quarta-feira, 22 de maio de 2024

EXTREMA DIREITA MUNDIAL. MOVIMENTO WOKE. O XEQUE-MATE ESTRATÉGICO DA RÚSSIA

Vou tratar aqui de um tema polêmico, e muito.

Primeiramente, vou analisar o ressurgimento da extrema direita, que não é fenômeno apenas brasileiro. É mundial!

Esses extremistas dizem-se conservadores, mas não são necessariamente nacionalistas, ao menos no Brasil. Por aqui, a extrema direita consegue ser entreguista e submissa ao poder imperial. Aliás, não só aqui, mas na América Latina. Vide Equador, Argentina e El Salvador.

Na Europa, ao contrário, a extrema direita surge como defensora dos interesses nacionais, frente à submissão a organismos como OTAN e União Europeia, umbilicalmente ligadas aos Estados Unidos e, principalmente àquela, OTAN, organismo militar que está sob o comando direto dos estadunidenses.

Na Europa compreende-se o ressurgimento da extrema direita face à crise existencial do continente e às subsequentes crises econômicas. A Europa, hoje, não é mais composta por potências coloniais e imperialistas, mas de algumas poucas potências nucleares, sem tanta relevância no mundo multipolar que está se formando. Na mente de muitos europeus, a extrema direita seria capaz de recolocar a Europa em uma situação econômica favorável e ao velho "status quo" de potências dominantes.

Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, ao contrário, a extrema direita se fortalece como movimento reacionário à chamada ideologia woke, termo surgido nos Estados Unidos, e que diz respeito à defesa dos direitos das minorias e dos movimentos negro, LGBTQIA+ e outros. 

Porém, os líderes extremistas dos EUA são nacionalistas e preservam os interesses nacionais. No Brasil, os líderes pouco se importam com a defesa dos interesses brasileiros e preferem se ligar aos interesses da extrema direita mundial, como um todo, abstraindo qualquer defesa dos interesses geopolíticos, econômicos e culturais nacionais. Aqui, ao contrário de lá, a extrema direita visa aniquilar valores culturais centenários. São alvos o carnaval, o cinema, a dramaturgia televisiva, a literatura raiz, que absurdamente e fantasiosamente são ligadas a valores que a extrema direita julga serem "esquerdistas". A extrema direita brasileira apresenta o movimento woke como algo a ser combatido e eliminado. Ela se alimenta do conservadorismo do eleitorado brasileiro em relação a costumes, para existir e ganhar poder.

Sejam os europeus, os estadunidenses ou os latino-americanos, quaisquer um deles de extrema direita é considerado reacionário, já que se opõe às conquistas sociais e de direitos humanos de algumas (ou todas) as minorias. Os extremistas europeus, nesse aspecto, são menos combativos.

Do outro lado, os nacionalistas preocupados com questões sociais, que estranhamente se envergonham de se autointitularem de esquerda, dizem que a ideologia woke surgiu nos Estados Unidos para enfraquecer a luta raiz da esquerda. Será?

Não é como penso. A defesa dos direitos humanos, englobe os direitos que forem, deveria ser um movimento mundial, de todos, de direita e de esquerda, pois diz respeito à condição fundamental de vida. O resto pode ser discutido, mas o bem estar humano não deveria ser objeto de tanto questionamento. Porém, segundo o que penso, o radicalismo do movimento woke elevou a tensão e de forma oportunista a extrema direita deu as caras e acusa tal ideologia de ser contra os valores da dita "família".

A luta pelos direitos das minorias e também das maiorias sempre fez parte da razão de ser da esquerda. A luta pelos direitos civis, sociais, fundamentais, trabalhistas. A esquerda visa garantir a igualdade de direitos. Desta forma, a luta por direitos sociais se iguala à luta pelos direitos das minorias e maiorias por isonomia de tratamento, seja pelo Estado, incluindo a legislação e envolvendo as polícias, seja pela sociedade em geral.

O problema não é o movimento woke, que pode ser utilizado indevidamente pelos interesses imperialistas, como o faz com os direitos humanos, contra países que venha a denominar de inimigo, como já o fez com Cuba, Coreia do Norte, Irã, China etc. O problema é o mau uso pelo imperialismo e também, de forma oportunística, pela extrema direita.

Nessa divisão estranha de direita e esquerda há muita influência dos Estados Unidos e da Rússia.

A esquerda latino americana é fã da Rússia porque ela se contrapõe aos interesses imperialistas e colonialistas estadunidenses e europeus. E a extrema direita europeia é fã da Rússia pelo conservadorismo do governo russo e de sua oposição aos Estados Unidos, considerado o causador primaz da crise do nacionalismo europeu e da economia europeia. Nisso, o governo russo foi genial e consegue apoio de países governados por esquerdistas e nacionalistas na América Latina, África e Ásia e também por extremistas de direita na Europa e Ásia.

Os estadunidenses, ao contrário, angariam a simpatia da extrema direita latino-americana e da maioria dos países europeus, todos eles, independentemente do continente a que pertençam, neoliberais.

E, por mais que possa soar absurdo, há um respeito mútuo entre o governo direitista e nacionalista russo e a extrema direita estadunidense, representada por Trump.

Pelo o que entendo, com reflexo na guerra na Ucrânia, com a divisão mencionada acima, a Rússia está dando um xeque-mate estratégico nos Estados Unidos e nos países europeus vassalos ao imperialismo. A China pode afetar economicamente os Estados Unidos e a sua liderança mundial, mas a Rússia está fazendo com que os Estados Unidos ruam estruturalmente.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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