Há um país em especial ao qual devemos prestar muita atenção.
Não é uma potência nuclear ou militar, mas turística e que tem uma enorme população, de 280 milhões de
habitantes, superior à do Brasil, e que só perde para a Índia, China e Estados
Unidos.
O país possui a maior
economia de todo o sudeste asiático, ocupando a posição de 16ª de maior
economia global e a sétima em paridade do poder de compra.
Estamos falando de um país famoso pelas catástrofes naturais,
como vulcanismo e terremotos, paraíso dos amantes da prática de mergulho, que
foi colonizado pelos holandeses, que já foi considerado um dos mais pobres da
região e que é formado pelo conjunto de mais de 17.500 ilhas, o maior
arquipélago do planeta, e que se situa próximo das Filipinas, do Vietnã e da
Austrália e que possui a maior população
islâmica de todo o globo.
Embora seja um arquipélago, o país possui fronteiras
terrestres com a Malásia (na ilha
de Bornéu, com oTimor-Leste e Papua-Nova Guiné.
Suas fronteiras marítimas são com as Filipinas, a Malásia, Singapura, Palau, Austrália e com a Índia.
O tema do dia é a Indonésia.
Embora muitos pensem que a Indonésia seja uma monarquia, na verdade é uma república, com eleição presidencial direta e que tem como capital a populosa cidade de Sucarta (Jacarta), localizada na ilha de Java. Além desta, Sumatra, Bornéu e Nova Guiné são as principais ilhas do arquipélago, que somam 1 904 569 km², tornando a Indonésia a 16ª maior nação em extensão do planeta.
A Indonésia é o segundo país mais rico em biodiversidade, perdendo
apenas para o Brasil. E por falar em diversidade, o país possui mais de 300
grupos étnicos e mais de 740 dialetos linguísticos, que vivem em relativa
harmonia.
É um dos países fundadores da Associação de Nações do Sudeste Asiático,
da Cúpula do Leste Asiático e membro do G20.
Foi um dos fundadores do Movimento Não Alinhado que reúne 120 países, em
1961, ao lado dos nacionalistas
Tito, da então Iugoslávia, Nehru, da
Índia, e do pan-arabista Abdel Nasser, do Egito.
A importância da Indonésia para a economia mundial não data de hoje. Já
nos séculos VI e VII Antes de Cristo já comercializava com a China e a Índia.
Estudos apontam que barcos indonésios faziam comércio com a África já no século
I da Era Cristã.
O país já abrigou grandes reinos hindus e budistas e os árabes, a partir
do Século XII, que devido ao comércio, levaram às ilhas o islamismo, que hoje é
predominante, com 87,2% da população. Os colonizadores holandeses, por sua vez,
disseminaram o cristianismo, que hoje tem 9% da população.
Os primeiros europeus a chegarem às ilhas indonésias foram os
portugueses, em 1511, que cobiçavam o comércio das especiarias.
Os colonizadores holandeses, que chegaram no século XVII, a chamavam de
arquipélago malaio e de índias orientais holandesas. A partir do século XX o
nome Indonésia se popularizou com o uso pelos nacionalistas que lutavam pela independência.
Na segunda guerra mundial, as ilhas foram ocupadas pelos japoneses e em
seguida teve início à guerra pela independência, que foi alcançada apenas em
1949.
Em 1965,
em uma luta interna apoiada pelos Estados Unidos, que ocasionou a morte de 500
mil indonésios, Suharto tomou o poder e se tornou ditador, governando até 1998.
Em 1975, e contando com o apoio dos Estados Unidos, Suharto invadiu a colônia
portuguesa de Timor Leste, ocasionando a morte de mais de 100 mil timorenses. O
Timor se tornou independente apenas em 2002.
A
Indonésia é grande exportadora de gás natural e de carvão e rica em níquel, ouro,
estanho e bauxita.
O país é
bem industrializado e o setor responde por 46,4% do PIB. É grande produtora de
aço, de veículos e de calçados. O setor agrícola é forte e historicamente importante.
O maior
parceiro comercial da Indonésia, quanto à importação e exportação, é a China,
com a qual o país tem acordo de livre comércio.
Há
tratativas para acordos comerciais entre o Mercosul e a Indonésia. E a Indonésia
é um dos países mais cotados para ingressar brevemente no BRICS.
A
Indonésia é, hoje, um importante operador das aeronaves Super Tucano, da
Embraer. O Brasil exporta cerca de US$ 2 bilhões, principalmente em rações
animais, açúcares, algodão e cereais, e importa próximo de US$ 1,8 bilhão em
óleos vegetais, eletroeletrônicos, veículos e borracha. Toyota e Honda são
algumas das montadoras que trazem peças e veículos da Indonésia para o Brasil.
Desde 2017,
a Indonésia e o Brasil mantêm um Acordo sobre Cooperação em Defesa.
Há uma consensualidade e interesse mútuo entre Brasil e Indonésia no que pertine a parcerias e contatos nas áreas de tecnologia ligadas à questão agrícola e de manejo de recursos florestais e em um estreitamento de laços comerciais.
Ao Brasil e à Indonésia é vantajoso ter um parceiro de grande potencial de
crescimento. E através da Indonésia o Brasil pode expandir toda a sua
influência de soft power ao sudeste asiático e até à Oceania.