Para se criar um Estado sionista, onde se garanta direitos a uma única etnia e religião, necessariamente os que não se incluem nesse rol. serão discriminados, em uma espécie de apartheid, como ocorre hoje, não só para os palestinos em si, mas para as minorias não judaicas, ainda que possuam a nacionalidade israelense, como no caso dos árabes-israelenses. Esses, em especial, são tratados como cidadãos de segunda classe, com menos direitos.
Em se tratando de um território já ocupado há tempos por outro povo e outras religiões, o Estado Sionista, para ser implantado, teria necessariamente que praticar a expulsão ou o genocídio.
Será que a ONU refletiu sobre essas questões ao propor a criação de dois estados, ainda em 1947?
O genocídio vem sendo praticado antes mesmo da criação do Estado de Israel, onde grupos terroristas judaicos ou expulsavam palestinos de suas vilas ou, na recusa desses, os fuzilavam.
Com a tomada de terra de palestinos por colonos judeus e pelo próprio Estado de Israel, além das guerras, Israel foi crescendo e diminuiu os territórios palestinos a pouco mais de 10% da área original. O mundo se cala quanto ao roubo de terras, de casas e de histórias de vida!
Mas os crimes de Netanyahu e do sionismo radical não param aí.
Palestinos são presos administrativamente e permanecem na prisão sem processo judicial algum, e por tempo indeterminado. Não bastasse esse absurdo que não tem nada de Nação democrática, organizações israelenses de direitos humanos alertam que palestinos são submetidos cotidianamente a maus tratos e a tortura, e até a abusos sexuais, nas prisões israelenses. São mais de 10 mil palestinos detidos, muitos deles crianças.
É um rol sem fim de crueldades, onde os palestinos são tratados como animais.
Hoje, criou-se outra forma de matar-se coletivamente palestinos, através da fome, proibindo que caminhões de assistência ingressem com alimentos na pequenina Faixa de Gaza. O genocídio contra os palestinos não é de hoje, mas as formas para a sua consumação se inovam: expulsão, assassinatos e guerras, prisões ilegais, fome...
Reparações seriam possíveis? Não sei, mas Justiça, sim, com a prisão de Netanyahu e seu gabinete extremista e fascista. A criação de um Estado palestino na área proposta pela ONU, em 1947, não seria uma reparação em si, mas a realização de uma Justiça, ainda que tardia, 75 anos depois da Resolução da ONU prevendo o Estado Nacional Palestino. Com isso, os palestinos estariam protegidos em seu país, contra abusos de direitos, contra torturas, contra o contínuo genocídio. Crianças poderiam crescer com esperança, em meio a uma família. Hoje, grande parte das crianças palestinas é de órfãs. Só em Gaza, desde o início do último conflito, mais de 19 mil crianças se tornaram órfãs. É um número assustador! E não é demais lembrar que as maiores vítimas desse conflito são mulheres e crianças.
A Palestina livre, com o seu Estado reconhecido por todas as Nações, e com a delimitação dada pela ONU em 1947, é a única saída para se alcançar a Justiça!