAÇÕES

 

São muitas as violações sofridas pelos refugiados, seja no país de origem, seja onde se encontram esperando a solução de sua situação, seja no país de acolhida.

Na Síria, as minorias são perseguidas, principalmente pelos grupos radicais, como o Estado Islâmico.

O Estado Islâmico tem praticado verdadeiras barbaridades que nos remetem a um tempo sombrio de nossa história. Os gays são assassinados, normalmente jogados dos prédios.  As mulheres e crianças podem ser vendidas como escravas e daí serem prostituídas. Muitas crianças, órfãs ou que se perderam de suas famílias, vagam sozinhas pelo deserto. Os opositores e os ditos infiéis, ateus ou seguidores de outras religiões, como os yazidis ou que não se proponham a pagar um imposto de tolerância, normalmente são executados a tiros, mas podem ser degolados, crucificados, afogados ou queimados vivos. A tortura é frequente, assim como o uso de armas proibidas.

O governo sírio, por sua vez, estaria praticando tortura, prisões ilegais e utilizando armas proibidas. Mas, por outro lado, é esse governo que, ao lado dos curdos, tem garantido a sobrevida dos homossexuais e das minorias religiosas nos locais em que ainda mantém controle.

Os curdos são considerados heróis por alguns e terroristas por outros. Mas nem todos os grupos de curdos são iguais. Há os marxistas e também aqueles ligados à Turquia, Estados Unidos e Israel. Os que mais se envolvem na guerra, com armamentos antigos e também cedidos pelo governo sírio são os curdos do norte da Síria, com o apoio do PKK, partido marxista turco, ligado à defesa dos interesses da etnia curda. São esses que estão libertando a população do norte da Síria das mãos do Estado Islâmico e que, por outro lado, têm sofrido intenso bombardeio da Turquia em território iraquiano e sírio.

As crianças são as principais vítimas. Milhares tornam-se órfãs e perdem-se de suas famílias. Muitas são utilizadas como soldados pelas forças oposicionistas, onde se destaca o Estado Islâmico. Muitas são compelidas a trabalhar desde pequeninas, para poderem sobreviver. Milhares são escravizadas. Outras são obrigadas ou seduzidas a se prostituírem. Algumas casam-se ainda crianças, com menos de 9 anos, para deixarem de ser um encargo para a família. Muitas ficam em abrigos no meio da guerra, enquanto outras ficam em campos de refugiados. Nenhuma delas pode ser adotada porque na Síria o instituto da adoção não é reconhecido. E a obtenção da guarda não é algo fácil. Primeiro o pretenso guardião tem que manter contato com alguma instituição religiosa localizada na Síria, seja muçulmana ou cristã, para poder ter a guarda de criança da mesma religião que a sua. Depois, terá que ir à região, seja nos países circunvizinhos ou na própria Síria, que se encontra em uma sangrenta guerra civil.

As mulheres também sofrem numa região onde o machismo prevalece em plenos horrores da guerra. As que são cristãs são obrigadas a vestir trajes muçulmanos ao saírem em público nas regiões dominadas pelos grupos extremistas. Muitas são prostituídas ou escravizadas; outras, assassinadas. São, em síntese, resumidas a meros objetos.

  Os idosos com dificuldade para se locomover não recebem tanta atenção da mídia, mas são grandes vítimas, muitos abandonados até morrerem de fome e de sede.

Os deslocados internos sírios, que são aqueles que saíram de seu local de origem, mas permanecem na Síria, normalmente são pessoas de menor poder aquisitivo e que ainda continuam a correr sérios riscos, além de estarem sujeitos a passar fome e sede.

   E os refugiados que conseguiram fugir do conflito bélico e do país de origem, ainda têm que enfrentar a dificuldade em sobreviver. Alguns países os deixam segregados em campos, onde estarão ao lado se seus conterrâneos. Outros países, como o Brasil, de forma mais humana, o abrigam no seio social, porém, isso os obriga a se depararem com uma língua diversa e com costumes muito diferentes. Porém, será dessa forma que poderão se integrar à comunidade local e, se assim quiserem, permanecer no país.

Conseguir o status de refugiado não é tarefa fácil. Enquanto solicitam, muitos são tratados como animais, segregados em campos próprios. Outros têm mais sorte e são inseridos no meio social do país de acolhida. Mas a luta para isso não é fácil, como se viu.

 É um longo caminho a ser percorrido.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A ESPERANÇA NO CAMINHO DE DAMASCO

 
 
                                           Segunda Parte – O REFÚGIO E A BUROCRACIA

 

Segundo a revista Caros Amigos, edição de julho, a Alemanha seria o país que receberia o maior destino de refugiados na Europa, seguida pela França e Espanha.

Mas não são os europeus os que mais recebem os refugiados sírios.

O país que mais acolhe os refugiados sírios no mundo, hoje, é a Turquia, com mais de 1,8 milhão de refugiados daquela nacionalidade. Porém, o Líbano, com uma população inferior a 5 milhões de habitantes, abriga mais de 1,2 milhão de sírios, o equivalente ao impressionante percentual de 25% de sua população. O Egito, a Jordânia e o Iraque abrigam, juntos, quase um milhão de refugiados da Síria. Porém, quase todos eles ficam em campos para refugiados, distantes da população civil do país e da necessária integração local. Os sírios e os palestinos recebidos por aqueles países passam frio e fome e necessitam do apoio de instituições como o ACNUR ou ONGs voltadas a questões humanitárias.

Na América Latina, o Brasil lidera o acolhimento dos sírios, com mais de 1.600 refugiados dessa nacionalidade, grande parte em São Paulo, mas é um número ínfimo se comparado à sua população de mais de 200 milhões de habitantes.

Mesmo aparentando ser pouca coisa, há que se confirmar tratar-se de uma pequena evolução. Desde 2013 o governo brasileiro desburocratizou a emissão de vistos para cidadãos sírios e demais estrangeiros afetados por guerras. Segundo o ACNUR, quase a totalidade dos pedidos de refúgio por sírios é deferida e, hoje, os sírios passaram a constituir o maior grupo de refugiados no Brasil.

Embora a postura do governo brasileiro seja mais liberal do que era anos atrás, os sírios, assim como outros refugiados, têm sofrido muito já em solo considerado seguro, pois não basta estar em solo livre de guerras e perseguições. É preciso sobreviver. E para isso há a necessidade de obtenção de emprego, para que seja propiciada renda para a locação de um alojamento, para a aquisição de roupas adequadas e também de comida, pelo menos.

O primeiro contratempo é a grande demanda de solicitações de refúgio. Essa grande procura, inédita até então no Brasil, tem levado a Polícia Federal a demorar meses para efetuar o atendimento inicial. Lembre-se que somente após ser apresentada a solicitação é que será expedida a carteira provisória que servirá de autorização, inclusive para buscar trabalho. Porém, o fato de ser estrangeiro e não falar o português são grandes empecilhos, e o refugiado acaba se socorrendo a conhecidos ou a membros da comunidade ou a instituições de caridade para poder sobreviver.

O caos na vida do solicitante de refúgio foi apenas dirimido. Nada ainda lhe foi assegurado.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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