Existia o chamado vazio, que jamais foi vazio, e era repleto de almas que viviam um mundo mental.
A expressão da linguagem era o Amor e o Criador era sentido por todos.
Àquela época já existia energia, que criava e permitia a existência de cada Alma. A realidade era sem limites, o que nos lembra os sonhos mais malucos e gostosos.
O físico não existia e o que se sentia era a energia vibratória de cada Alma. Os encontros, que redundavam em espécie de sonhos, era quase um treino de filosofia, diga-se assim.
Não existia maldade nem sentimento de posse ou luta pelo poder. Tudo o que acontecia era para o bem coletivo. Não existia a matéria e sequer a ideia de possuir. Era tudo imaginação.
O Criador não impunha nada, apenas sentia. Não existia hierarquia na forma que conhecemos. Era tudo natural, sem peso, dor ou vergonha.
A energia acumulada por cada Alma era inimaginável, de tão grande.
Não sei o motivo, mas uma porção das Almas, após condensar energia, sofreu um processo de implosão atômica e se expandiu rapidamente e de forma continuada sem parar. A energia intensa gerou gás que permeou todo o Universo criado, posteriormente havendo a solidificação de partículas e, mais tarde, algumas liquefazendo-se. Criaram-se planetas, estrelas, galáxias. Nessa escala, alguns desses planetas deram origem a alguns tipos de vidas minúsculas, como bactérias. Em alguns planetas, as condições permitiram que as bactérias evoluissem até se transformarem, ao longo do tempo, em outras formas de vida material. O que era ideia e sonho verbalizou-se.
Todos os seres materiais carregavam uma espécie de centelha divina do Deus dos Céus, oriunda da energia já existente antes da "explosão". Bactérias tinham uma espécie, assim como moluscos, aves, animais, plantas, peixes, minerais, mares, ar, montanhas.
Mas o mundo, antes do Caos, continuava a existir e muitos deram a ele o nome de Céus, esse local que, para muitos, hoje, seria quase imaginário.
Aí alguns religiosos dizem que o Deus de Cristo era diferente do Deus que criou os mundos e os homens.
O Primeiro era Amor concentrado. O Deus de Buda e de Jesus. O segundo sentiu o poder da energia e começou a sentir sua força e o poder que ela acarretava, e essa aura energética impregnou os seres. Esse outro era o Deus do Velho Testamento, à imagem (personalidade) dos humanos, vingativo, explosivo, soberbo, vaidoso, cruel e que teatralizava as ações
Os Mandeus explicam que o Primeiro é o verdadeiro Deus. O Segundo, ao contrário, ao criar os mundos e o mundo material, teria propiciado o próprio surgimento e a existência e permanência do mal.
Talvez o mal não tenha propriamente sido criado, mas se manifestado no contraste do mundo puro e espiritual com a decorrente sedução da matéria e a possibilidade de sua exploração, em seus vários sentidos.