CRIMEIA
Crimeia é uma área de 26
mil quilômetros quadrados disputada pela Rússia e Ucrânia. Mas você sabe a
história da Crimeia? Vamos contar aqui bem resumidamente para você.
Crimeia, segundo a língua tártara, significa minha
estepe. Já na antiguidade, devido aos seus habitantes de então, os tauros, era
chamada de península táurica pelos gregos.
Há três línguas oficiais, o ucraniano, o russo e o
tártaro da Crimeia.
A península da Crimeia, como é chamada, situa-se ao norte do mar Negro, cercada pelo mar de
Azov ao nordeste, entre a Ucrânia e a Rússia.
Ela já foi chamada de península
Táurica pelos Gregos, que colonizaram o sul da Península, mas por lá também
passaram os persas, os romanos, os bizantinos, os godos, os hunos, os cazares,
os mongóis e os otomanos, dentre outros.
A Crimeia como a conhecemos surgiu durante o período
Otomano, entre os séculos XV e XVIII. Em 1783, após uma série de batalhas,
foi anexada pelo Império Russo e tornou-se república autônoma após a criação da
União Soviética, até a Segunda Guerra Mundial. Em 1954, passou a integrar, a República
da Ucrânia, por decisão do líder soviético Nikita Khrushchev. Em 1991, com o fim da União
Soviética, tornou-se república autônoma dentro da Ucrânia. Porém, a capital,
Sevastopol, desde 1997 abriga a base da Frota do Mar Negro da
Rússia.
Muito pouco se fala a
respeito, mas a Crimeia, que sempre teve uma importante população de origem
tártara, de origem turca e muçulmana, quase se tornou uma República Judaica.
Em 1924, a
organização judaica internacional “American Jewish Joint
Agricultural Corporation”, com o apoio do governo soviético, reassentou cerca
de 70 mil judeus como agricultores na Ucrânia e Crimeia.
Somente a organização
teria enviado 16 milhões de dólares para o fornecimento de máquinas agrícolas, pecuária
e equipamento para os agricultores judeus até 1939.
A previsão era
realocar cerca de 700 mil camponeses judeus de toda a União Soviética para a
República da Crimeia. Porém, do total previsto apenas 48 mil judeus teriam sido
reassentados na Crimeia e, desses, apenas 18 mil trabalhavam efetivamente no
campo.
O fato da assistência
ser dada apenas a um grupo étnico, causou desagrado entre o restante da
população e preocupação no governo da União Soviética.
Durante a segunda guerra mundial, ela foi ocupada pelos
nazistas, que contaram com o apoio de grupos de origem tártara. Os judeus foram
expulsos pelos nazistas e os que resistiram ou não conseguiram fugir acabaram
mortos.
Com a reocupação soviética em 1944, por decisão de
Stalin, houve a deportação à força dos tártaros, salvo daqueles que lutaram
pelo exército vermelho, sob a alegação de que eles teriam colaborado com as
forças nazistas. Estima-se que metade da população tártara tenha morrido por
fome e também em razão de doenças durante a saída forçada.
Há muitos relatos de que os Estados Unidos, à época,
exigiram dos Soviéticos, para que a ajuda econômica continuasse, que a Crimeia
fosse destinada a imigrantes judeus.
Após a guerra, a Crimeia tornou-se um importante destino
turístico.
Em 2014, com o golpe contra o presidente Ucraniano
pró-russo, separatistas pró russos e militares da Rússia invadiram prédios
estatais e exigiram a realização de um referendo, quando se decidiu pela reunificação
com a Federação Russa, reconhecida por cerca de 10 países.
Hoje, a maior parte de sua população é de origem russa (quase
60%), havendo cerca de 25% de origem ucraniana; os tártaros, que chegaram a
somar 35%, compõem apenas 0,5% da população, enquanto os judeus somam 0,2%.