Há um sério problema no
trato da questão da Palestina e de Israel pela grande mídia.
Para ela (grande mídia),
organizações que desafiam Israel são imediatamente chamadas de terroristas e
equivalem-nas a grupos como AlQaeda, ISIS, DAESH, Estado Islâmico.
Irã, que tanto luta
contra Israel, também é chamado de Estado Terrorista pela chamada mídia hegemônica, mas e Israel?
Como veremos no texto da
próxima quarta-feira, Israel está muito mais próximo da característica de um
Estado Terrorista do que a de um Estado Democrático no padrão Ocidental.
O ato que o Hamas
praticou no dia 7 de outubro em Israel é abominável e pode ser denominado de terrorista
porque houve claríssimos excessos contra a população civil. Mas daí chamar a
organização em si, que não é apenas militar, mas social e política, de
terrorista, há uma grande diferença. Mas os órgãos de mídia, pressionados por
organismos de interesse de Israel, logo passaram a chamar o Hamas de terrorista, desacreditando qualquer autoridade do órgão, deixando a população palestina de Gaza órfã de representação política no cenário externo..
Mas não é só. Como se
fosse uma defesa de Israel e dos excessos por ele praticados, a mídia diz que a
guerra de Israel, que já deixou mais de 10 mil civis mortos, 4 mil só de
crianças, e outros 3 mil de mulheres e idosos, mais de 80 funcionários das
Nações Unidas assassinados, Hospitais, Escolas, Igrejas e Mesquitas destruídos,
com proibição de entrada de água, comida, gás, energia elétrica, combustível e
insumos hospitalares, é contra o Hamas.
Não precisa ser um gênio
para descobrir que a guerra não é contra o Hamas, mas contra os palestinos e a
infraestrutura civil e não apenas militar. Israel quer destruir o pouco que
restava do sonho de um minúsculo Estado Palestino e expulsar os palestinos
sobreviventes. A isso o dicionário nomina de genocídio, e, apenas a título de
exemplo, veja-se que a Lei 2889/1956 estabelece, no território brasileiro, que
genocídio é qualquer ato omissivo ou comissivo que tenha “a intenção de destruir, no todo ou em
parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
Hoje, a direita e a
extrema direita protegem Israel, mas nem sempre foi assim. À época da ditadura
militar o Brasil posicionava-se mais favoravelmente aos países árabes e à
própria questão palestina.
Assim, se faz necessário
que a mídia dita alternativa, assim como o são este modesto blog e a própria
nanica VAMOS TV, traga o ponto de equilíbrio a essa narrativa tendenciosa da
grande mídia em relação ao governo extremista de Netanyahu.
E contra essa tendência de proteção aos Estados Unidos e Israel, nem a ONU consegue agir, ainda que expresse o seu descontentamento e a sua preocupação frente aos crimes de guerra e contra a humanidade praticados pelo exército de Netanyahu.
No texto que será
publicado amanhã abordaremos os interesses que ligam a extrema direita brasileira ao
sionismo de direita radical que tem governado Israel nos últimos anos.