Dizem que vivemos na Era da informação e da comunicação. De fato o ser humano tem uma oportunidade que nenhum ser já teve de ter acesso a informação em tempo real de todo o globo, seja pelos rádios, televisões e internet. Isso realmente é uma revolução.
Porém, toda a informação não tornou o ser humano mais sensível e aberto às possibilidades para as quais o Espírito e a intuição apontam. Talvez porque a informação disseminada não tenha uma preocupação com a Espiritualidade, mas apenas com o "modus vivendi". Não houve o desenvolvimento e aperfeiçoamento da Espiritualidade. Ao contrário, o materialismo captou almas. O comunismo ditatorial proibiu manifestações religiosas e matou religiosos e o capitalismo deturpou o sentido das religiões, transformando muitas em centros de prosperidade financeira e não de retidão moral e facilitou a morte de religiosos que defendiam interesses que se opunham ao do capital.
É certo que em nome de quase todas as religiões se praticaram excessos e atrocidades que contradizem a Espiritualide intrínseca do próprio ser humano. Mas religião e Espiritualidade não se confundem.
A Espiritualidade religa o ser humano à sua essência, à natureza e ao Universo, numa linguagem universal. Já as religiões, embora tenham o sentido vocábulo de "religare", olham para a natureza e o Universo sob um prisma próprio. Por isso o ateu, aquele que sequer crê em uma entidade divina, pode ser muito mais espiritualizado que um religioso.
O capitalismo transformou o ser humano em hipócrita e passou a dar sentido inverso à religião, ao trabalho, à família, à política, à cultura, à educação e ao próprio sentido da palavra humanidade.
A Espiritualidade continuou e continua a ser defendida por aqueles mesmos discriminados pela sociedade, os que não se dobram ao poder financeiro, os marginalizados, todos aqueles que têm fé na humanidade.
Enquanto isso, o ser humano avança rumo ao espaço, tentando conhecer o Cosmos, o todo, sem sequer conhecer a si mesmo, sua essência.
O equilíbrio entre o conhecimento interno e o externo permitiria avanços inimagináveis, já que se ampliaria a capacidade de interpretar e de enxergar o que hoje está além da nossa capacidade.
A humanidade desaprendeu muito com o materialismo e criou um caos para si mesmo e para o mundo em que vive, como se percebe pelas extinções de espécies animais e vegetais e pelo aquecimento global.
A Espiritualidade não se confunde com fé cega e dogmas, mas é a ligação do ser humano com o seu sentido e o Universo, o verdadeiro sentido que falta ao ser humano moderno, preso às futilidades e superficialidades que o distraem do verdadeiro sentido da vida.
Dessa forma, toda a informação trazida ao ser humano, quase sempre com viés materialista, apenas o afunda no desconhecimento de si e, automaticamente, do Universo.
A futilidade e a hipocrisia reinam, desvirtuando a história e as palavras de Cristo, de Buda e do Criador do Universo e da humanidade, conduzindo o homem ao vazio.