A Rede de TV ALJazeera, que significa "a Ilha" ou "Península" em árabe, pertence ao governo do pequeno, mas influente Catar. E é uma ilha de informação independente e imparcial diante do oceano midiático ocidental, historicamente ligado a lobbies e aos disfarçados interesses de agências de inteligência das grandes potências.
Com menos de 30 anos de existência, a rede recebeu inúmeros prêmios pelo seu jornalismo investigativo e na defesa das mais diversas espécies do gênero direitos humanos. É uma tevê única, que esteve no Iraque, enquanto os Estados Unidos bombardeavam indiscriminadamente o então Estado árabe mais rico, melhor instruído e militarizado, e que ainda guardava consigo os mais antigos manuscritos da filosofia grega e mundial. O resultado dos inúmeros ataques dos Estados Unidos e o fomento, por este e a Grã Bretanha, de grupos terroristas como o ISIS (em árabe é chamado de DAESH), resultaram na fragmentação do Estado iraquiano e a criação, dentro do próprio Iraque, de um Estado artificial ligado aos interesses ocidentais, o Curdistão iraquiano (os curdos têm direito à criação de um Estado legítimo, mas não da forma como os britânicos fizeram na África e Ásia ao longo da história e, agora, que atenda unicamente aos interesses ocidentais. Muitos não sabem, mas quem conquistou Jerusalém em 1187 para os islâmicos foi o curdo Saladino, Ṣalāḥ ad-Dīn Yūsuf ibn Ayyūb. Os curdos, verdadeiramente, têm estreitos laços com a história islâmica e com muitos dos povos irmãos, como os árabes).
A Al Jazeera já desagradou a interesses sauditas, egípcios, dos Emirados Árabes, israelenses, estadunidenses e pagou caro por isso, sendo boicotada, sancionada e com escritórios e torres de transmissão bombardeados, como fizeram os Estados Unidos e Israel. Muitos de seus trabalhadores, jornalistas, foram assassinados durante o exercício da profissão, por forças colonialistas e imperialistas no Iraque, na Palestina e em Israel.
A Al Jazeera, por ter uma linha editorial independente, desagrada a muitos governos autoritários e aos mesquinhos interesses imperialistas. Com isso, o governo do Catar sofre forte pressão internacional, mas tem conseguido manter a linha editorial independente da rede de tv árabe mais influente, a Al Jazeera.
A Al Jazeera foi a primeira tevê a abrir as suas reportagens para serem retransmitidas abertamente por outras emissoras. Essa mesma rede produziu inúmeros documentários abordando questões de direitos humanos, inclusive aqui no Brasil.
O que poucos sabem é que na década passada a rede de TV Al Jazeera produziu o seu documentário mais polêmico e importante, proibido pelo governo dos Estados Unidos e da Grã Bretanha, sobre o lobby sionista (leia-se israelense, e não judaico, pois não tem ligação com a religião, mas com a política expansionista e colonialista própria do sionismo) nesses dois países, e como os políticos, as corporações midiáticas e os governos se tornaram reféns dos interesses do sionismo israelense.
A reportagem foi produzida por um jornalista judeu contratado pela Al Jazeera e que está disponível nos canais da importante emissora do pequeno Catar. Clique aqui para assistir no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=ceCOhdgRBoc) ao primeiro episódio de uma importante e histórica série.
Esses são alguns dos "motivos" pelos quais governos autoritários, como o do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sempre almejaram - e não é de hoje - a proibição da Al Jazeera em solo de seus países.