Nascemos e já damos um choro. Nossa primeira recepção na vida não é lá a mais cordial. Poderia ser um colo, mas não é. Muitas vezes é um tapa ou um forte puxão do cordão umbilical.
A sociedade nos aprisiona em jaulas morais e criativas, criando rótulos e delimitando comportamentos e personalidades, além de pensamentos. Além dos dez Mandamentos que teriam sido recebidos por Moises, a sociedade nos impõe centenas de outros, o que nos afasta de nossos instintos primitivos de descobertas, inclusive da Espiritualidade.
Os que têm problemas cognitivos e distúrbios são rotulados cientificamente, mas pouca atenção lhes é dada.
A sociedade, tão limitadora e castradora, desumaniza o indivíduo, criando um ser ideal patético, pasteurizado. As diferenças, essenciais para o crescimento evolutivo da humanidade, não são aproveitadas, mas objeto de escárnio público.
O indivíduo frágil sob qualquer aspecto, que se submete aos ditames da sociedade, mas sofre por ela, tem à sua frente a jaula moral reforçada como um inferno mental que o faz sofrer diuturnamente.
O ser que se liberta dessa jaula está livre para ser o que quiser.
Quando a outra jaula é física, e não mental, o ser que está lá ou é um bicho que serve ao deleite humano, um escravizado da natureza pelo homem, sem direito a território e suas próprias regras, ou um humano preso por castigo, pois caráter de ressocialização obviamente não há em qualquer jaula materializada.
Mas há os que invadem a jaula alheia, seja por surto, seja por revolta. A esses a condenação é a regra. Poucos tentarão compreender cada um, sua individualidade e suas dores. Os seres humanos são, portanto, meros objetos de outros seres humanos, escravos de todas as ordens, física e mental.
Poderia falar sobre os males que a inteligência artificial fará ao humano, aprisionando-o aos pensamentos de poucos, mas essa é outra jaula, a dos limites mentais.