(Peço desculpas por tratar com tanta frequência da realidade e do sofrimento dos palestinos, em especial daqueles residentes em Gaza, mas a atrocidade do governo de extrema direita israelense parece não ter limite. Não sou eu que digo. Estou apenas repetindo. Estamos vendo ao vivo o primeiro genocídio televisionado. Acresço a essa frase, da qual não me recordo a autoria, o termo holocausto. A extrema direita israelense tem sido insensível a questões historicamente tão dramáticas aos judeus e aplica sofrimento tão grave quanto ao vivido pelos judeus europeus durante o nazismo aos palestinos na Terra Santa).
É difícil tratar da história dos
palestinos pós 1948 sem utilizar os mesmos termos que fazem referência ao
sofrimento dos judeus na segunda guerra mundial: holocausto e campos de
concentração.
DOS PALESTINOS E DA TERRA HOJE DIVIDIDA EM ISRAEL, FAIXA DE GAZA E
CISJORDÂNIA
É fato que os palestinos ocupavam
o território pretendido pelos sionistas antes da criação de Israel. Há teorias
que dizem que os palestinos descendem dos filisteus e de região da Grécia. Com
a islamização ocorrida em todo o Oriente Médio, houve a sua arabização, com assimilação
da língua e cultura árabes.
O fato é que antes dos israelitas
e dos palestinos, os cananeus habitavam as regiões da Judéia, Galiléia e
Samaria. Os cananeus deram origem aos fenícios, dos quais descendem diretamente
os libaneses.
Ou seja, havia um povo que
habitava a Terra Prometida há milhares de anos, antes dos palestinos e judeus.
Eram os cananeus, hoje libaneses.
DA PARTILHA DA ONU E DA CRIAÇÃO INDIVIDUAL DE ISRAEL
A ONU, contra o voto dos países
árabes, partilhou a Palestina, que estava sob o mandato britânico, em dois
países, um para os judeus e outro para os palestinos.
Os sionistas, organizados
internacionalmente, se anteciparam e criaram unilateralmente o chamado Estado
Judeu, Israel.
Façamos parênteses neste
parágrafo. Há palestinos ateus, cristãos e islâmicos. Com a criação de Israel,
houve grande migração dos palestinos cristãos mundo afora, inclusive para o
Brasil.
Os palestinos não tiveram tempo
para declarar a sua pátria e teve início a primeira guerra entre os países
árabes e Israel.
Com o tempo, Israel foi se
expandindo, tomando territórios palestinos, além de sírios, libaneses e até egípcios
(Península do Sinai, já devolvida ao Egito).
DO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO QUE SE TORNOU GAZA E O HOLOCAUSTO PALESTINO
A Cisjordânia foi feita em
retalhos, com muitos assentamentos ilegais de colonos israelenses e Gaza foi
diminuída e cercada por terra, ar e mar, ficando os palestinos dependentes de
Israel para tudo, do ingresso de alimentos ao abastecimento pago de energia
elétrica, gás e água.
Israel filtra tudo o que entra em
Gaza, barrando antes da guerra até mesmo o ingresso de chocolates.
Muitos falam em apartheid e
outros chamam Gaza de Campo de Concentração. O que vemos hoje, com o eterno
cerco e os ataques do exército do governo de extrema direita de Israel, com uso
de bombas de fósforo contra população civil, bombardeamento de escolas,
hospitais, Mesquitas, Igrejas Cristãs e de comboios de assistência humanitária
e de ambulâncias, detenção de crianças palestinas e prisão de palestinos em
geral sem a abertura de processo judicial não é apenas desumano e crime de
guerra, mas evidencia que Gaza tornou-se um campo de concentração, onde a
vítima não tem chance de salvação e está cercada, submetida a toda espécie de
barbáries.
O cerco a Gaza, os bombardeios e
o comando israelense para que palestinos evacuem o norte de Gaza, a morte de
mais de 10 mil palestinos em Gaza, sendo 4 mil só de crianças, a revelada
intenção de esvaziamento de Gaza, com expatriação daquele povo para a região
desértica do Egito, e até a manifestação de uso de bombas nucleares para
destruir Gaza por Israel, a proibição por Israel de que a população civil de Gaza
receba assistência humanitária, combustível, água, comida e insumos
hospitalares evidenciam que o os governantes de Israel desumanizaram os
palestinos, assemelhando a situação desse povo ao sofrimento do holocausto, não
pelo volume de mortos, mas pelo genocídio evidenciado e os métodos aterrorizantes
e de extermínio adotados pelos algozes.