A nossa imprensa é subserviente aos interesses do império, um pouco por preguiça, um pouco por burrice e um pouco por má fé.
A mídia reproduz tudo o que as agências de notícias ocidentais propalam aos ventos, sendo que as grandes agências de notícias são todas elas ocidentais (no sentido de serem de doutrinação estadunidense). Poucas são as agências de médio porte que tenham uma abordagem diferenciada. A AlJazeera e a Russian TV (Ruptly) abordam de forma um pouco diferenciada algumas questões. Aquela (AlJazeera) quando se trata de questões do chamado Oriente Médio e África, e essa (Ruptly), no geral, menos nos costumes, onde é conservadora.
Antigamente, os chamados órgãos de imprensa ainda faziam coberturas internacionais um pouco menos subservientes, com correspondentes locais e certas críticas pontuais, mas hoje com a crise na mídia, isso se tornou artigo de luxo.
Por isso, o leitor, o ouvinte e o espectador devem buscar fontes alternativas e daí extrair o que pode, ou não, ser acreditado. Além do mais, tem que ter visão crítica do mundo, senão será alvo fácil de massa de manobra e de massificação, o que essas grandes agências costumeiramente fazem.
Quando a mídia brasileira chama Maduro de ditador (enquanto os líderes do Egito, Arábia Saudita e Ucrânia são chamados de presidentes e o da Arábia de Rei), já evidencia sua subserviência, ou por preguiça, ou por burrice ou por má fé.
E é subserviente quando diz que Maduro não cumpre o que Trump determinou (como se este tivesse autoridade legal para mandar em outros líderes mundiais), quando trata o roubo do navio carregando petróleo de apreensão, quando não chama os bombardeios a barcos civis em alto mar pelas forças estadunidenses de assassinato, quando diz que a invasão terrestre para o combate ao narcotráfico está prestes a ocorrer, evidencia sua má fé, sua preguiça ou burrice.
As agências internacionais e a mídia nacional, por tabela, muitas vezes repetem exatamente o que a inteligência estadunidense plantou, visando destruir a imagem de um político ou liderança ou até de um país.
Não se esqueça do que a grande mídia fez, às cegas, na Lava Jato, sem criticidade alguma e assumindo papel partidário.
Para quem acha que a Lava Jato não foi operação orquestrada pelo governo estadunidense, sugiro lembrar das escutas ilegais havidas da Presidente Dilma e dos diretores da Petrobrás, meses antes, por agências de inteligência estadunidenses, bem como das articulações seguidas e frequente, por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, com autoridades estadunidenses, em claro desrespeito à legislação nacional.
A mídia deveria servir para ser o estopim da criticidade e da inteligência, jamais da massificação e subserviência.
