Mas como o tema aborto está sendo tratado de forma simplista demais, vou dar o meu pitaco, mesmo não sendo especialista.
Penso que ninguém pode ser favorável ao aborto, assim como não é dado a ninguém o direito de impor à mulher um sofrimento e tortura de ordens psicológica.
Carregar um feto que não deseja não deve ser fácil a uma mulher que engravidou contra a vontade.
O efeito de uma gravidez indesejada, que perdura por volta de 9 meses, pode acarretar sérios efeitos trágicos de ordem psicológica e também espiritual à mulher e ao próprio feto. Por isso, a questão do aborto deve levar em consideração não apenas aspectos religiosos, mas também, e principalmente, a questão humana, seja do feto, seja da mulher, esta que há anos deixou de ser objeto de direitos para passar a dispor autônoma e livremente sobre suas vontades, sua saúde, sua vida e o seu corpo.
O tratamento da questão do aborto não pode ser dar de forma radical e intolerante, baseada em ideologias, seja ela qual for, pois estamos tratando de vidas, de um lado a do feto e do outro da mulher.
A questão é deveras sensível e radicalismo algum é capaz de por fim ao sofrimento, ao mesmo tempo, do feto e da mulher.
A decisão radical, certamente, não é ponderada e por isso está mais próxima da injustiça e de produzir e reverberar o mal às vidas envolvidas nessa triste e real questão.