terça-feira, 10 de outubro de 2023

BARBÁRIE PRATICADA POR HAMAS. ISRAEL TEM PRATICADO BARBÁRIE HÁ TEMPOS. NÃO HÁ SANTOS ENTRE HAMAS E ISRAEL, MAS HÁ UMA NECESSIDADE: A PAZ!

Nos últimos dias morreram muitos israelenses, a maior parte de civis, e também morreram muitos palestinos, a maior parte, também, de civis. Eles foram assassinados, seja de um lado ou de outro.

Os militares do grupo Hamas, a que alguns países ocidentais e Israel chamam de terroristas, entraram em Israel para ocupar cidades, matar e fazer reféns.

O direitista Netanyahu disse que devastaria Gaza, e já cercou a faixa com soldados e tanques, além de ter proibido o fornecimento de gás, eletricidade e alimentos à pequena faixa de terra superpovoada por refugiados palestinos, formada por jovens, idosos, crianças e mulheres.

O que o Hamas fez em Israel é uma barbárie, e realmente deve ser assim denominado. Mas o que Israel fez ao longo dos tempos contra a população palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e agora, cessando o fornecimento de gás, água e eletricidade e também alimentos, destruindo rapidamente dois hospitais, matando crianças e idosos, também o é.

Mas o ocidente aplica a essa situação dois pesos e duas medidas. Para os Estados Unidos e muitos países europeus, Israel pode tudo, desde destruir casas de palestinos, matar civis e, se necessário, varrer a população palestina daquela pequena faixa de terra.

Está tudo errado. Os palestinos e os israelenses têm o direito de se defender, mas isso significa se defender e não invadir outros territórios e matar civis ou matar representantes políticos legitimamente eleitos por um dado povo.

Israel tem todo o direito de se defender. Mas defender não é destruir o outro ou um povo determinado. Isso tem nome, é genocídio.

Alguns países defendem a barbárie por um dos lados, em uma proporção ainda mais agravada do que aquela praticada pelo Hamas.

A Faixa de Gaza é um território, pequeno, paupérrimo e super lotado, não tem soberania e não é país.

Israel é um país com 75 anos, um exército fortemente armado e que possui armamento moderno fornecido pelos Estados Unidos e uma força aérea avançada, além de receber doações bilionárias do governo dos Estados Unidos e uma inteligência militar extremamente bem financiada.

Desde 1947 Israel e Palestina têm direito de existir e coexistir, como países soberanos, independentes, mas a história começou mal.

Os israelenses se anteciparam e fundaram Israel. Os palestinos não tiveram tempo de criar o seu Estado e muitos foram assassinados por grupos terroristas israelenses, como o mais famoso deles, o Haganá. Daí surgiram os milhões de refugiados palestinos que se abrigaram no Líbano, Jordânia, Síria, Chile, Colômbia, Brasil e tantos outros países.

Alguns países árabes saíram em defesa dos palestinos e três grandes guerras foram travadas. Em 1967 Israel invadiu e ocupou territórios que seriam palestinos, expandindo a chamada “Grande Israel”, reduzindo o tamanho da faixa de Gaza e ocupando terras do que hoje é a Cisjordânia, inclusive recortando a Cisjordânia e impondo em seu interior áreas para colonos israelenses, normalmente adeptos da extrema direita.

Israel invade e anexa territórios, reprime o povo da área ocupada, prende sem existir qualquer fundamento ou processo judicial, destrói casas de palestinos, destrói plantações, e os Estados Unidos vedam qualquer sanção a Israel.

Os palestinos, presos em uma pequena faixa de terra, sem aeroportos ou grandes portos, sem soberania, sem forças armadas, com grande parte da população desempregada e privada de alimentação adequada, são proibidos de explorar livremente os recursos de sua área marítima e estão cercados por militares israelenses.

De outro lado, temos um país soberano ocidentalizado, tecnologicamente desenvolvido, muito bem armado, com raves, paradas gays, liberdade para os cidadãos israelenses não árabes (esses sofrem privações específicas), e que é governado há anos por um partido de direita que flerta e se alinha com a extrema direita que prega abertamente a morte dos palestinos e árabes.

Com essa realidade é impossível alcançar-se a paz. O que o governo extremista de Israel quer alcançar é a submissão, mas não a paz.

A submissão subjuga, normalmente através da força. Já a paz envolve questões mais complexas, como o alcance de uma condição parcial ou totalmente justa e o direito à liberdade e de existência.

Os palestinos utilizam-se dos mesmos meios que viram serem empregados desde o final do século XIX, quando a Palestina ainda era um território sob o mandato turco-otomano, e muitos sionistas imigravam planejando criar um país, e, aos poucos, inclusive no período de dominio britânico, foram comprando áreas de palestinos, expulsando-os e utilizando táticas terroristas, inclusive assassinando populações de pequenas vilas que se recusavam a sair.

Tempos depois, após o fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU, sucessora da Liga das Nações, deliberou pela criação de dois Estados na área que era a grande Palestina, um árabe e outro judeu. Apenas o judeu, Israel, foi criado. A área da Palestina não conseguiu se transformar em país e hoje é parcialmente ocupada, de forma ilegal, por Israel.

É fato que o que vimos recentemente sendo praticado pelo Hamas é inaceitável, que pode ser denominado de barbárie, mas não podemos ver a realidade sob um só prisma. Nessa amplitude que o olhar crítico exige, percebe-se que há muito tempo Israel não tem dado bons exemplos.

Os que almejam justiça e a verdade não defendem a barbárie ou a vingança, mas sim a paz! E a paz exige a necessária criação de um Estado Palestino soberano, com direito a voto e voz na ONU.

Se o grupo militar do Hamas deve ser barrado, a invasão e o cerco de áreas palestinas por Israel também deve sê-lo, e com urgência.

O apoio dos Estados Unidos à invasão de áreas palestinas se revela com o veto a qualquer sanção. Mas a história não é um retrato de uma época. É a somatória de fatos, que nunca são esquecidos por aqueles que a vivenciam diretamente. Passem 10, 100 ou 1.000 anos, um palestino ou seu descendente reivindicará a sua terra, denunciará a perseguição e se o jogo de força das grandes potências mudar, Israel terá que ceder muito mais do que cederia hoje.

A miopia dos Estados Unidos e Israel, que cresceram com as guerras financiadas e travadas, pode levar este último a uma realidade não tão confortável em um futuro próximo.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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