Muitas pessoas que acompanham a mídia hegemônica desconhecem a formação de uma nova ordem mundial, que está cada vez mais presente em todos os cantos do globo. Alguns sugerem que ela teve início com a guerra da Ucrânia, outro com o ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023. Outros dizem que ela ficou mais clara com o bombardeio iraniano a Israel. O fato é que as economias chinesa e indiana continuam a crescer muito e a Rússia, mesmo diante de tantas sanções econômicas, cresceu militar e economicamente.
Enquanto isso acontece, a França e os Estados Unidos têm perdido parcerias importantes na África, cedendo importante espaço à Rússia, como parceira militar e estrategista, e à China, como investidora e parceira econômica.
Ao mesmo tempo, a China fortalece a sua rede para escoar seus produtos, conhecida como Novas Rotas da Seda, que chegam a incluir a América do Sul e o Brasil.
Porém, a extrema direita mundial, que diz ser ligada a valores ocidentais, visando esconder os seus interesses claramente financeiros, se expande na Europa e nas Américas. É uma direita que se diz nacionalista, mas que na América Latina não tem nada de patriótica, sendo verdadeiramente entreguista. Vide o que os governos de direita fizeram em relação aos Estados Unidos, cedendo bases, empresas e até exploração de áreas sensíveis.
E é nesse panorama que os Estados Unidos e a Europa estão perdendo a hegemonia de antes, muito embora ainda detenham o perigoso poderio militar em uma área periférica como a América Latina.
Com o empobrecimento lento e gradual da Europa, o continente americano será uma preocupação cada vez maior dos Estados Unidos, que visam proteger o seu chamado quintal contra os interesses da Rússia e China, ao mesmo tempo em que se sente no direito de explorar toda a riqueza natural da região.
O Brasil, sufocado pela extrema direita e suas ações parlamentares, inclusive, têm muito a perder, justo em um momento em que poderia ampliar a sua influência e o seu poderio militar. É momento do Brasil investir em indústrias de tecnologia, incluindo aí de produção bélica nacional, seja estatal ou privada, e garantir o seu espaço de interferência geopolítica no continente sul americano, com capacidade de expansão para a África, Oceania e América Latina.
O Brasil tem que ter independência no material militar em relação às potências econômicas e militares globais, a fim de preservar e proteger os seus interesses. O país pode sofrer sanções, inclusive em relação a material bélico, se contrariar os interesses das potências de plantão, o que prejudicaria toda a estratégia de defesa. Por isso o desenvolvimento de material bélico nacional com tecnologia própria ou em parceria com países não imperialistas seria de grande importância.
Como dizem estrategistas militares brasileiros, como o aclamado Comandante Farinazzo, militar da reserva da Marinha do Brasil, o investimento em drones e mísseis de médio e longo alcance é algo básico, barato e de extrema importância para o Brasil, muito mais do que a aquisição de porta-aviões ou material bélico básico do exterior.
Nesse contexto, o milenar Irã deu um exemplo a ser seguido por países de grande relevância estratégica e que querem investir bem, sem depender das potências internacionais. Mesmo sob sanções desde a Revolução Islâmica, em 1979, o Irã conseguiu desenvolver uma indústria nacional, incluindo a produção de aviões, automóveis, navios e uma diversa gama de material bélico de qualidade e a um preço consideravelmente módico. Hoje, o Irã é um dos maiores produtores mundiais de drones e de mísseis de longo alcance de qualidade.
Nessa nova Ordem, o Irã torna-se parceiro importante do Brasil, também por ser integrante do cada vez mais poderoso BRICSs que, inicialmente, de mera parceria econômica, devido aos seus influentes membros, muitos detentores do poderio atômico, tende a se tornar um importante polo de decisão geopolítica mundial, além de, a médio tempo, poder se converter em uma aliança militar muito superior à própria OTAN, inclusive. Não sou apenas eu que digo isso, mas inúmeros analistas militares e de geopolítica.
O Brasil está sendo conduzido pela Nova Ordem Mundial, mas precisa se preparar para defender os seus interesses, que são muitos (água, minerais, petróleo, gás, produção industrial, produção agrícola, produção pecuária, Amazônia e demais biomas). Se antes o mundo estava atrás de petróleo, hoje está atrás, também, de alimentos, terra para produção agrícola e água potável, e o Brasil é o mais importante país do sul global, ou até do mundo inteiro, nesses quesitos estratégicos.
Se por um lado é importante termos uma diplomacia tão profissional que seja capaz de negociar e ampliar nossas parcerias econômicas, por outro temos que investir na indústria de defesa (mas não só, em tecnologia, indústrias...), a nos garantir autonomia e capacidade defensiva em um mundo que está a se mostrar novo e perigoso a quem não tiver capacidade bélica defensiva.
O submarino de propulsão nuclear é importante, mas um só não nos basta. Precisamos investir em uma dezena deles, em mísseis e drones submarinos e aéreos de grande velocidade. A defesa da costa, da Amazônia e do território é a defesa dos nossos interesses e do nosso povo, e temos que estar atentos a isso, sempre!
O Brasil tem muito a ganhar, e a perder também, a depender de sua ação ou acomodação e inação! É importante que direita e esquerda se unam em questões nacionais de ponta, como as estratégicas. O Brasil precisa começar a se preparar para defender os seus interesses e suas riquezas, antes que seja tarde demais!
O desmembramento do Brasil em pequenas nações nunca esteve só no passado distante. Ocorreu uma tentativa em 1964, com a infiltração de agentes estadunidenses pelo interior do Brasil, preparados para ações terroristas, caso o governo Jango reagisse o golpe civil-militar. E hoje também é uma realidade presente. A nenhuma potência interessa um Brasil gigante, mais difícil de controlar e invadir. Estejamos atentos!