O que vimos em Israel foi uma barbárie. Foi isso o que a mídia ocidental nos mostrou e que foi capaz de nos sensibilizar.
Mas e o que ocorre em Gaza, sufocada há 75 anos? São mais de 9 mil mortos só nos recentes ataques de Israel, sendo 70% deles de idosos, crianças e mulheres. Hospitais, escolas, Mesquitas e Igrejas foram total ou parcialmente destruídos. Ambulâncias e comboios civis foram deliberadamente atingidos por forças israelenses.
E a Faixa de Gaza tem hoje a sua população de mais de 2 milhões de pessas presas, sem poder sair. A saída de Gaza para o Egito permaneceu totalmente fechada por pressão israelense. Agora, estão saindo poucas dezenas de pessoas por dias, de nacionalidades estrangeiras, após uma demorada autorização do Egito e de Israel.
Há palestinos ateus, cristãos, católicos e islâmicos em Gaza, embora a mídia tente passar a imagem de que se trata de guerra religiosa entre islâmicos e judeus. Não. É guerra por terras, pelo expansionismo da Grande Israel, defendida por israelenses radicais e por parte de evangelicos neopentecostais, inclusive do Brasil.
Israel diz que a sua guerra é contra o Hamas, mas atinge frontalmente a população civil. Inclusive expulsou e deportou para a pequena Faixa todos os palestinos de Gaza que trabalhavam em áreas israelenses. O governo extremista de Netanyahu prendeu esses palestinos em uma panela de pressão que está sendo bombardeada. Será que isso é respeitar a população civil?
Muitos cientistas políticos dizem que a intenção inicial de Israel era retirar os palestinos da Faixa de Gaza e realocá-los em território egípcio, provavelmente na Península desértica do Sinai. O próprio governo israelense confirmou inicialmente essa versão. Porém, não consta que o governo egípcio sequer tenha sido consultado a respeito. Tal situação, se vier a ser implementada, representa um claro crime de guerra, uma tomada ilegal de terras e a prática de genocídio da população palestina. No entanto, o todo poderoso governo de Netanyahu pode tudo e a maior potência do mundo, ainda que a contragosto, permanece silente e obediente.
O governo extremista de Israel ganha a simpatia dos extremistas do mundo afora, mas a antipatia geral dos demais. Muitos governos latino americanos e árabes estão rompendo relações econômicas e diplomáticas com Israel. E a tendência é aumentar o número desses países, que se contrapõem à matança indiscriminada na Faixa de Gaza.
Netanyahu está desesperado, pois a oposição da população ao seu governo aumentou, mesmo após os ataques do Hamas. Ele tenta ganhar o apoio da população demonstrando força, mas parece que o seu fim político se aproxima.
Quanto à criação do Estado da Palestina, muitos estudiosos dizem que já não ocorrerá e que o Hamas enterrou o sonho palestino. Porém, o que se vê é uma pressão internacional, inclusive dos Estados Unidos, por dois Estados na área.
O bom senso indica que somente a criação do Estado da Palestina trará paz a israelenses e palestinos. A situação de submissão e maus tratos a que os palestinos foram submetidos ao longo do tempo fomentou o ódio e a luta contra o "inimigo", mas a criação de uma Nação Palestina poderá fomentar, em seu lugar, a esperança e o desejo de formatar e proteger a pátria independente e soberana.
Sadat, presidente egípcio, pregava a paz e foi assassinado por um radical egípcio. Yitzhak Rabin, general e primeiro-ministro de Israel que pregava e buscava a paz entre israelenses e palestinos, foi assassinado por terrorista israelense.
Que os ventos da esperança, da paz e do bom senso incidam sobre toda a Palestina e Israel. E que o diálogo e respeito possam ser alcançados com a necessária tolerância e Justiça!
Por falar em paz, estreou nos cinemas brasileiros o excelente filme "O Último Dia de Yitzhak Rabin”, do escritor e cineasta israelense Amos Gitai. Não deixe de ver!