A VAMOS TV chama-se tevê porque nunca pretendeu produzir um único tipo de conteúdo, mas apresentar uma programação variada.
Mas isso não é nada bom em uma plataforma do tipo YouTube. E olha que eu demorei mais de 5 anos para perceber isso.
Desde 2019 a VAMOS TV está no ar (no YouTube) e somente este ano é que conseguiu alcançar a marca de mais de mil inscritos, mesmo já tendo produzido mais de 1.500 vídeos, muitos deles (modéstia à parte) interessantíssimos e que você não vê em outros lugares aqui no YouTube em língua portuguesa.
Foram produções sobre o reino animal, sobre o universo, sobre povos originários, sobre refugiados, sobre direitos humanos, sobre Espiritualidade, sobre direito, sobre saúde, sobre trabalho, sobre política, sobre cinema, sobre geopolítica, programas musicais, programas infantis, dicas diversas, documentários, filmes e notícias. Ou seja, a pretensão era alcançar um público diverso, como ainda penso que é o correto.
Mas público diverso não funciona bem na plataforma YouTube. Nessa plataforma há uma segmentação.
Você pode fazer sucesso falando sobre um assunto específico, como ciência, literatura, cinema, jornalismo e até política. O público se torna fiel, se inscreve, curte e comenta. Mas se variar a programação, pouca gente acompanhará efetivamente o canal. Sim, esse é o diferencial e o problema da VAMOS TV.
Mas você acha que vou mudar isso? Não. Talvez, com o tempo, migre para outra plataforma. E por qual motivo não vou mudar isso? Por que penso que somente com a variação de conteúdo é que se cria uma sociedade com visão ampla e realmente humanista.
A segmentação do público, segundo o que penso, enraiza as pessoas em grupos que pensam igualmente, radicalizando a visão de mundo, inclusive.
O avanço da extrema direita é culpa do YouTube e de outras plataformas? Penso que essas mídias sociais ajudaram no agrupamento de pessoas com uma mesma visão e também na segregação daqueles que pensam diferentemente, ou seja, na radicalização da sociedade. E o radicalismo cresce muito rápido no ocidente, o mesmo que utiliza o YouTube e outras plataformas de mídias sociais. Vide o avanço da extrema direita nos Estados Unidos, na América Latina e até na Europa!
Porém, penso que, com todos os males produzidos, há coisa boa no YouTube e é um meio de se alcançar um público, ainda que restrito, ainda aberto à pluralidade de assuntos, de conteúdo e de visões de mundo.
A VAMOS TV mudar para VAMOS não soa bem para o meu ouvido nem para a minha alma.
A VAMOS TV tem um papel a cumprir, ainda que diminuto, o de levar humanismo em sua programação e em suas análises.