Há dois Países que dizem serem as maiores democracias. Um, os Estados Unidos, se vangloriam em afirmar que constituem a maior democracia do mundo, e outro, Israel, diz ser a maior democracia no Oriente Médio.
Mas serão realmente países democráticos?
Vamos abstrair o que dizem os jornais e vamos pensar por nós mesmos. Preparados? Vamos lá, então!
Nos Estados Unidos, o voto popular não é decisivo. Quem decide, de fato, são os chamados delegados dos colégios eleitorais. Além disso, esse sistema, na prática, impede a vitória de algum candidato não pertencente aos partidos Democrata e Republicano, o que reduz, e muito, a representatividade e o peso do voto do eleitor.
Nos Estados Unidos, manifestações pró-palestina são reprimidas e os participantes presos. Se você for analista de geopolítica e crítico do governo também poderá ser detido e impedido de viajar, sem mandado judicial ou caracterização de flagrante, como ocorreu com o ex- fuzileiro naval e ex-analista da CIA Scott Ritter. Até mesmo um aplicativo de vídeos pode ser impedido de funcionar no país, por vontade política dos membros do Congresso e do Poder Executivo, contrariando Emendas Constitucionais.
Nos Estados Unidos, ainda, o neoliberalismo doentio impede a recuperação de pessoas dependentes de entorpecentes e também as em situação de rua, assim como impede o tratamento gratuito de doenças e até o socorro por ambulância. Se você for estadunidense e estiver doente e desempregado, os seus dias de vida estarão contados e o governo de lá nada fará por você.
Será que isso realmente caracteriza democracia? Não serão os Estados Unidos um país voltado tão somente a uma elite? A uma elite financeira, a uma elite detentora dos sistemas de comunicação e a uma elite que recebe vultosos investimentos do governo para produzir equipamentos de guerra? E, ainda, sob permanente e intensa pressão política do poderoso lobby dos interesses israelenses-sionistas.
Israel também seria uma democracia como apregoa aos quatro ventos? Primeiro que surgiu em 1948, e até antes de sua fundação, expulsando ou matando a população palestina local. O exército israelense foi formado por milícias que atuavam, desde o início do século XX, como organizações terroristas contra a população civil palestina. Será que lá toda a população tem os mesmos direitos? A resposta é não! Se você for israelense judeu terá mais direitos que um israelense não judeu, como ocorre com os árabes-israelenses. E os palestinos sob ocupação? Esses, então, não terão direito algum e estarão sujeitos a permanentes visitas de policiais, do exército e de colonos, sem mandados judiciais, inclusive, e a check-points nos percursos entre cidades da Cisjordânia, e ainda poderão ser assassinados sem motivo algum. Lá é possível a prisão por tempo indeterminado, sem que haja mandado ou a abertura de um processo judicial. Lá também não existe uma Constituição, a base legislativa de qualquer país. Netanyahu, ainda, luta para diminuir os poderes da Suprema Corte do país, para reinar absoluto. O Estado armado até os dentes está permanentemente em guerra contra os palestinos. A guerra de Gaza, ademais, evidenciou o que é o sionismo extremado, que visa ao extermínio do povo palestino, que não tem para onde fugir. Seria Israel uma democracia?
Por outro lado, o ocidente chama os países com uma democracia ao estilo próprio não ocidental de ditaduras, como forma de manipular a opinião pública contra os países que pretende declarar inimigos do povo estadunidense.
O tempo foi capaz de desmascarar tais países e, hoje, estão decadentes, como as demais potências ocidentais, dando espaço ao surgimento de um mundo multipolar, onde o destaque será a Palestina, como mostrarei em um texto a ser publicado mais à frente.
A Palestina representa a luta contra a opressão, contra o colonialismo e o imperialismo, e a vitória dela representa a crescente vitória de todo o sul global historicamente reprimido e explorado pelas potências ocidentais.
A Palestina liberta significa, em outras palavras, a liberdade possível de todos os países subjugados e explorados ao longo da história. A libertação da Palestina e o seu reconhecimento oficial como Estado-Nação na ONU, com pleno direito de participação e voto, como pretendeu a ONU ainda em 1947, e que nunca foi implementado por bloqueio dos Estados Unidos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, será a aniquilação final do maior império que o mundo já viu e do imperialismo na história da humanidade.
Os Estados Unidos continuarão a exercer influência e a ter poder no Mundo Multipolar, mas não poderes de natureza imperial como ainda tem. O poder geopolítico estará repartido entre várias nações, dentre elas a China e a Rússia. Só o tempo evidenciará quais serão as outras Nações que terão influência. A pequena e frágil Palestina tem e exerce, desde já, a enorme influência simbólica neste novo mundo geopolítico em formação! Daí a sua importância, ainda que muitos não percebam. É a luta do "status quo", do colonialismo e imperialismo ocidentais centenários, contra uma nova ordem possível.