Os Estados Unidos estão desesperados ao
se depararem com o crescimento econômico chinês e também russo. Enquanto o
crescimento da China ameaça a liderança americana, o crescimento russo, em meio
à guerra e sob as maiores sanções já aplicadas por Washington, demonstra a
ineficácia parcial dessas medidas severas e cruéis, que continuam a atingir, em
menor grau que a Rússia, Irã, Síria, Cuba, Venezuela, Coreia do Norte e a
própria China, dentre outros países.
O poderio bélico dos Estados Unidos não
tem diminuído, mas os de outros países, como Índia, China, Rússia e Irã tem
aumentado, ameaçando a longa hegemonia militar americana.
Hoje, a frota da marinha de guerra da
China já supera a dos Estados Unidos, embora este último mantenha a liderança
em porta-aviões, com 13, enquanto a China tem apenas 3 e a Rússia 1.
A China aposta em porta-aviões para
garantir a navegação no mar da China, sem pretensões fora da sua área de
influência, enquanto a Rússia aposta em submarinos para superar a capacidade
dos Estados Unidos no mar.
A guerra da Ucrânia, com o fracasso da
política beligerante dos Estados Unidos e dos países membros da OTAN –
Organização do Tratado do Atlântico Norte, perante a Rússia, evidencia que o
poder militar dos Estados Unidos, hoje, embora continue gigantesco, já não é o
mesmo daquele dos anos 1980.
Por outro lado, os Estados Unidos
continuam gastando muito com a Ucrânia e Israel, em meio a essas guerras
regionais, diminuindo a sua capacidade de financiar o seu próprio poder bélico.
Os Estados Unidos gastam por ano, com o
financiamento militar a Israel, 15% do seu orçamento de defesa, segundo o site
Axios.
Segundo a Axios, desde a fundação de
Israel, os Estados Unidos já doaram (a fundo perdido, e não emprestaram) mais
de 130 bilhões de dólares a Israel.
O Comitê Judaico Americano, diz que os
Estados Unidos ajudam militarmente mais de 100 países, mas doam anualmente – a fundo
perdido – e não emprestam - US$ 12,5 bilhões a Israel e que, agora, em meio à
guerra, fizeram a doação extra de mais de US$ 14 bilhões de ajuda militar.
Tudo isso é muito dinheiro, mas não é
só isso que afeta a capacidade de crescimento militar dos Estados Unidos.
Dispor tantas bases no Oriente Médio,
enviar frotas de porta-aviões e navios auxiliares, aviões e militares, além de
todo o complexo de inteligência militar e civil para ajudar Israel, representa um
gasto diário muito grande, enquanto o potencial da economia dos Estados Unidos
diminui em relação à da China.
Por outro lado, desde 1980 os Estados
Unidos estão perdendo a sua capacidade de produção de navios e armamentos,
muito em razão do neoliberalismo promovido pelo governo Reagan, enquanto a
Rússia, também capitalista, continua a garantir a produção para garantir a
defesa nacional, como explica em seus vídeos o analista militar Robinson
Farinazzo, do Canal Arte da Guerra.
Mesmo na produção de insumos militares,
os Estados Unidos têm, hoje, capacidade inferior à da Rússia e da China.
Os Estados Unidos têm diversos aliados importantes na região do chamado Oriente Médio, como Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Jordânia, além da Turquia, que tornam o Estado de Israel não essencial ou vital para os interesses dos Estados Unidos na região.
Se os países islâmicos citados mantêm relações comerciais com a China, Israel também o faz, não sendo necessariamente uma extensão dos Estados Unidos na região, mas mais um país aliado. A diferença é que o lobby sionista é muito forte nos setores financeiro, produtivo e politico dos Estados Unidos
Nesse contexto, pode-se concluir que Israel, que suga grande parte do orçamento militar estadunidense e que não é tão essencial quanto o que se apregoa, está ajudando a enfraquecer
militarmente os Estados Unidos e a sua hegemonia, que também sofre abalos na
economia.
Daí as perguntas a seguir. Diante desta realidade, até quando os analistas de segurança militar dos Estados Unidos recomendarão ajudar Israel? Mais. Mesmo sob pressão do grande lobby sionista (que não se confunde com a religião judaica) e também cristão-sionista das Igrejas neopentecostais, até quando interessará às lideranças políticas dos Estados Unidos ajudarem militar e economicamente Israel? Mais. Netanyahu já teria avaliado tal questão e por isso está gastando tudo o que tem e o que não tem contra os palestinos e a resistência do Hezbollah? Tais possibilidades poderiam fazer com que o governo terrorista e extremista de Netanyahu enpregasse armamentos atômicos em suas guerras?